FCA: Mike Manley é o novo CEO. Sergio Marchionne nos cuidados intensivos
Inesperada mudança de liderança na Fiat Chrysler Automobiles, com o ex-responsável máximo da Jeep desde 2009, o britânico Mike Manley, a assumir o cargo de CEO, até aqui ocupado por Sergio Marchionne. O carismático líder do conglomerado italoamericano, de 66 anos, que já tinha anunciado a sua saída para Abril de 2019, sofreu de complicações em resultado de uma cirurgia a um ombro, e encontra-se nos cuidados intensivos num hospital de Zurique, em estado considerado “irreversível”, segundo informação avançada pela agência noticiosa italiana Ansa.
Mike Manley, de 54 anos, tem agora poucos dias para preparar a apresentação dos resultados trimestrais do grupo, depois de uma reunião com o conselho executivo já na próxima segunda-feira, num evento que os investidores têm por hábito utilizar para avaliar o novo CEO e os seus planos para assumir o cargo do seu antecessor. Ainda assim, e até a fazer fé nas palavras de John Elkann, presidente da FCA, tudo aponta para que a estratégia anteriormente definida, assente no aumento das vendas de SUV e no investimento em modelos eléctricos e híbridos para duplicar os lucros até 2022, e no crescimento das vendas de marcas como a Fiat, na Europa, a Chrysler, nos EUA, e a Alfa Romeo, a nível global.
Algo que não será estranho ao novo CEO da FCA, tanto mais que foi sob a sua liderança que as marcas sob sua responsabilidade (a Jeep e a Ram) garantiram 67% do total das vendas do grupo nos EUA em 2017, mercado que assegurou nada menos do que três quartos dos lucros globais da FCA. Mais exigentes poderão ser desafios como a recuperação económica do grupo na Europa, o seu crescimento na China e o cumprimento das novas normas ambientais nestes dois mercados por parte dos seus modelos.
A retirada de Sergio Marchionne obrigou, ainda, à sua substituição enquanto CEO noutras empresa na órbita da Fiat Chrysler: Suzanne Heywwod assumiu o cargo na CNH Industrial (que integra as marcas Iveco, Case e New Holland), Louis Camilleri, um veterano da tabaqueira Philip Morris International, foi o escolhido para presidir aos destinos da Ferrari. Entretanto, nem tudo estará a ser pacífico neste processo de sucessão do ítalo-canadense, já que são várias as fontes que referem que Alfredo Altavilla, responsável máximo da FCA para a Europa, Médio Oriente e África, ter-se-á demitido por não ter sido o eleito para ocupar o cargo deixado vago por Marchionne, dado que faria parte de uma lista de três nomes possíveis para tal, juntamente com Richard Palmer, CFO da FCA, e o agora nomeado CEO do grupo.
