Mercedes-Benz C200 Bluetec
Mercedes-Benz
Classe C
C200 Bluetec
2014
Familiares médios
4
Traseira
1.6 Diesel
136/3800
218
9,7
99
41 223/48 612
Relação conforto-dinâmica, Consumos, Preço, Refinamento
Caixa manual, Sistema Garmin não condiz com nobreza do habitáculo
Velocidade máxima anunciada (km/h) | 210 |
Acelerações (s) | |
0-100 km/h | 10,2 |
0-400 m | 17,3 |
0-1000 m | 31,5 |
Recuperações 60-100 km/h (s) | |
Em 3ª | 5,7 |
Em 4ª | 7,3 |
Em 5ª | 10,6 |
Recuperações 80-120 km/h (s) | |
Em 4ª | 7,8 |
Em 5ª | 10,1 |
Em 6ª | 14,2 |
Distância de travagem (m) | |
100-0 km/h | 36,0 |
Consumos (l/100 km) | |
Estrada (80-100 km/h) | 3,6 |
Auto-estrada (120-140 km/h) | 4,2 |
Cidade | 6,5 |
Média ponderada (*) | 5,46 |
Autonomia média ponderada (km) | 1208 |
(60% cidade+20% estrada+20% AE) | |
Medidas interiores (mm) | |
Largura à frente | 1410 |
Largura atrás | 1370 |
Comprimento à frente | 1170 |
Comprimento atrás | 690 |
Altura à frente | 950 |
Altura atrás | 880 |
O automóvel que aqui vê é um contra-senso rolante: é um Classe C, mas tem um motor Renault; é um Classe C, mas custa, de base, pouco mais de 40 mil euros. Se a primeira premissa pouco ou nada lhe dirá, numa primeira observação, a segunda dir-lhe-á, certamente, o mesmo que a mim: posso ter um Classe C por um preço relativamente… contido. De facto, este C200 Bluetec não ultrapassa os 50 mil euros com todos os opcionais incluídos, uma raridade tão rara, passe o pleonasmo, que dificilmente voltará a ver algo parecido no segmento… pelo menos até à chegada dos motores de três cilindros ao BMW Série 3.
O motor 1.6 é, na prática, o mesmo bloco da Renault: um 1.6 dCi com 130 cv que, aqui, se desmonta em duas versões – uma com menor potência, apenas 116 cv, e outra com ligeiramente mais, 136 cv. A designação “200 Bluetec” fala-nos do mais potente e, durante os primeiros momentos, até acaba por ser um momento de pura consternação. Teve que vir um motor “de fora” mostrar o que é um Classe C Diesel sem um trabalhar quase agrícola… O ruído de funcionamento é, de facto, completamente atenuado face à motorização de 2,1 litros da Mercedes-Benz, estando todo o “packaging” brilhantemente executado de modo a retirar toda e qualquer parecença com o 1.6 dCi da Renault.
Embraiagem largada e, logo desde o primeiro instante, nada se estranha e tudo se entranha. Os 300 Nm adequam-se na perfeição às necessidades do C e, com pouca rotação (1500-2500 rpm) faz-se tudo o que é necessário no pára-arranca. No habitáculo, um elemento alienígena espera-nos: uma caixa manual de seis velocidades. A Mercedes-Benz habituou-nos a toda uma vida de caixas automáticas e é com alguma surpresa que encontramos uma unidade manual. Mas é, também, com alguma surpresa que o C200 Bluetec e o seu habitáculo ergonomicamente perfeito não tenham nascido para ter uma unidade deste género: o posicionamento é o mesmo do selector da caixa automática, mas como existe necessidade efectiva de trabalhar o manípulo desta, problemas de concepção começam a surgir: o prolongamento da consola central é demasiado elevado, o que faz com que de cada vez que se queira efectuar uma passagem de caixa, o nosso cotovelo sirva de pára-choques no duelo homem-consola central. E depois de inúmeros pequenos ajustes à posição de condução, é com algum pesar que digo que não consegui encontrar nenhuma posição que me satisfizesse por completo. Além do mais, a caixa tem um tipo de acção que não coaduna com a condução calma e sedosa a que o Classe C nos convida; pelo contrário, mais parece a caixa de um BMW Série 3 de há três gerações, super-mecânica na sua acção e com embraiagem relativamente pesada; para compensar isto, a Mercedes-Benz até inclui um excelente sistema de ponta-tacão automática, apenas disponível no modo Sport+ do “Agility Select”, o selector de modo de condução da Mercedes-Benz. É um elemento estranho à escola Mercedes-Benz e isso nota-se. Mas nada que não se resolva com a introdução da caixa automática 7G-Tronic que, apesar de não ser perfeita, continua a fazer um excelente trabalho.
Naquilo a que se pode chamar de uma condução ecológica, o C200 Bluetec surpreende pelos baixíssimos consumos registados: uma média de apenas 5,5 l/100 km não está ao alcance de todo e qualquer rival de segmento, notando-se que para isto contribui uma caixa consideravelmente longa – a velocidade máxima anunciada é de 218 km/h, o que ajuda a atestar esta “largura de espectro” -, mas é, ainda assim, consideravelmente prática, especialmente a partir do momento em que se sai de um ambiente urbano e se começa a utilizar o motor sempre em faixas de rotação acima das 2000 rpm, zona a partir da qual o 1.6 Diesel começa efectivamente a “carburar”.
