Gonçalves atrasa-se na luta pela vitória no Dakar
Ruben Faria foi o melhor português na décima etapa do Dakar. O piloto da KTM ficou a 1m57s do vencedor do dia, o espanhol Joan Barreda. Depois de ter ficado arredado da vitória, o homem da Honda voltou a triunfar em especiais, desta vez com uma vantagem de 1m39s para Marc Coma. O vencedor de 2014 foi quem mais ganhou nesta jornada pois consolidou a vantagem para Paulo Gonçalves. O luso continua no segundo lugar e é o melhor representante da Honda. Contudo, a quinta posição alcançada hoje fez com que esteja, agora, a 7m35s de Coma.
A etapa de hoje marcou o regresso do Dakar à Argentina e era a que mais diferenças poderia fazer até ao final desta edição, em Buenos Aires. Coma tem todas as condições para alcançar mais um triunfo, mas “Speedy” Gonçalves não desarma pois sabe que qualquer percalço do catalão pode levá-lo à liderança.
Com o terceiro lugar no dia, Ruben Faria mantém o sétimo posto mas está a menos de 30 segundos do sexto classificado, David Casteu. Hélder Rodrigues, que tinha vencido na véspera, terminou em sétimo e está no 12º lugar.
“A etapa não era muito exigente do ponto de vista de navegação e desde os primeiros quilómetros que me senti muito bem. Percebi no momento do reabastecimento que podia fazer um bom resultado e resolvi atacar um pouco mais na fase final também para procurar encontrar uma boa posição para a especial de amanhã. Hoje foi o primeiro dia de uma maratona e todos os pilotos se retraíram um pouco para poupar material para amanhã”, explicou Ruben Faria à chegada a Salta, na Argentina.
Mário Patrão abandona
Uma das notícias negativas para os portugueses é a a desistência de Mário Patrão. O campeão nacional de TT cumpriu a ligação de quase 400 quilómetros e a Suzuki parou ao ao fim de 16 km na especial com problemas de injecção. “Estou fora de prova, triste, exausto, fiz tudo o que podia mas a sorte não me quis acompanhar neste Dakar. Andei todos os dias como se estivesse na minha oficina, em Seia, sempre a reparar a mota pelo percurso, sempre com problemas. Fiz de tudo para me limitar a chegar a Buenos Aires, o objetivo principal era terminar já que impor o meu ritmo e as minhas capacidades estava fora de questão”, afirmou o piloto de Seia.
Al-Attiyah mais seguro na frente com vitória em especial
Ao volante de um Mini All4 Racing, Nasser Al-Attiyah foi o mais rápido na etapa e deu mais um passo rumo à vitória no Dakar, que será a segunda na sua carreira. O qatari ganhou mais 4m24s a Giniel De Villiers e deixou o sul-africano da Toyota a 28m22s.
Orlando Terranova voltou a andar nos lugares do pódio. Desta vez foi segundo, enquanto Yazeed Al-Rajhi prepara-se para concluir o seu primeiro Dakar na terceira posição. Razões de preocupação, ganharam os responsáveis da Peugeot Sport. A equipa viu Stéphane Peterhansel parar pelo caminho com problemas mecânicos no 2008 DKR. Mas o francês conseguiu encontrar uma solução e ainda chegou ao fim com o oitavo tempo. De qualquer forma, não vai além do 14º posto na geral.
Quem deverá estar fora de prova é o vencedor de 2014. Nani Roma já estava atrasado na classificação devido aos problemas mecânicos no Mini dos dois primeiros dias, mas hoje foi impedido de continuar depois de ter sofrido um acidente ao quilómetro 193. O carro caiu num buraco mas piloto e co-piloto estão bem fisicamente. A equipa adiou a decisão de continuar ou não em prova depois dos técnicos avaliarem o estado do Mini.
Sousa foi décimo na etapa
Entre os portugueses, Carlos Sousa e Paulo Fiuza, no Mitsubishi ASX, voltaram a ser os melhores. A dupla nacional acabou em décimo lugar e segue na nona posição, agora a pouco mais de dois minutos do oitavo posto.
Ricardo Leal dos Santos partiu mais atrasado e teve de passar vários adversários em pista. Mesmo assim, conseguiu um dos melhores resultados nesta edição. Fez o 17º tempo e está no 26º lugar. Filipe Palmeiro, navegador de Boris Garafulic, é 12º, enquanto Vítor Jesus, que corre ao lado de Nazareno Lopez, ocupa o 40º posto.
Nos quads, a vitória está praticamente entregue a Rafal Sonik, que compete com uma Yamaha. A desistência de Ignacio Casale com problemas mecânicos na sua Yamaha, deixou o líder com uma vantagem de quase três horas para o agora segundo, Jeremias Ferioli. O polaco só precisa de chegar a Buenos Aires para celebrar o triunfo.
Nos camiões, Eduard Nikolaev venceu mais uma tirada, mas ganhou menos de um minuto ao seu companheiro de equipa na Kamaz, Ayrat Mardeev. Este segue, assim, na frente com mais de 13 minutos para gerir.
Amanhã realiza-se a 12ª etapa do Dakar 2015. São 378 km para carros e camiões, dos quais 194 km são percorridos contra o cronómetro. As motos e os quads cumprem a segunda metade da etapa maratona, com uma ligação de 24 km e um sector selectivo de 357 km.