Comissão Europeia estima em 183 mil milhões de euros o valor do Turismo costeiro na UE
A Comissão Europeia apresentou uma nova estratégia destinada a apoiar o turismo costeiro e marítimo na Europa, por reconhecer o potencial do setor para promover o crescimento sustentável e a criação de empregos. O turismo costeiro e marítimo, que inclui o turismo de praia e náutico, de cruzeiros e a navegação de recreio, já vale, segundo os mais recentes estudos da Comissão Europeia, 183 mil milhões de euros em toda a União Europeia.
Este setor é gerador de 3,2 milhões de empregos e como já referimos gera quase duas centenas de milhares de milhões de euros, uma soma considerável, sobretudo se tivermos em conta outros estudos que referem este sector com um potencial de crescimento na ordem dos 20 a 30% nos próximos 5 anos. Estes dados, revelados recentemente pela Comissão Europeia, referem ainda que ao turismo costeiro representa mais de um terço do produto bruto da economia marítima. “O turismo é uma atividade em crescimento e só em 2013, o número de dormidas em hotéis ou estabelecimentos similares atingiu um pico de 2,6 mil milhões na União Europeia, o que representa um aumento de 1,6 % em relação a 2012”, sublinha o comunicado da Comissão.
Após este estudo, a Comissão Europeia, através da sua comissária responsável destes assuntos, Maria Damanaki, apresentou nova estratégia europeia para promover o turismo costeiro e marítimo. Esta nova proposta para estratégias e ações concretas, incluem a promoção de uma cooperação e de um diálogo cada vez mais estreitos em toda a Europa entre todas as partes interessadas do setor do turismo costeiro, a facilitação das parcerias entre os setores público e privado, a promoção das competências e da inovação, a promoção do ecoturismo e a criação de um guia das possibilidades de financiamento, para ajudar a mobilizar o investimento.
Daí que os Estados‑Membros, as autoridades regionais e as empresas do setor terão um papel central na conceção e na execução das ações. “O turismo costeiro e marítimo foi considerado, na nossa estratégia para o ‘crescimento azul’, um dos principais motores de crescimento e criação de empregos, em especial nas nossas zonas costeiras, onde o desemprego é muitas vezes elevado. Sendo a mais importante atividade económica marítima e a base económica de muitas das nossas regiões costeiras, cabe-nos a responsabilidade de auxiliar o setor a desenvolver-se e a prosperar”, declarou Maria Damanaki, Comissária responsável pelos assuntos marítimos e as pescas.
No mesmo âmbito, Antonio Tajani, Vice-Presidente da Comissão Europeia e Comissário Europeu para a indústria, o empreendedorismo e o turismo, declarou: “Considero o turismo uma alavanca económica fundamental para o crescimento da Europa, em torno da qual podem ser construídas políticas específicas, coerentes e integradas. Uma estratégia orientada para o turismo costeiro e marítimo põe em evidência o potencial deste importante setor do turismo e o papel que pode desempenhar na luta contra o desemprego, especialmente entre os jovens”.
Apesar do seu potencial incontestável e do qual já ouvimos falar há anos, este setor enfrenta variadíssimos desafios, desafios que esta estratégia procura agora dar resposta. Dir-se-ia que um dos principais é a falta de dados e sistematização dos mesmo por parte dos estados membros, traduzindo-se esse facto num desconhecimento de muitos dos aspetos chave do setor como por exemplo, as oscilações da procura, a sazonalidade, a falta de formação e competências adequadas, a inovação na oferta, assim como as dificuldades de acesso ao financiamento.
As ações previstas na estratégia agora divulgada têm como preocupação central ajudar o setor a ultrapassar estes obstáculos e criar um ambiente propício e convidativo a um investimento mais sólido e sustentado. Com a aplicação destas estratégias poder-se-á tornará as atividades do setor do turismo náutico e satélite verdadeiramente sustentáveis, ao mesmo tempo que preservará o património natural e cultural, permitirá colher benefícios ambientais e económicos significativos e ajudará o setor a tornar-se mais competitivo a nível mundial.