Hyundai i20 1.2 MPi Comfort
Hyundai
i20
1.2 MPi Comfort
2015
Utilitários
5
Dianteira
1.2
84/6000
170
12,8
119
14 950/16 140
Habitabilidade e mala, Estética em progresso, Solidez, Rigor construtivo, Consumos a velocidades estabilizadas
Caixa demasiado longa, Consumos a ritmos menos constantes, Qualidade de materiais
Velocidade máxima anunciada (km/h) | 160 |
Acelerações (s) | |
0-100 km/h | 14,0 |
0-400 m | 19,3 |
0-1000 m | 35,3 |
Recuperações 60-100 km/h (s) | |
Em 3ª | 8,5 |
Em 4ª | 13,1 |
Em 5ª | 19,1 |
Recuperações 80-120 km/h (s) | |
Em 4ª | 19,1 |
Em 5ª | 20,7 |
Distância de travagem (m) | |
100-0 km/h | 37,7 |
Consumos (l/100 km) | |
Estrada (80-100 km/h) | 4,1 |
Auto-estrada (120-140 km/h) | 5,5 |
Cidade | 6,7 |
Média ponderada (*) | 5,94 |
Autonomia média ponderada (km) | 842 |
(60% cidade+20% estrada+20% AE) | |
Medidas interiores (mm) | |
Largura à frente | 1350 |
Largura atrás | 1280 |
Comprimento à frente | 1160 |
Comprimento atrás | 600 |
Altura à frente | 970 |
Altura atrás | 880 |
Diferentes ordens de prioridades ditaram que a Hyundai, marca líder do grupo de que também faz parte a Kia, dedicasse uma atenção especial ao mercado europeu um pouco mais tarde do que a sua congénere. Isto porque, por um lado, as vendas nos mercados interno e das regiões adjacentes assumem uma importância ainda mais decisiva na sua performance comercial; e, por outro, porque era necessário garantir com alguma urgência um maior peso específico à Kia desde que esta passou a integrar o conglomerado sul-coreano, corria o ano de 1998.
Contudo, com o passar dos tempos, e a estabilização das estratégias comerciais de ambas as marcas, paulatinamente, a Hyundai tem vindo a encarar com redobrados cuidados o Velho Continente. Por isso, são cada vez mais os seus produtos que são não só projectados a pensar na Europa, como concebidos e produzidos em território europeu. É este o caso da nova geração do i20, acabada de chegar a Portugal, e com renovadas ambições de assumir uma posição de destaque num segmento tão povoado quanto concorrencial.
Pese embora tenha por base uma plataforma totalmente nova, o i20 não rompe, propriamente, com a herança que lhe foi passada pelo seu antecessor, antes a Hyundai optou por fazer evoluir o modelo de forma notória, mas numa lógica de continuidade, em todos os domínios. Isso mesmo evidenciam as suas linhas exteriores: sem negarem a sua proveniência, também são capazes de satisfazer os padrões estilísticos vigentes na Europa, graças a formas modernas e com um certo dinamismo, proporções equilibradas e uma discrição que nem sempre é o forte das criações orientais, primando por uma inequívoca sobriedade.
De uma forma sucinta, pode afirmar-se que se o novo i20 não será um automóvel cujo visual desperte arrebatadas paixões, também não será a estética a constituir óbice para quem equacione a sua aquisição. Sendo óbvio que, neste particular, dá seguimento ao progresso já registado pelo seu antecessor na aproximação aos gostos europeus.
O habitáculo, por seu turno, é capaz de provocar sentimentos contraditórios. A já referida nova plataforma que serve de base ao i20, com uma distância entre eixos mais generosa, faz deste um dos maiores representantes da sua classe, e, por consequência, um dos mais espaçosos. Por isso, a ampla habitabilidade permite-lhe acolher com apreciável facilidade quatro passageiros adultos (e mesmo um quinto, embora aí com algumas concessões à comodidade), ao mesmo tempo que a capacidade da bagageira é das mais elevadas do segmento.
