Kia cee´d Scoupé GT 1.6 Turbo GDI 204 cv
Kia
c'eed SCoupe
GT 1.6 Turbo GDI 204 CV
2013
Familiares compactos
3
1.6
204/6000
230
7,7
171
29 840
Preço, Prestações, Motricidade, Agilidade
Sonoridade do motor, Direcção, ESP demasiado interventivo
Velocidade máxima anunciada (km/h) | 230 |
Acelerações (s) | |
0-100 km/h | 7,7 |
0-400 m | 15,5 |
0-1000 m | 27,7 |
Recuperações 60-100 km/h (s) | |
Em 3ª | 3,9 |
Em 4ª | 4,9 |
Em 5ª | 6,3 |
Recuperações 80-120 km/h (s) | |
Em 4ª | 5,3 |
Em 5ª | 7,0 |
Em 6ª | 8,5 |
Distância de travagem (m) | |
100-0 km/h | 35 |
Consumos (l/100 km) | |
Estrada (80-100 km/h) | 6,0 |
Auto-estrada (120-140 km/h) | 7,6 |
Cidade | 8,6 |
Média ponderada (*) | 7,88 |
Autonomia média ponderada (km) | 673 |
(60% cidade+20% estrada+20% AE) | |
Medidas interiores (mm) | |
Largura à frente | 1430 |
Largura atrás | 1370 |
Comprimento à frente | 1200 |
Comprimento atrás | 660 |
Altura à frente | 1050 |
Altura atrás | 920 |
É impossível começar a escrever sobre o Kia C’eed Scoupé GT sem nos referirmos ao seu preço, que começa nos 28 490 euros. Não há, no segmento dos pequenos familiares, outro automóvel com um custo por cavalo tão baixo, ao qual se junta uma lista de equipamento de série bastante completa, onde não falta praticamente nada. Esta introdução é de particular importância para contextualizar o C’eed GT, dado ser muito fácil entrar em comparações directas com alguns concorrentes, que oferecem mais e melhor, mas cuja diferença de preço para o KIA facilmente atinge valores acima dos dez mil euros. Claro que a marca coreana não pretende atingir grandes volumes de vendas, mesmo com este preço tão competitivo, pois está consciente que será muito difícil competir num segmento onde a imagem de marca ainda conta muito e que oferece modelos com uma larga história, como é o caso do Volkswagen Golf GTI.
Mais importante do que os números atingidos nas tabelas de vendas é aquilo que o C’eed GT poderá fazer pela imagem que os consumidores, principalmente europeus, ainda têm da Kia. Até há bem pouco tempo, ninguém esperaria ver um automóvel coreano com uma imagem tão vincadamente desportiva, onde tudo está bem conjugado, demonstrando, de forma clara, que não estamos perante um C’eed “normal”, pacato e familiar. A marca coreana poderia apenas ter evitado aqueles dois conjuntos de quatro LED, colocados no pára-choques dianteiro, muito semelhantes aos que a Porsche usa em alguns modelos, que não resultam particularmente bem no C’eed GT, principalmente devido à moldura em preto brilhante. A Porsche é alemã, o CEO e chefe de departamento de design da Kia também, por isso pode estar aqui a explicação para esta “colagem” à marca de Estugarda.
Pena que esta “agressividade” estilística não tenha tido seguimento no interior, onde apenas há a destacar as excelentes bacquets Recaro com regulação eléctrica para o apoio lombar e o painel de instrumentos, que adopta uma nova configuração, com gráficos para o binário disponibilizado e pressão do turbocompressor de dupla entrada, activada através do botão GT colocado no volante. Tudo o resto é igual aos restantes C’eed, o que significa que a má pega do volante se mantém, o que acaba por não permitir que alcancemos uma posição de condução perfeita, já que as regulações do banco e coluna de direcção até são amplas. Por aqui se começa a perceber a razão do C’eed GT ser tão mais barato que os concorrentes, pois tudo aquilo que se altera obriga, naturalmente, a um aumento do preço de venda ao público. Poderíamos continuar a falar do habitáculo, destacando as suas boas qualidades familiares, ou a capacidade da bagageira, mas deixemos isso para a ficha técnica, pois o que realmente interessa aqui é percebermos se o C’eed GT é mesmo um desportivo.
Quando damos ordem de marcha ao motor, ficamos um pouco desiludidos e a achar que aquele aparato exterior é mesmo só para “inglês ver”, já que o som emanado pelo escape é muito contido, nada desportivo. Em andamento, mesmo com um acelerador em carga máxima, a sonoridade não melhora para níveis aceitáveis. Percebe-se a intenção da Kia, numa filosofia de compromisso, em que não se quer massacrar os ouvidos dos ocupantes numa viagem por auto-estrada, mas também não era preciso ser-se tão conservador. Na afinação da suspensão a solução de compromisso foi conseguida de forma bastante mais eficaz, ainda que a marca tenha optado pela forma menos onerosa, ao apenas aplicar molas com um taragem 10% mais firme e barras estabilizadoras mais grossas. Não há suspensão pilotada, nem nada que se controle electronicamente. A prova que as soluções mais fáceis também resultam surge assim que fazemos um percurso que inclua piso irregular e umas das nossas estradas de serra preferidas. Facilmente ficamos convencidos pela forma como a suspensão filtra as irregularidades, nunca sacudindo os ocupantes, ainda que, verdade seja dita, se sinta sempre como um automóvel firme, mas o qual ter-se-á que considerar confortável, tendo que se trata de um automóvel de vocação desportiva. Tudo isto é ainda mais surpreendente se atendermos ao facto de o C’eed GT montar, de série, jantes de 18” e pneus de baixo perfil.
