Citroën Grand C4 Picasso 2.0 BlueHDI 150 Auto Exclusive

Embora a estrada aberta seja o seu terreno de eleição, o Grand C4 Picasso 2.0 HDi não desilude em traçados mais sinuosos e exigentes

Citroën Grand C4 Picasso 2.0 BlueHDI Exclusive

Citroën Grand C4 Picasso 2.0 BlueHDI Exclusive

Citroën Grand C4 Picasso 2.0 BlueHDI Exclusive

Os bancos da segunda fila regulam longitudinalmente, permitindo adaptar o espaço às necessidades de transporte atrás - seja de passageiros, seja de bagagem

As saídas de ventilação independentes para os lugares traseiros são de série nesta versão

Citroën Grand C4 Picasso 2.0 BlueHDI Exclusive

Os bancos dianteiros lounge, com massagem e apoio de pés regulável electricamente para o passageiro, são de série

A comodidade de quem viaja na terceira fila de bancos depende directamente da regulação adoptada por quem segue na fila do meio

Embora em opção existam umas jantes de 18", as de 17" são as que melhor servem um veículo que também se pretende confortável

O sistema Plug&Play, para ligação de dispositivos externos de video ou áudio, é um dos opcionais instlados na unidade ensaiada

Citroën Grand C4 Picasso 2.0 BlueHDI Exclusive

Citroën Grand C4 Picasso 2.0 BlueHDI Exclusive

Com apenas dois lugares, o espaço para transporte de bagagens é imenso

Citroën Grand C4 Picasso 2.0 BlueHDI Exclusive

Citroën Grand C4 Picasso 2.0 BlueHDI Exclusive

As originais linhas exteriores do novo Picasso parecem resultar ainda melhor nesta variante de sete lugares e distância entre eixos mais longa

Entre os monovolumes ditos compactos, não tenho pejo em eleger o Citroën C4 Picasso como um dos melhores modelos da actualidade. E mais ainda naquela categoria que, a meu ver, é a que mais sentido faz neste domínio: a das versões de châssis longo e sete lugares – por serem as que asseguram a versatilidade que julgo se deve exigir a este nível, permitindo combinar distintas formas de transportar passageiros e bagagem.

Claro que, quando se pretende fazer uso de todas as capacidades de um automóvel deste tipo e, ao mesmo tempo, usufruir de um elevado agrado de condução, convém dispor de um motor capaz de fazer frente a um peso que já pode ser substancial. Sendo justamente isso que o Grand C4 Picasso garante nesta sua novel versão equipada com o novo turbodiesel 2.0 BlueHDI e com a nova caixa automática de seis velocidades. E não são sequer precisos muitos quilómetros para concluir que esta é, sem dúvida, a opção ideal para os viajantes, ou para quem faça uso frequente dos sete lugares disponíveis – face a outras opções a gasóleo da gama, a experiência de condução é totalmente diferente… para melhor!

Grande parte da “culpa” deve ser atribuída ao profundamente revisto quatro cilindros de 1997 cc, agora dotado de sistema de redução de poluentes SCR com o inevitável AdBlue, um dos componentes mais importantes para lhe permitir cumprir já as normas Euro6 de protecção ambiental. Revistos foram, também a câmara de combustão, o sistema de injecção, os segmentos e os pistões, ao passo que o recurso a novos materiais permitiu reduzir o peso do motor em 7 kg. O rendimento anunciado é de 150 cv/4000 rpm e de 370 Nm/3700 Nm.