O ambiente interior está de acordo com a tradição da marca, e com a da generalidade dos construtores orientais nesta matéria, exibindo uma decoração sóbria, discreta, marcada pelo preto adoptado pela maioria dos plásticos, e por tons de cinzento da generalidade dos revestimentos. Pena que a qualidade interior seja mais assegurada pelo rigor da montagem do que pelo recurso a materiais especialmente convincentes em termos de agrado ao toque – na sua maioria, são plásticos duros, embora também seja imperioso salientar que a qualidade de vida a bordo não é afectada por um excesso de ruídos parasitas, o que só abona em favor do já referido rigos construtivo.
Já sentado no seu devido lugar, o condutor do novo i20 é brindado com um posto de condução muito correcto, e um banco que garante um apreciável compromisso entre conforto e apoio lateral. A ergonomia também está em bom plano, ao passo que a instrumentação e o ecrã de bordo, dispensando o recurso a grandes artifícios estilísticos ou decorativos, têm como principal atributo uma óptima legibilidade, assim cumprindo em pleno o que deles se espera em matéria de funcionalidade – que, no fundo, é o que mais importa.
Neste início de comercialização, o novo i20 é disponibilizado entre nós numa versão Diesel, numa variante 1.4 a gasolina e em duas versões 1.2 a gasolina, de 75 cv e 84 cv. Esta última foi a eleita para esta primeira avaliação do utilitário coreano, até porque se prevê venha a ser uma das preferidas do consumidor luso, a par da animada pelo motor a gasóleo – pelo menos até à chegada da nova geração de motores sobrealimentados de reduzida capacidade e alto rendimento que a Hyundai está a desenvolver.
Dinamicamente, a primeira impressão transmitida pelo i20 1.2 MPi de 84 cv é a de que a preocupação para com os consumos acaba por condicionar notoriamente o agrado de utilização. A caixa de relações bastante longas, com excessivas quebras de regime sobretudo a partir da 3ª velocidade, conjugada com um motor que até oferece um rendimento interessante, mas que só responde com franqueza a partir das 3500 rpm, levam a que a progressão seja algo lenta, e ainda mais difícil acima dos 140 km/h, sem que a economia de utilização saia assim tão beneficiada. Ou seja: se a velocidades estabilizadas o modelo até consegue alcançar valores bastante meritórios, sempre que o percurso apresente maior relevo, ou obrigue a maiores variações de velocidade, os valores tendem a disparar, não sendo difícil superar os 9,0 l/100 km de média nestas circunstâncias.
Por outro lado, esta combinação caixa/motor leva ainda a que este último pareça estar em esforço sempre que se lhe pede um pouco mais, algo que fica patente também no seu ruído de funcionamento algo elevado a rotações mais elevadas. Encómios merece o comando da caixa de velocidades, que não sendo especialmente rápido, é muito suave e preciso, fazendo jus à tradição dos fabricantes orientais neste domínio.
Do que não restam dúvidas é que o conjunto motor/caixa fica notoriamente aquém das capacidades do châssis, mesmo que com algum empenho seja possível manter um ritmo de condução mais dinâmico. Além de um conforto de rolamento apreciável, o i20 1.2 MPi de 84 cv exibe um comportamento sempre honesto e muito previsível, traduzido numa elevada facilidade de condução. Nota mais para o facto de a Hyundai não ter grandes dúvidas acerca da capacidade de decisão dos seus clientes, por isso disponibilizando-lhes um botão que permite desligar o controlo de estabilidade – os mais afoitos ganham aqui a possibilidade de usufruir de alguma diversão ao volante, se bem que, numa utilização mais exigente, os pneus sejam o elemento mais castigado, sobretudo quando se tenta contrariar a tendência subviradora do modelo nos limites, até porque os Cinturato não são, propriamente, as borrachas mais performantes da Pirelli (nem se esperaria que fossem essas as eleitas para um automóvel desta categoria).