Quando decidimos praticar uma condução mais aguerrida, que é aquela para a qual este automóvel foi desenvolvido, ficamos enfiados numa mistura de sentimentos, que nos obrigam a colocar a nossa avaliação por sectores. Continuando no capítulo da suspensão, o resultado mantém-se num nível muito alto. A carroçaria inclina muito pouco, a motricidade e a forma como a traseira se deixa escorregar para apontarmos a frente, com um ligeiro aliviar do pedal do acelerador, é notável e capaz de proporcionar belos momentos de condução. Ágil, divertido e eficaz são adjectivos que assentam que nem uma luva ao C’eed GT. Apenas é de lamentar que a marca coreana não confie totalmente nas capacidades do châssis do C’eed GT e disponibilize um ESP que não se desliga totalmente, o que acaba por castrar a agilidade, principalmente naqueles momentos em que poderíamos usar mais a boa afinação do châssis e a vivacidade do eixo traseiro. Na nossa opinião, não faz muito sentido definir o comportamento, para depois aparecer o ESP a cortar a diversão Quem não está ao mesmo nível da suspensão é a direcção, que parece não trazer qualquer melhoria face à restante gama C’eed, sendo muito pouco informativa sobre aquilo que se passa com o eixo dianteiro. Esta característica acaba por comprometer um pouco a entrada em curva, por não permitir que a frente siga exactamente para onde a apontamos.
Por outro lado, a saída pode ser feita conforme o desejo do condutor, já que os elevados níveis de motricidade nos permitem reacelarar bastante cedo e aproveitar a enorme pujança do bloco 1.6 Turbo de injecção directa, que tem mais pulmão do que a ficha técnica faz antever. É certo que isto também acontece graças a uma caixa de velocidades com as seis relações muito próximas entre si, o que tem naturais repercussões nos consumos, que são sempre altos, ao contrário do que a marca anuncia.
Numa utilização mista, rápida, é bastante fácil ver o computador de bordo marcar valores na ordem dos 11-12 l/100 km. Menos que 8,0 l/100 km só mesmo a velocidade estabilizada, sem ultrapassar os limites legais. Acaba por ser dos poucos pontos onde a Kia deu primazia à condução em detrimento do consenso e, porventura, onde não o deveria ter feito. Nos tempos que correm, não é fácil convencer alguém a adquirir um automóvel com consumos tão elevados, mesmo quando a diversão está garantida.
Na soma de todas as partes e mantendo o contexto referido no início do texto, o C’eed GT consegue sair com nota muito positiva. Não é melhor que a concorrência, mas o comprador tem muita diversão e competência por um preço bastante apelativo.
Motor | |
Tipo | 4 cil. linha, transv., diant. |
Cilindrada (cc) | 1591 |
Diâmetro x curso (mm) | 77,0×85,4 |
Taxa de compressão | 9,5:1 |
Distribuição | 2 v.e.c./16 válvulas |
Potência máxima (cv/rpm) | 204/6000 |
Binário máximo (Nm/rpm) | 265/1750-4500 |
Alimentação | injecção directa |
Sobrealimentação | turbocompressor+intercooler |
Dimensões exteriores | |
Comprimento/largura/altura (mm) | 4310/1780/1430 |
Distância entre eixos (mm) | 2650 |
Largura de vias fte/trás (mm) | 1545/1553 |
Jantes – pneus | 7,5Jx18″ – 225/40 (Michelin Pilot Sport 3) |
Pesos e capacidades | |
Peso (kg) | 1359 |
Relação peso/potência (kg/cv) | 6,66 |
Capacidade da mala/depósito (l) | 380-1225/53 |
Transmissão | |
Tracção | dianteira |
Caixa de velocidades | manual de 6+m.a. |
Direcção | |
Tipo | cremalheira com assistência eléctrica |
Diâmetro de viragem (m) | 14,1 |
Travões | |
Dianteiros (ø mm) | Discos ventilados (300) |
Traseiros (ø mm) | Discos maciços (284) |
Suspensões | |
Dianteira | McPherson |
Traseira | Multilink |
Barra estabilizadora frente/trás | sim/sim |
Garantias | |
Garantia geral | 7 anos ou 150 000 km |
Garantia de pintura | 7 anos ou 150 000 km |
Garantia anti-corrosão | 12 anos |
Intervalos entre manutenções | 30 000 km ou 24 meses |
Airbag para condutor e passageiro (desligável)
Airbags laterais dianteiros
Airbags de cortina
Controlo electrónico de estabilidade
Alarme
Cintos dianteiros com pré-tensores e limitadores de esforço
Fixações Isofix
Assistente aos arranques em subida
Ar condicionado automático bizona
Computador de bordo
Bancos dianteiros com regulação em altura/apoio lombar
Direcção com assistência variável
Banco rebatível 60/40
Volante em pele regulável em altura+profundidade
Volante multifunções
Alarme
Rádio com leitor de CD++entradas USB/Aux
Mãos-livres Bluetooth
Vidros eléctricos FR
Retrovisores exteriores eléctricos+aquecidos+rebatimento eléctrico
Retrovisor interior electrocromático
Cruise-control+limitador de velocidade
Sensores traseiros de estacionamento
Jantes de liga leve de 18″
Sistema de monitorização da pressão dos pneus
Kit anti-furo
Painel de instrumentos digital com dois grafismos diferentes
Sensor de luz/chuva
Bancos desportivos Recaro
Sistema de navegação+camara de marcha-atrás (€1350)