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Hoje não há automóveis para ninguém…

Artigo
Hoje não há automóveis para ninguém…

Já há uns tempos que não pegava no iPad e escrevia uma prosa para o Tó Pereira. Houve sempre uma qualquer coisa pelo meio. Mas, desta vez, mesmo estando de novo fora do país, arranjei o tempo para a escrita.

Este fim de semana foi muito bom, tal como tinha sido o último dia de Abril. Na luta suja por parte da lista A nas eleições para a Presidência do ACP, triunfou a razão dos sócios deste grande clube português. A força dos sócios estava lá para separar o trigo do joio e responder com um resultado que foi mais do que significativo e concludente a este verdadeiro assalto… Foi a resposta justa a pára-quedistas e especialistas de mídia de reputação mais do que duvidosa, que não usaram outros meios senão os da infâmia, da mentira, dos golpes baixos. O resultado a este comportamento totalmente desprovido de qualquer ética está bem patente nos 67% de Carlos Barbosa, contra os 33% da outra lista. Os sócios do ACP não querem personagens dúbios na direcção. Os onze anos da actual presidência e os benefícios sem fim que alcançou para os sócios falam por si. Têm de ir à procura de trabalho para outro lado, pois o ACP não alberga gente desta.

O fim de semana no Norte, primeiro em Celorico de Basto e depois em Guimarães, foi um misto de sensações. A conferência da União de Exportadores da CPLP foi um grande êxito, resultante de um excelente trabalho dos núcleos sob a direcção do Mário Costa. Mais ainda se espera de muito positivo nesta cooperação com a União Empresarial da CPLP nos próximos tempos e certamente o Primeiro Fórum da UECPLP na última semana de Junho na FIL será a prova de que em Portugal e no mundo lusófono há muito potencial para se concretizarem projectos de vida e negócios bilaterais.

Porém, logo em seguida, fez-se rumo a Guimaraes. O Glorioso jogava no campo do Vitória e não ia ser fácil já ali, no berço da Nação, obter-se o tão desejado e merecido bicampeonato. Fui assistir no meio da bancada branca e preta do Guimaraes, cujos fãs são mais fanáticos e ferrenhos pelo seu clube do que os adeptos dos outros clubes do Norte. Era o que me diziam, que tivesse cuidado, que aquilo podia correr mal… Mas, não só não correu mal, como aprendi muito com esta experiência de ver um jogo decisivo para o meu Benfica SEM ME MANIFESTAR nem mostrar qualquer reacção. Isto foi assim uma lição de vida e deu para respeitar ainda mais o comportamento do meu Presidente, Luis Filipe Vieira, quando assiste aos jogos do nosso clube. Presidente, como te compreendo e agora ainda mais te aprecio.

Saí minutos antes do final, tinha de chegar a Lisboa a horas decentes, pois esta semana era de trabalho na Alemanha e começava logo pelas seis da manhã de segunda. Vi de passagem a equipa da CM TV na frente da porta 16 ou 17, aquela dos adeptos do Benfica. Eu tinha saído da 21 e achei que a presença deles ali tinha a ver certamente como anúncio de “merda no beco”… Não podia ser outra coisa. No entanto, que eles fossem testemunhas da maior cena de violência da PSP de Guimar~ees é que ninguém certamente pensava. Continuei, peguei no carro e parei na bomba da Maia para abastecer. O funcionário disse que eu era o último cliente que ele  ia deixar entrar na loja, que os índios vinham aí, que ele não queria de forma nenhuma que lhe rebentassem com o estabelecimento, enfim, que estava à espera de um verdadeiro acto de violência. Afinal, este já tinha sido cometido nas instalações do Guimarães por “adeptos” do Benfica, alegadamente, provocando um prejuízo de mais de uma centena de milhares de euros e que o Benfica irá pagar ao Guimarães.

Ouvi as notícias na TSF e pensei que o Marquês ia ser palco de mais tumultos certamente. E foi, infelizmente, terminando assim uma festa que deveria ter sido de arromba e foi arrombada.

Pergunto se este é o meu futebol. Pergunto o porquê de todos estes actos de vandalismo, de violência, de ódio. Não sei a origem deles, mas sei que escritas e comportamentos de pessoas com responsabilidade nos Órgãos Sociais do Benfica e na Comunicação Social do clube não terão eventualmente provocado estes distúrbios, mas certamente não contribuíram para que fossem evitados. O Benfica e o futebol português não precisam destes “incentivos”, obrigado.

Ah, já agora, eu sou sócio do SL Benfica há 61 anos, tenho o nr. 1863 portanto não sou benfiquista de recente criação, sou desde sempre, desde o berço e com as quotas sempre pagas… desde o primeiro dia! Portanto, tenho toda a legitimidade para falar como verdadeiro benfiquista.

Domingos Piedade

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