Ao sair da cidade começa a sentir-se que este C 200 Bluetec não é um automóvel propriamente lesto, havendo alguma dificuldade em ganhar, e manter, velocidades muito acima dos limites legais, sendo precisa alguma paciência para as ultrapassagens mais apertadas. Nesta altura, os condutores mais exigentes poderão ficar defraudados, ou a pensar no C 200 Bluetec. Desiludido ninguém ficará com os consumos, notáveis em qualquer situação. Os pouco mais de 6 l/100 km registado em consumo urbano dizem, geralmente, respeito a automóveis do segmento abaixo (de onde, para todos os efeitos, provém este motor), acrescentando-se a isto valores sempre muito comedidos a 90 e a 120 km/h.
Tal como no C180 Bluetec que é um dos destaques desta edição, o C200 Bluetec está equipado com jantes de 17″. Do ponto de vista estético, as pequenas jantes dão a sensação de que o perfil é demasiado alto para um automóvel Premium, mas tudo faz sentido a partir do momento em que se começam a cruzar os primeiros maus pisos com um amortecimento verdadeiramente aveludado. Este conforto inexcedível paga-se com limites mais curtos de aderência face, por exemplo, à versão C220 Bluetec já testada, mas o chassis continua a apresentar uma progressividade de reacções apenas ultrapassada pelo BMW Série 3, e, honestamente, na hora de trocar de pneus não é difícil adivinhar o que é que vai ser (substancialmente) mais barato…
Fica apenas a dúvida: valerá a pena investir neste C200 Bluetec ou no C180 Bluetec, que apresenta praticamente o mesmo binário (apenas 20 Nm a menos), mas tem menos 21 cv e custa menos três mil euros? Bem, na minha opinião, este é o modelo a escolher por uma razão muito lógica: orçamento. Quer escolha esta versão ou a menos potente, terá, seguramente, de reservar pelo menos mais sete a nove mil euros para investir em opcionais, o que o fará ultrapassar sempre a fasquia dos 40 mil euros e, ao menos, no C200 Bluetec terá prestações ligeiramente mais próximas das de um C220 CDI. Não é uma questão de orçamento? Segue então a justificação do IUC: é exactamente o mesmo do da outra versão, já que também o C200 Bluetec emite menos de 100 g/km de CO2 e ambos partilham a mesma cilindrada. Suficientemente aliciado?
Motor | |
Tipo | 4 cilindros em linha, Diesel, long., diant. |
Cilindrada (cc) | 1598 |
Diâmetro x curso (mm) | 80,0×79,5 |
Taxa de compressão | 15,7:1 |
Distribuição | 2 v.e.c./16 válvulas |
Potência máxima (cv/rpm) | 136/3800 |
Binário máximo (Nm/rpm) | 300/1500-3000 |
Alimentação | injecção directa common-rail |
Sobrealimentação | Turbocompressor VGT+intercooler |
Dimensões exteriores | |
Comprimento/largura/altura (mm) | 4686/1810/1431 |
Distância entre eixos (mm) | 2840 |
Largura de vias fte/trás (mm) | 1584/1573 |
Jantes – pneus (série) | 7Jx17″ – 225/50 (Continental SportContact 5) |
Pesos e capacidades | |
Peso (kg) | 1485 |
Relação peso/potência (kg/cv) | 12,8 |
Capacidade da mala/depósito (l) | 480/66 |
Transmissão | |
Tracção | traseira |
Caixa de velocidades | manual de 6+m.a. |
Direcção | |
Tipo | cremalheira com assistência eléctrica |
Diâmetro de viragem (m) | 11,2 |
Travões | |
Dianteiros (ø mm) | Discos ventilados (295) |
Traseiros (ø mm) | Discos ventilados (300) |
Suspensões | |
Dianteira | Multilink |
Traseira | Multilink |
Barra estabilizadora frente/trás | sim/sim |
Garantias | |
Garantia geral | 4 anos |
Garantia de pintura | 2 anos |
Garantia anti-corrosão | 30 anos (se assistência realizada na marca) |
Intervalos entre manutenções | 25 000 km (ou 24 meses) |
Airbag para condutor e passageiro (desligável)
Airbags laterais dianteiros
Airbags de cortina
Controlo electrónico de estabilidade
Travagem activa em cidade
Cintos dianteiros com pré-tensores+limitadores de esforço
Fixações Isofix
Attention Assist (sistema de alerta do cansaço do condutor)
Sistema de alerta de colisão (Collision Prevention Assist Plus)
Adaptive Brake com secagem de travões e assistente de subidas
Ar condicionado automático
Computador de bordo
Bancos dianteiros com regulação em altura e parcialmente eléctrica
Coluna de direcção regulável em altura+profundidade
Volante multifunções
Rádio Audio 20 CD com touchpad, display TFT 800*480 7″, leitor de CD’s compatível com MP3/WMA/AAC/Wad, 2 portas USB incl., interface Bluetooth®, entrada para cartões SD, Controller+Touchpad
Vidros eléctricos FR/TR
Sensores de luz e de chuva
Cruise control com função Speedtronic (€350)
Faróis LED (€1050)
Pack espelhos (€550)
Sistema de estacionamento activo (€900)
Pré-instalação e Garmin Map Pilot (€350+€600)
Linha de design Avantgarde (€1900, jantes de liga leve de 17″; suspensão Agility Control com afinação desportiva; Pacote Luz Ambiente – luzes adicionais e três tons à escolha e embaladeiras iluminadas; Acabamentos interiores em alumínio; Forro de tejadilho em tecido cinzento)
Pintura metalizada (€1000, cinzento Palladium)
Garantia adicional de 2 anos (€640)