Lexus UX 250h F Sport
Lexus
UX
250h F Sport
2019
SUV
5
Dianteira
2.0 Híbrido
184/n.d.
177
6,3
4,6/4,5/4,3 (Extra-urbano/Combinado/Urbano)
126
50 600
Consumos, Imagem ousada e diferenciadora, Qualidade geral e requinte, Equipamento, Conforto, Facilidade de utilização, Agrado de condução, Classe 1 (mesmo sem Via Verde)
Capacidade da mala, Ruído do motor a alto regime, Velocidade máxima, Grafismo e touchpad do sistema de infoentretenimento, Largura atrás
Velocidade máxima anunciada (km/h) | 177 |
Acelerações (s) | |
0-100 km/h | 8,6 |
0-400 m | 16,2 |
0-1000 m | 29,9 |
Recuperações 60-100 km/h (s) | |
Em D | 4,8 |
Recuperações 80-120 km/h (s) | |
Em D | 5,5 |
Distância de travagem (m) | |
100-0 km/h | 37,7 |
Consumos (l/100 km) | |
Estrada (80-100 km/h) | 4,7 |
Auto-estrada (120-140 km/h) | 5,6 |
Cidade | 5,3 |
Média ponderada (*) | 5,24 |
Autonomia média ponderada (km) | 821 |
(60% cidade+20% estrada+20% AE) | |
Medidas interiores (mm) | |
Largura à frente | 1440 |
Largura atrás | 1360 |
Comprimento à frente | 1120 |
Comprimento atrás | 710 |
Altura à frente | 1000 |
Altura atrás | 950 |
Não há como evitá-lo, a imagem é mesmo o primeiro elemento em destaque para quem atente, pela primeira vez, no novo Lexus UX 250h, protagonista deste ensaio. No modelo de acesso à gama SUV da divisão de luxo da Toyota, a estética é atributo incontornável, com as protecções em plástico da carroçaria a transmitirem essa noção de um automóvel mais versátil do que os “comuns”, por sua vez contrariada por uma altura ao solo (160 mm) que não difere muito das destes – de tal forma que, nos declives mais acentuados, como rampas de garagem mais inclinadas, é com relativa facilidade que até pode bater no chão, o que compensa com uma atitude dinâmica muito agradável, e com o facto de pagar Classe 1 nas portagens sem para isso necessitar de Via Verde.
No fundo, crossover talvez seja, mesmo, a melhor classificação para o UX. Mas quão importante poderá a mesma ser quando a verdade é que a sua aparência deveras original, quase espacial, simultaneamente distinta e agressiva, dominada por linhas angulosas, é suficiente para despertar paixões, e, seguramente, o garante de que este é um automóvel que só muito dificilmente passa despercebido, e a que poucos conseguem ficar indiferentes? Muito pouco, decerto, e menos ainda nesta versão F Sport, dotada de uma série de elementos exteriores que tornam as linhas do modelo ainda mais apelativas.
Como se tal não bastasse, o interior não é menos cativante: extremamente bem concebido, fica, indelevelmente, marcado pelo painel de instrumentos. Um elemento muito semelhante ao estreado no magnífico coupé LC, com mostrador central digital “amovível” (além de mudar de aparência em função do modo de condução selecionado, pode deslocar-se para a direita, num soberbo movimento mecânico, para aumentar a área em que um indicador digital presta diversas informações) e comandos circulares, no topo de ambos os lados da respectiva moldura, para selecção dos modos TCS off/ESP off do controlo electrónico de estabilidade (à esquerda) e dos modos condução Eco, Normal e Sport (à direita).
A qualidade de construção, materiais e acabamentos é, também ela, de nível superior, merecendo aqui nota especial os bancos desportivos revestidos a pele e Alcantara desta versão F Sport, com os dianteiros a proporcionarem um bom apoio a quem os ocupa, contribuindo de forma decisiva para a excelente posição de condução, correcta, baixa (muito mais do que o habitual nos SUV) e muito envolvente. A ergonomia também evoluiu de modo significativo face ao conhecido de outas criações recentes da Lexus, parecendo reduzir-se, enfim, a tendência, tão cara à generalidade dos fabricantes orientais, de instalar um botão em quase tudo quanto é sítio.
Apesar do fácil acesso ao interior, a habitabilidade traseira é não mais do que aceitável, idealmente apenas para dois passageiros, menos pelo espaço para pernas do que pela largura – a isto havendo de juntar uma mala algo acanhada, com não mais do que 320 litros de capacidade com os cinco lugares montados, e ampliável até 438 litros mediante o rebatimento assimétrico do banco traseiro – menos mal que, sob o piso, existe um compartimento generoso, que permite acomodar mais alguns pertences.
Mas estas serão vicissitudes decorrentes das dimensões exteriores compactas, mais características do que, propriamente, defeitos. O que merecia ser revisto é o sistema de infoentretenimento, muito completo em termos de funções, é um facto, mas a padecer não só de um grafismo simplista, algo datado e pouco distinto (basicamente o mesmo que se pode encontrar nalguns modelos da Toyota), como se um touchpad de comando que, pela sua sensibilidade, continua a exigir muita habitação para se acertar à primeira onde se pretende. Óbice, ainda assim, parcialmente minimizado pela nova “central de comando” das funções multimédia, montada entre os bancos, e que assenta perfeitamente sob a palma da mão, com vários botões destinados a comandar as principais funções áudio (uma solução que se elogia, mesmo que aquém de sistemas afins, mas mais completos, como os possíveis de encontrar em certos modelos alemães).