Para o agrado de utilização contribui também, de forma decisiva, a nova caixa de velocidades (verdadeiramente) automática de seis velocidades de origem Aisin, sendo esta a primeira vez que a Citroën combina uma transmissão deste género com o seu muito eficaz sistema start/stop (até aqui reservado apenas às caixas manuais ou pilotadas). Bem escalonada, e garantindo trocas de mudança rápidas e suaves, corresponde na perfeição ao que se pretende quando o objectivo é facilidade de condução, dispondo ainda das habituais patilhas no volante, para comando manual em sequência sempre que se pretenda explorar mais a fundo o potencial dinâmico do Grand C4 Picasso. Único senão: a alavanca selectora, que continua a não facilitar a escolha do modo de funcionamento pretendido…

Pela primeira vez, a Citroën combina uma caixa verdadeiramente automática (no caso, a nova Aisin de seis velocidades) com o seu soberbo sistema start/stop. O resultado final merece os maiores elogios

Já ao volante do Grand C4 Picasso 2.0 BlueHDI, os primeiros elogios vão para a suavidade e para o silêncio de funcionamento do motor, que o tornam praticamente imperceptível no habitáculo, mercê, igualmente, da boa insonorização. Com um desempenho sempre muito linear, e revelando uma boa resposta logo desde os baixos regimes, inclusive abaixo das 2000 rpm em que disponibiliza o binário máximo, garante muito boas prestações e, mais importante, uma condução despreocupada em qualquer circunstância, inclusive com o número máximo de passageiros a bordo – tudo combinado com consumos deveras comedidos, que mesmo numa utilização despreocupada (leia-se: fazendo uso de todas as suas capacidades) dificilmente ultrapassam os 12,0 l/100 km, situando-se em torno dos 8,0 l/100 km em cidade e um pouco acima dos 6,0 l/100 km em estrada.

Esta dotação mecânica tem ainda o condão de melhor fazer justiça a outro elemento que ajuda a fazer do Picasso um dos melhores representantes da sua classe: a plataforma EMP2, determinante para garantir a conjugação de uma elevada eficácia com um conforto de marcha de grande nível, perturbado apenas pelos ressaltos do piso mais acentuados, perante os quais o eixo semi-rígido traseiro demasiado firme acaba por impor algumas desagradáveis sacudidelas aos passageiros, sobretudo os que ocupem as segunda e terceira filas de bancos.

Nada que ensombre, ainda assim, o grande equilíbrio dinâmico, garantido ainda por uma direcção bem afinada e por um sistema de travagem deveras competente. Não se fazendo sequer rogado o Grande C4 Picasso a lidar com os ímpetos dos pais de família mais apressados.

Boas prestações, óptimos consumos, funcionamento suave e silencioso e uma óptima capacidade de resposta – tudo atributos que o motor 2.0 BlueHDi empresta ao Grand C4 Picasso para fazer deste uma das referências dinâmicas da sua classe

De resto, o Grand C4 Picasso 2.0 BlueHDI é o que já se conhece de outras versões do modelo. O habitáculo continua a ser dos seus principais argumentos, tanto pela qualidade de construção e materiais evidenciada (provavelmente, o melhor Citroën do momento neste particular), como pela generosa habitabilidade, sem esquecer a versatilidade: mala das mais generosas do segmento; segunda fila de bancos regulável longitudinalmente e com um sistema de avanço dos assentos destinado a facilitar o acesso à terceira fila; terceira fila de bancos muito fácil de montar e desmontar; muitos espaços para a arrumação de objectos. A rever: o não haver um local próprio para albergar a chapeleira na configuração de sete lugares…

Naturalmente posicionado no topo da oferta da sua gama, o Grand C4 Picasso 2.0 HDI só é proposto entre nós com o mais dotado nível de equipamento Exclusive, o que significa que nada falta a bordo, mesmo para os mais exigentes – o que não impede que não possa ser complementado com alguns opcionais. Significa isto que o preço mínimo a pagar por esta versão é de €41 580, valor que não está ao alcance de todas as bolsas, mas é plenamente justificado pela qualidade da experiência de condução. A tudo isto, a nível pessoal acrescentaria a virtude de as linhas futuristas, quase espaciais, do modelo Picasso, não só continuarem a parecer-me irresistíveis, como serem das que melhor “aguentam” uma versão de châssis longo, sendo até, esteticamente, mais equilibradas do que as da versão normal.

São inúmeras as soluções que incrementam notoriamente a versatilidade do Grand C4 Picasso, como sejam a segunda fila de bancos regulável e rebatível, ou a facilidade com que se montam e desmontam os bancos da terceira fila