Condução autónoma divide americanos
Entre Maio e Agosto passados, a norte-americana MaritzCX levou a cabo um inquérito que envolveu 12 353 proprietários de automóveis e tinha por principal finalidade conhecer a receptividade dos automobilistas estadounidenses aos automóveis com condução autónoma. Os resultados variaram bastante em função do tipo e da marca do automóvel que os participantes conduzem, mas, globalmente, 48% dos inquiridos afirmaram não ter interesse em adquirir um veículo com tais características, apesar de 94% dos mesmos ter afirmado estar a par desta tecnologia, e da sua iminente chegada ao mercado.
Os proprietários de modelos da Mercedes e da Infiniti foram os que, neste estudo, revelaram maior abertura para que o seu automóvel possa ser conduzido por um robot. Aliás, Cerca de 27% dos clientes da marca da estrela e da divisão de luxo da Nissan revelaram estar “muito interessados” em adquirir um modelo com condução autónoma logo que estes estejam disponíveis, por oposição aos que conduzem modelos da Jeep e pick-ups da Ram (a marca do Grupo FCA especialista neste tipo de proposta), os que menor interesse revelaram nesta solução. Mas nem todos os detentores de automóveis de luxo estão preparados para abdicar do controlo dos seus veículos a curto prazo, se é que alguma vez o estarão: entre os que afirmaram não estar interessados nesta tecnologia, os proprietários de modelos da Porsche surgem em terceiro lugar, com 57%, logo seguidos dos da BMW, com 56%.
Convencer os consumidores a aceitar os automóveis que se “auto-conduzem” poderá, assim, ser um dos principais desafios para as marcas de automóveis e para as empresas tecnológicas que estão a investir milhões nesta tecnologia. É que, mais uma vez segundo o mesmo inquérito, até entre os proprietários de Mercedes e Infiniti, são mais os que a rejeitam do que aqueles que a aceitam – indicadores que confirmam as conclusões obtidas em outros inquérito recentes levados a cabo com o mesmo objectivo, e que mostram que a maioria dos condutores ainda não está preparada para abraçar os automóveis que se conduzem sozinhos.
Por outro lado, as falhas de sistema e os automóveis autónomos ficarem desorientados no meio do tráfego mais intenso foram as principais preocupações manifestadas pelos inquiridos relativamente à condução autónoma. Mas entre os seus receios encontram-se ainda a segurança dos veículos relativamente aos hackers, ou a sua capacidade para circular em segurança também entre peões e ciclistas.