Primeiro modelo da Lexus assente na plataforma GA-C (Global Architecture Compact), versão bastante optimizada da TNGA utilizada pelos Toyota Prius, CH-R e Corolla, o Lexus UX desde logo beneficia, por isso, de uma maior ligeireza, graças, por exemplo, às portas e capot construídos em alumínio. Capot este sob o qual, no caso do UX 250h F Sport, está montada uma motorização híbrida composta pelo motor 2.0 a gasolina de ciclo Atkinson, com 152 cv e 490 Nm, e por um motor eléctrico com 109 cv e 202 Nm (alimentado por uma bateria de hidretos metálicos de níquel), para uma potência combinada de 184 cv.
A caixa é do tipo CVT de variação contínua, com seis posições pré-definidas que aumentam o travão motor, elegíveis pelo condutor através do comando manual em sequência, disponível na alavanca ou nas patilhas no volante. No modo totalmente automático oferece os modos de funcionamento Normal e Sport, este último um pouco mais dinâmico.
Ao seu dispor, o utilizador tem não só os modos de condução Eco, Normal e Sport, como um modo 100% eléctrico acionável através de um botão específico, colocado entre os bancos. Embora seja possível, com os máximos cuidados, percorrer um par de quilómetros neste modo (disponível até aos 115 km/h), o facto é que a principal função da vertente híbrida do grupo motopropulsor é mesmo optimizar ao máximo a eficiência do conjunto, permitindo que o motor de combustão seja desligado sempre que possível – e, nesse particular, sobram encómios para o UX 250h.
Veja-se os consumos, verdadeiramente soberbos para uma unidade a gasolina com este nível de rendimento, tanto em estrada e auto-estrada como em cidade, desde que se adoptem velocidades estabilizadas e moderadas – quase fazendo inveja a um Diesel de potência equivalente, e sem que para tal sejam exigidos cuidados ou sacrifícios de maior. A ritmos (bastante) mais dinâmicos, as médias podem quase duplicar, e aproximar-se dos 10,0 l/100 km, e até subir para perto dos 13,0 l/100 km caso se opte por andar sempre “a fundo”. Apesar de tudo, não são valores preocupantes, tendo em conta a potência em questão, mesmo que esta não seja, de todo, a forma ideal de tirar o melhor partido do modelo.
Se as prestações convencem em termos de acelerações e recuperações, a velocidade máxima de 177 km/h é bastante modesta para a categoria. Não obstante, saliente-se que, em qualquer dos modos de condução disponíveis, a resposta do motor, mesmo nas solicitações mais intensas, é sempre pronta, ainda que mais constante do que vigorosa, como é típico deste género de transmissão, embora com a pujança necessária para que seja possível imprimir ritmos de condução interessantes.
Já os condutores mais dinâmicos tenderão a identificar algumas características do UX 250h que, mais uma vez, comprovam que o seu principal mérito, neste capítulo, é mesmo a eficiência. Por exemplo, nas acelerações mais intensas, a transmissão, como é seu timbre, de imediato leve o motor para o seu regime máximo de funcionamento, o que acaba por ser acompanhado da habitual, mas não menos desagradável, sonoridade esforçada da unidade motriz, que só não é mais presente no habitáculo devido ao meritório trabalho levado a cabo no respectivo isolamento acústico e térmico.
Outro ponto a rever será a obrigatoriedade de o modo Sport, um pouco mais responsivo, ser acompanhado do emulador de som que tenta replicar a sonoridade de um motor mais poderoso, mas sempre de uma forma que resulta deveras artificial. Chegando a ser confrangedora a simulação de passagens de caixa convencionais, e consequentes percas de regime, quando o motor está a funcionar num regime constante…
Para bem usufruir do UX 250h F Sport, nada melhor, portanto, do que respeitar os objectivos para que foi concebido: progressividade e contenção sobre o pedal da direita, para assegurar uma notável frugalidade, e desfrutar de uma dinâmica em tudo semelhante à de um automóvel comum, em boa medida devido a um centro de gravidade invulgarmente baixo para uma proposta deste tipo. Este parece ser, de facto, o SUV em que a Lexus mais apostou na qualidade da dinâmica, gerindo de forma exemplar as transferências de massa, e curvando eficácia e elegância, por via das suas evoluídas e bem afinadas suspensões.
A sigla F Sport poderá levar alguns a pensar que desportividade também é termo que faz parte do léxico do UX 250h F Sport, mas não faz muito. É bastante mais fácil e seguro de conduzir do que, propriamente, desportivo, mas sem deixar de ser envolvente, e se é um facto que o desligar por completo do ESP confere um pouco mais de agilidade à condução, se bastante provocado o veículo nesse sentido, o facto é que o grande equilíbrio do châssis, os pneus largos e o carácter do próprio motor voltam a apontar para uma utilização racional, familiar e civilizada, aquele em que o modelo mais consegue brilhar, até porque o nível de conforto que a sofisticada suspensão, com amortecimento pilotado, oferece a quem segue a bordo é simplesmente excelente, mesmo nos pisos mais degradados.
