Emissões Diesel VW: europeus pouco preocupados
Desde o seu eclodir nos EUA, em Setembro de 2015, que o famoso escândalo das emissões Diesel, protagonizado pela VW, tem feito correr rios de tinta um pouco por toda a parte. Só que as notícias nem sempre reflectem o estado de espírito do cidadão comum. E, no caso presente, dificilmente traduzirão a perspectiva dos clientes ou potenciais clientes europeus da marca – os que pretendem comprar automóvel.
Tanto assim é que, por exemplo, as vendas da VW, só na União Europeia, até Outubro passado, superavam já 3,2 milhões de unidades, representando um crescimento de 3,1% face aos dez primeiros meses de 2015. Dados que estão longe de ser despiciendos quando é na Europa que os motores a gasóleo têm mais preponderância, logo, onde os prejuízos decorrentes do referido escândalo poderiam ter, em teoria, impacto significativo.
Tão ou mais relevante do que esta performance, a notícia, avançada pelo Automotive News Europe, de que os modelos da VW, enquanto usados, não perderam valor no mercado europeu desde o eclodir do problema. Inclusive os que foram equipados com o famoso software que permitia falsear os testes de emissões, que até estarão a conseguir cotações mais favoráveis do que alguns rivais,– estimando-se que, na Europa, estejam 8,5 milhões do total de 11 milhões de veículos afectados vendidos pela marca em todo o mundo.
A confirmar-se esta análise, más são as notícias para os grupos e associações de consumidores, assim como para a Comissária Europeia Elzbieta Bienkowska, que pretendiam ver o construtor de Wolfsburg ser obrigado a pagar compensações aos proprietários dos veículos europeus afectados, como já havia acontecido nos EUA. E isto porque um dos argumentos de peso de um caso deste género, num eventual julgamento em tribunal, seria, indubitavelmente, o potencial de desvalorização dos automóveis enquanto usados – o que, pelo exposto, estará longe de confirmar-se.