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Lewis, sinceramente, não esperava uma coisa destas de ti…

Artigo
Lewis, sinceramente, não esperava uma coisa destas de ti…

Este fim de semana, mais vez, autoconvenci-me a assistir a mais um Grande Prémio de F1. Eu sei, já me vão dizer que tenho alguma coisa de masoquista. Se calhar tenho e ainda não me apercebi, pois não só me predispus a ver uma corrida insípida, como o fiz na Sport TV… Felizmente é só mais um fim de semana, e depois o João Carlos Costa já vai tomar conta das transmissões na Eurosport com a sua equipa, levando os melhores para a estação internacional. Sei quem eles são e foram bem escolhidos. Sabem do que falam e têm o Drive necessário – fazendo o que bem sabem fazer em cada área de transmissão, e com o leadership do JC, aquilo vai melhorar.

No entanto, com uma ou outra passagem pela RTL, fiquei até à última para ver o que o meu amigo Nelson Piquet, cada vez mais louco e imprevisível, ia aprontar. Eu já tinha visto no Facebook que ele ia mesmo pôr o pé na argola, como sempre, mas desta vez já a anunciar que ia dar barraca nas entrevistas após corrida no pódio, inclusive a querer entrevistar o Lewis Hamilton com umas perguntas sobre a mãe dele, e a festa de aniversário que o inglês lhe tinha oferecido uns dias antes em Londres, eu vi logo que aquilo ia dar bode…

Mas, felizmente, e, quem sabe, levando em conta os acontecimentos de sexta treze à noite, em Paris, decidiram substituir o brasileiro pelo Martin Brundle – e acho que fizeram muito bem. Quando vi o Martin entrar na área do pódio, dei um suspiro de alívio. É que, conhecendo o Piquet como o conheço, há 40 anos, estava certo que se tinha evitado uma daquelas cenas que seriam muito, mas mesmo muito, incómodas. Para isso, já tínhamos tido uma dose de estupidez com as declarações do Presidente da FIA, o francês Jean Todt, no sábado, a dizer à comunicação social que toda a gente se tinha revoltado com o número de vítimas do atentado de Paris, mas ninguém se referia aos milhares de mortes diárias em acidentes rodoviários em todo o mundo. Aquilo caiu mal em toda a gente, independentemente de ele ter a sua razão factual, mas temporalmente desfasada. Portanto, houve o bom senso para uma boa acção no domingo, antes do GP, com o minuto de silêncio pelas vítimas de Paris e pelas vítimas rodoviárias…

Mas voltemos ao pódio no final da corrida. Martin, como sempre, e usando o seu à vontade televisivo nesta sua carreira pós-piloto, deu logo a impressão de que podíamos estar descansados que aquilo das entrevistas em directo e sem rede para todo o mundo ia correr bem. E correu… mais ou menos, ou seja, as entrevistas com o Nico Rosberg e o Vettel até foram giras e normais, assim estilo low profile.

Mas, e há sempre um “mas” nas histórias de corridas, aquilo com o Lewis Hamilton viu-se logo que a vaca ia para o brejo. Já se tinha notado que o inglês estava com maus fígados, não tendo saudado o companheiro após a corrida, e ignorando praticamente a presença do alemão a seu lado. Quando Martin se dirigiu a Lewis, este, primeiro, mandou um berro para a galera, “OLÁ, BRASIL…”, como se quisesse chamar a atenção que agora ia falar o campeão do mundo na terra do seu ídolo, Ayrton Senna.

E veio, logicamente, a parte caricata, quando Hamilton disse que a pista de Interlagos era excelente, mas que não se conseguia ultrapassar, mesmo quando se era mais rápido, em alusão ao seu segundo lugar atrás de Rosberg. Eu sei que ele estava a guiar, mas, quando chegar a casa e vir o filme da corrida, vai ver como um puto de 18 anos fez uma série de ultrapassagens à maneira, o que o deve levar a morder a língua. Ó Lewis, sinceramente, não esperava uma coisa destas de ti… Deves estar a brincar comigo, ou quê?

Max Verstappen, Campeão da Europa e do Mundo de Kart, pôs as garras de fora e mostrou várias vezes a Lewis como se ultrapassa em Interlagos, como nos seus tempos do karting. E eu sei que o Lewis também sabe que nós todos, amantes das corridas de automóveis, sabemos que ele, Lewis Hamilton, SABE MUITO BEM COMO SE ULTRAPASSA ASSIM À LA MAX VERSTAPPEN. O inglês sempre foi agressivo na sua forma de guiar, sempre, desde o kart, onde bateu regularmente Nico Rosberg, então também já seu colega de equipa. Portanto, MR. LEWIS HAMILTON, STOP GIVING THIS BULLSHIT  tanto a nós como aos seus fãs de corridas de F1, OK?

Então marcamos encontro para daqui a duas semanas, em Abu Dhabi,  na corrida final desta época. Mas eu quero ver lá o verdadeiro Lewis Hamilton, não aquele que deu uma desculpazita do politicamente correcto. Combinado?

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zyrgon