Aqui chegados, e tudo somado, não subsistem dúvidas: o novo SUV de acesso da Lexus é um automóvel tão apaixonante esteticamente, como racional em termos de utilização. Orientado para um cliente muito bem definido, prima pelo óptimo confortode marcha, pela dinâmica equilibrada, pelos excelentes consumos, pelo bem estar a bordo e pela extrema facilidade e agrado de utilização.
Mais refinado do que desportivo, apesar da designação, o preço que pratica não o coloca ao alcance de qualquer bolsa, mas os €50 600 euros pedidos pela Lexus pelo UX 250h F Sport acabam por justificar-se pela qualidade, pela exclusividade, pela imagem ainda mais distintiva e apelativa e por um excelente equipamento de série, cujo único defeito serão as escassas possibilidades de personalização.
Motor de combustão | |
Tipo | 4 cil. linha, transv., diant. |
Cilindrada (cc) | 1987 |
Diâmetro x curso (mm) | 80,5×97,6 |
Taxa de compressão | 14,0:1 |
Distribuição | 2 v.e.c./16 válvulas |
Potência máxima (cv/rpm) | 152/6000 |
Binário máximo (Nm/rpm) | 190/4400-5200 |
Motor eléctrico | |
Tipo | Síncrono de magneto permanente |
Potência máxima (cv/rpm) | 109/n.d. |
Binário máximo (Nm/rpm) | 202/0 |
Bateria | Ni-MH |
Rendimento combinado | |
Potência máxima combinada (cv/rpm) | 184/n.d. |
Dimensões exteriores | |
Comprimento/largura/altura (mm) | 4495/1840/1540 |
Distância entre eixos (mm) | 2640 |
Largura de vias fte/trás (mm) | 1550/1550 |
Jantes – pneus | 7 1/2Jx18″ – 225/50 (Dunlop Sport Maxx 050) |
Pesos e capacidades | |
Peso (kg) | 1540 |
Relação peso/potência (kg/cv) | 8,37 |
Capacidade da mala/depósito (l) | 320-438/43 |
Transmissão | |
Tracção | dianteira |
Caixa de velocidades | CVT de variação contínua+m.a. |
Direcção | |
Tipo | cremalheira com assistência electrohidráulica |
Diâmetro de viragem (m) | 10,4 |
Travões | |
Dianteiros (ø mm) | Discos ventilados (305) |
Traseiros (ø mm) | Discos maciços (281) |
Suspensões | |
Dianteira | McPherson |
Traseira | Triângulos sobrepostos |
Barra estabilizadora frente/trás | sim/sim |
Garantias | |
Garantia geral | 7 anos ou 160 000 km (10 anos para o sistema híbrido) |
Garantia de pintura | 3 anos |
Garantia anti-corrosão | 12 anos |
Intervalos entre manutenções | 30 000 km, com mudança de óleo a cada 15 000 km |
Airbag para condutor e passageiro (desligável)
Airbags laterais
Airbags de cortina
Airbag para os joelhos dos passageiros dianteiros
Cintos dianteiros/traseiros com pré-tensores+limitadores de esforço
Fixações Isofix
Controlo electrónico de estabilidade
Sistema de leitura de sinais de trânsito
Sistema de auxílio à manutenção na faixa de rodagem
Sistema de travagem autónoma de emergência com alerta de colisão dianteira e detecção de peões
Sistema de pré-colisão PCS
Bancos dianteiros com sistema de protecção da coluna cervical WIL
Assistente aos arranques em subidas
Cruise-control adaptativo+limitador de velocidade
Travão de estacionamento eléctrico com função Hold
Alarme
Ar condicionado automático bizona
Computador de bordo
Head up display
Bancos em pele
Bancos dianteiros desportivos com regulação eléctrica+aquecidos+ventilados
Volante multifunções em pele com regulação em altura+profundidade
Soleiras das portas em alumínio
Direcção de assistência eléctrica
Mãos-livres Bluetooth (telemóvel+streaming de áudio)
Sistema de som com 8 altifalantes
Sistema de navegação com ecrã de 8"
Carregamento por indução para smartphones
Acesso+arranque sem chave
Vidros eléctricos FT/TR
Vidros dianteiros acústicos
Vidros traseiros escurecidos
Retrovisores exteriores eléctricos+electrocromáticos+aquecidos+rebatíveis electricamente
Retrovisor interior electrocromático
Faróis dianteiros integralmente por LED
Faróis de nevoeiro
Sensor de luz/chuva
Sensores de estacionamentoFR/TR+câmara de estacionamento traseira
Barras de tejadilho
Jantes de liga leve de 18"
Sistema de monitorização da pressão dos pneus
Kit de reparação de furos
Kit exterior F Sport (inclui: pára-choques desportivos; grelha dianteira e moldura desportivas; emblemas laterais)