Clifton Club Shelby Cobra: um ícone no pulso
A histórica parceria entre o universo relojoeiro e o mundo automóvel tem um novo capítulo. Ao longo do presente milénio têm-se sucedido as associações ao mais alto nível entre grandes marcas de ambos os sectores e uma das mais recentes é a colaboração entre a Baume & Mercier e a Carroll Shelby Company, iniciada em 2015 e com um recente desenvolvimento de monta: o novo Clifton Club Shelby Cobra Limited Edition passa a ser a estrela da companhia.
Já se tinha visto aquando da Dubai Watch Week, no passado mês de Novembro, que Alain Zimmermann, CEO da Baume & Mercier, iria continuar a apostar fortemente na linha Clifton – uma coleção assente no tradicional formato redondo com inspiração vintage. E as principais novidades apresentadas pela marca no Salão Internacional da Alta Relojoaria, em Janeiro, confirmaram isso mesmo… com uma importante nuance: a criação de uma variante Clifton Club de espírito mais jovem e desportivo. Com a adição, entre os novos modelos, de um cronógrafo de mostrador original dedicado ao lendário Shelby Cobra Daytona Coupé.
Quais as razões do fascínio mútuo entre a indústria relojoeira e automobilística? A resposta pode ser encontrada na partilha de valores comuns, como a mecânica, a estética e o prestígio… para além do facto de relógios e carros serem considerados os brinquedos favoritos do homem! O Shelby Cobra Daytona Coupé foi e continua a ser seguramente um dos mais cobiçados ‘brinquedos’ dos amantes dos desportos motorizados – sendo um dos mais icónicos bólides na história do automobilismo norte-americano, não só pela beleza das suas linhas mas pela coleção de troféus acumulada nas mais famosas corridas de resistência dos anos 60.
Para celebrar ainda mais o acordo entre a Baume & Mercier e a Carroll Shelby Company, o famoso designer Peter Brock recuperou os seus esboços do lendário carro de há 50 anos e juntou-se ao director artístico da marca relojoeira suíça Alexandre Peraldi para personificar essa ligação num conjunto de relógios em edição limitada – e depois dos modelos lançados nos dois últimos anos, a ligação foi exponenciada com a criação dos cronógrafos Clifton Club Shelby Cobra Limited Edition, sendo que todos os detalhes do Shelby Cobra Daytona Coupé foram utilizados na estilização do exemplar que se revelou a grande vedeta da marca no Salão Internacional da Alta Relojoaria.
Peter Brock quis algo de diferente e conseguiu-o: “Podemos escolher ser conservadores ou lutar por ser diferentes. Foi essa a atitude que trouxemos para o Clifton Club Shelby Cobra Limited Edition. Um cronógrafo como nenhum outro!”. Em honra do recorde de velocidade estabelecido em Le Mans no ano de 1964, apenas 196 exemplares numerados estarão disponíveis – com um look caraterístico baseado num mostrador dividido em duas cores principais (azul metálico e cinzento metalizado) inspirado na cauda do lendário bólide, rodeado por uma escala taquimétrica que destaca a velocidade recorde de 196 milhas por hora.
Mas não é só. A caixa de 44 milímetros em titânio e aço polido alberga um movimento cronográfico La Joux-Perret 8147-2 com função fly-back acionado por botões em forma de pedal e a insígnia Cobra com estrias laterais em homenagem ao poderoso motor Cobra 289. O próprio rotor evoca as jantes do Shelby Cobra Daytona Coupé e o ponteiro central do cronógrafo também tem o logótipo Cobra. O simbolismo é reforçado pela correia especial com padrão ‘carbono’ e costura condizente com as nuances vermelhas do mostrador. O cronógrafo é apresentado num estojo que, como não podia deixar de ser, inclui uma miniatura do carro à escala 1:43.
Para além do cronógrafo Clifton Club Shelby Cobra Limited Edition, a Baume & Mercier lançou também um par de cronógrafos Clifton Club com as mesmas cores mas de produção regular e optando por submostradores contrastantes em vez da segmentação no mostrador. Aqui ficam as imagens desses dois modelos e uma do trio para a devida comparação.
Os dois cronógrafos regulares são interessantes, mas o Clifton Club Shelby Cobra Limited Edition é o modelo de coleção a perseguir… Quem não tem um dos seis ultra-valiosos Shelby Cobra Daytona Coupé dos anos 60 poderá ao menos contentar-se com o seu espírito transferido para o pulso…
Miguel Seabra
Espiral do Tempo