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Haja equilíbrio!

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Haja equilíbrio!

Quantas vezes, ao tomarmos conhecimento da insolvência, decadência, inviabilidade ou mesmo fecho de um dado negócio/empresa, relacionado com a nossa actividade, próximo de nós ou de alguém que nos é chegado, não reagimos questionando o que correu mal? Rapidamente a nossa mente desenvolve um conjunto de operações e fatidicamente leva-nos a uma de duas conclusões: “Como foi possível, tinha tudo para dar certo”, ou então “era evidente que face a…o resultado não podia ser outro”.

Esta reflexão, exercitada muitas vezes involuntariamente, ao longo da minha vida pessoal e profissional, leva-me a relevar a necessidade de existir equilíbrio em tudo aquilo que fazemos.

Diz o ditado que é em tempo de crise que se fazem os grandes negócios, acredito que sim. Mas isso levar-nos-ia para outra dimensão. Certo é que situações de desaceleração, estagnação ou recessão macroeconómica, retirando as excepções que confirmam a regra, não contribuem para o desenvolvimento de nenhuma actividade comercial. Contudo, a conjuntura da nossa actividade é tudo aquilo que diariamente connosco interage. É por isso que todos devemos, seja qual for a actividade ou contexto em que estamos inseridos, analisar a interacção dos que e para quem, actuamos.

A adequação da nossa oferta às expectativas e às necessidades dos nossos clientes, exige o mesmo equílibrio que a adequação da nossa oferta enquanto pais, amigos ou colegas de trabalho ou de tertúlia.

Talvez por deformação profissional e enquanto responsavel por uma entidade gestora, resultante em grande parte do sector automóvel, o tema desta reflexão se dirija à necessidade de ser permanentemente avaliado o equilíbrio da minha actividade. Pela deformação mencionada, vou reflectir na “pele” de um produtor de óleos lubrificantes usados que presta serviços oficinais.

Quem são os meus clientes e quais as suas expectativas? Será que a qualidade dos produtos e serviços que eu lhes disponibilizo respondem apenas ao serviço solicitado ou também às suas expectativas, sejam elas de natureza económica, ambiental ou sentimental? Será que a perda de clientes com que me estou a deparar, se deve apenas à conjuntura económica, ou à falta de equíbrio entre o que ofereço e o que os meus clientes esperam que eu ofereça? Será que estou acautelado quanto às obrigações legais decorrentes da minha actividade, como por exemplo a entrega de resíduos? E das potenciais coimas que dai podem advir? Será que a gestão implementada é suficientemente equilibrada para garantir de forma sustentável a minha sobrevivência? Onde e como será razoável actuar? Reduzo a qualidade dos produtos ou do serviço? Ou mantenho-a e relevo-a perante os clientes correndo o risco de eles a não poderem pagar?

Não vou colocar mais perguntas, nem vou sequer ter a veleidade de responder às que formulei. O meu objectivo é chamar a atenção para a necessidade de constantemente ser garantido o equilíbrio da nossa actividade, tal como o da nossa vida, tendo sempre em consideração que, o nosso problema pode ser comum ao de outros, que podemos e devemos recorrer às associações, aos organismos oficiais, aos fornecedores, bem como escutar atentamente os clientes. Não proceder assim é um risco elevado e há riscos que não devemos correr.

Aníbal Vicente
Gerente da Sogilub

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