Mas a verdade é que a condução desportiva não é, de todo, a vocação do i20 1.2 MPi, e também não o é menos do que, enquanto utilitário, a nova criação da Hyundai cumpre bem com aquilo que se exige a um modelo da sua categoria. Espaçoso, com uma imagem sóbria e cativante, e um bom desempenho dinâmico, oferece até uma apreciável economia de utilização quando conduzido com moderação. O preço desta versão Comfort, liminarmente abaixo da barreira psicológica dos 15 mil euros, não só se ajusta ao praticado pela principal concorrência, como é justificado pelas competências do modelo e por um nível de equipamento de série suficientemente recheado (destaque para a inclusão do sistema de auxílio à manutenção na faixa de rodagem, algo ainda raro a este nível), ao qual se recomenda a adição do Pack de Lançamento, disponível até final do mês por €1190. Por fim, mas não menos importante, principalmente num país em que a maioria da população não troca de automóvel com a regularidade com que, certamente, gostaria, a garantia geral de cinco euros é mais um factor a ter em conta, pela sua invulgaridade, sobretudo nesta classe de veículos.
Motor | |
Tipo | 4 cil. em linha, transv., diant. |
Cilindrada (cc) | 1248 |
Diâmetro x curso (mm) | 71,0×78,8 |
Taxa de compressão | 10,5:1 |
Distribuição | 2 v.e.c./16 válvulas |
Potência máxima (cv/rpm) | 84/6000 |
Binário máximo (Nm/rpm) | 122/4500 |
Alimentação | injecção electrónica multiponto |
Dimensões exteriores | |
Comprimento/largura/altura (mm) | 4035/1734/1474 |
Distância entre eixos (mm) | 2570 |
Largura de vias fte/trás (mm) | 1514/1514 |
Jantes – pneus (série) | 6Jx15″ – 185/65 |
Jantes – pneus (instalados) | 6Jx16″ – 195/55 (Pirelli Cinturato) |
Pesos e capacidades | |
Peso (kg) | 1055 |
Relação peso/potência (kg/cv) | 12,55 |
Capacidade da mala/depósito (l) | 301-1017/50 |
Transmissão | |
Tracção | Dianteira |
Caixa de velocidades | Manual de 5+m.a. |
Direcção | |
Tipo | pinhão e cremalheira, com assistência eléctrica |
Diâmetro de viragem (m) | 10,2 |
Travões | |
Dianteiros (ø mm) | Discos ventilados (256) |
Traseiros (ø mm) | Discos maciços (262) |
Suspensões | |
Dianteira | McPherson |
Traseira | Barra de torção |
Barra estabilizadora frente/trás | sim/sim |
Garantias | |
Garantia geral | 5 anos sem limite de km |
Garantia de pintura | 5 anos |
Garantia anti-corrosão | 12 anos |
Intervalos entre manutenções | 20 000 km ou 12 meses (1ª intervenção aos 15 000 km) |
Airbag para condutor e passageiro (desligável)
Airbags laterais dianteiros
Airbag de cortina
Cintos dianteiros com pré-tensores+limitadores de esforço
Controlo electrónico de estabilidade
Assistência ao arranque em subida
Fixações Isofix
Ar condicionado manual
Computador de bordo
Cruise-control+limitador de velocidade
Banco do condutor com regulação em altura
Banco traseiro rebatível 60/40
Volante em pele regulável em altura+profundidade
Volante multifunções
Faróis de nevoeiro dianteiros
Alarme
Rádio com leitor de CD+mp3+tomadas USB/Aux+4 altifalantes
Mãos-livres Bluetooth
Vidros eléctricos FR+TR
Retrovisores eléctricos+aquecidos
Sensores de estacionamento traseiros
Sistema de monitorização da pressão dos pneus
Jantes em aço de 15″
Pintura metalizada (€320)
Pack de Lançamento (€1190 – inclui: jantes de liga leve de 16″+luzes diurnas por LED+luz de curva+docking station para smartphones)