Mitsubishi Outlander PHEV Instyle
Mitsubishi
Outlander
PHEV Instyle
2018
SUV
5
Integral
Híbrido
230/4500
170
10,5
2,0 (Combinado WLTP)
46 (Combinado WLTP)
44 785
Custos de utilização, Sofisticação e eficiência da motorização híbrida, Facilidade de condução e utilização, Equipamento de série
Apenas cinco lugares, Ergonomia, Velocidade máxima
Velocidade máxima anunciada (km/h) | 170 |
Acelerações (s) | |
0-100 km/h | 9,5 |
0-400 m | 17,1 |
0-1000 m | 31,2 |
Recuperações 60-100 km/h (s) | |
Em D | 5,0 |
Recuperações 80-120 km/h (s) | |
Em D | 6,7 |
Distância de travagem (m) | |
100-0 km/h | 36,4 |
Consumos (l/100 km) | |
Estrada (80-100 km/h) | 4,6 |
Auto-estrada (120-140 km/h) | 7,1 |
Cidade | 6,8 |
Média ponderada (*) | 6,42 |
Autonomia média ponderada (km) | 700 |
(60% cidade+20% estrada+20% AE) | |
Medidas interiores (mm) | |
Largura à frente | 1450 |
Largura atrás | 1420 |
Comprimento à frente | 1140 |
Comprimento atrás | 760 |
Altura à frente | 990 |
Altura atrás | 945 |
A coincidência (que, de casual, pouco ou nada terá tido…) entre a actualização geral que o modelo recebeu, e a entrada em vigor da já célebre norma WLTP, voltou a colocar o Mitsubishi Outlander PHEV no centro das atenções. Até porque o SUV híbrido plug-in da marca dos três diamantes não só foi dos primeiros a ser proposto no mercado já homologado segundo as novas regras europeias, sem outras restrições de venda que não as decorrentes das leis da oferta e da procura, como recebeu um conjunto de melhorias que foram muito para além de um simples restyling.
Aliás, no capítulo estilístico, o modelo, que aqui é analisado na sua versão de topo Outlander PHEV Instyle, apenas foi sujeito a alguns retoques, que, sem deixarem de actualizá-lo, permitiram manter o essencial de um design que tem como um dos principais trunfos garantir-lhe uma aparência exterior absolutamente normal, praticamente idêntica à das suas versões amimadas por motores térmico, e, por isso, longe do estilo algo bizarro que ainda caracteriza boa parte das propostas de motorização “alternativa” mais evoluídas, sobretudo de proveniência oriental. Em concreto, a modernização foi assegurada pela grelha frontal redesenhada, pelos grupos ópticos (dianteiros e traseiros) totalmente por LED, pela nova protecção inferior traseira, pelo novo deflector posterior e pelas jantes 18” novo desenho.
Na sua essência, o habitáculo também não mudou radicalmente, mantendo, mesmo, a maioria dos atributos conhecidos do modelo da geração anterior: posto de condução correcto; ampla habitabilidade; bancos traseiros com regulação da inclinação das costas; apreciável qualidade geral (pese embora o convívio de materiais mais nobres com alguns plásticos duros); decoração sóbria, tipicamente oriental; lotação limitada a cinco lugares (a inclusão da bateria do sistema de propulsão híbrido a isso obriga). Principais novidades neste capítulo: a apresentação revista do painel instrumentos (principal evolução: o monitor do computador bordo passa a indicar a regeneração da bateria tempo real, e também a fornecer indicação do fluxo energético e do tempo estimado recarga dos equipamentos portáteis que estejam ligados via USB, como smartphones e outros); as saídas de ar condicionado para os lugares traseiros; os bancos dianteiros de novo desenho; e o novo sistema de infoentretenimento (curiosamente, desprovido de navegação, só disponível via smartphone do utilizador).
Pena que esta renovação não tenha sido suficiente para a Mitsubishi rever os conceitos de ergonomia aplicados no Outlander PHEV, pois continua a existir uma verdadeira miríade de botões e comandos espalhados em pouco por tudo o que seja local do habitáculo que acabe por estar ao alcance do condutor (mesmo os mais recônditos e menos visíveis!), o que em nada facilita a utilização de boa parte deles, ou a tarefa de condução quando tal é necessário. Ao mesmo tempo, tanto o ecrã do computador bordo, como o monitor táctil do sistema de infoentretenimento, oferecem inúmeras funcionalidades e vasta informação, mormente relativa ao sistema de propulsão e à utilização das fontes energéticas, mas o acesso a essa mesma informação, no segundo caso, nem sempre é o mais intuitivo, por via de um esquema de menus algo simplista e francamente perfectível.
Os grandes adeptos da tecnologia deverão ainda levar em linha de conta a App que, remotamente, permite programar o carregamento da bateria e o sistema de climatização, verificar o estado veiculo, e ligar/desligar os faróis e o aquecimento eléctrico. Bem como o completo leque e sistema avançados de assistente à condução, como destaque para o cruise-control adaptativo, para o assistente à manutenção na faixa de rodagem, para a monitorização do ângulo morto e para a travagem automática de emergência com alerta de colisão.
Seguramente ainda mais decisivos, no renovado Outlander PHEV, os melhoramentos recebidos pela mecânica. Desde logo, o anterior motor a gasolina de 2,0 litros, 121 cv e 190 Nm deu o seu lugar a uma unidade, também de quatro cilindros, mas de ciclo Atkinson e com 2,4 litros, que não só oferece um melhor rendimento (135 cv e 211 Nm), como um funcionamento menos ruidoso, tanto em aceleração como quando se circula a velocidades próximas do máximo permitido pelo veículo.
O motor térmico continua a ser auxiliado por dois motores eléctricos, e se o dianteiro continua a oferecer 80 cv e 137 Nm, o que actua sobre o eixo posterior viu a sua potência aumentar de 81 cv para 95 cv, mantendo-se inalterado o binário máximo de 195 Nm. Por seu turno, a substituição da anterior bateria LEV40, de 12 kWh, pela nova LEV60, com 13,8 kWh de capacidade, permite que o Outlander PHEV passe a anunciar 54 km de autonomia no modo exclusivamente eléctrico, no qual a velocidade máxima permitida passou de 125 km/h para 135 km/h.
Entretanto, a potência máxima combinada é de uns expressivos 230 cv, o que ajuda a explicar a evolução registada em termos de prestações. Apesar dos melhoramentos operados terem implicado um aumento de peso da ordem dos 70 kg, para 1880 kg, face ao seu predecessor, o rejuvenescido Outlander PHEV é mais lesto 0,5 segundos nos 0-100 km/h, 0,9 segundos na reprise 60-100 km/h, e 1,2 segundos na recuperação 80-120 km/h. Por outras palavras, as prestações são ainda de melhor nível para um automóvel com estas características e vocação, mesmo continuando a estar a velocidade máxima limitada a 170 km/h, decorrente da adopção de uma relação directa, já que aqui não existe caixa de velocidades ou veio de transmissão.
Ainda relativamente à nova bateria, é de sublinhar que o respectivo carregamento total demorará 3h00m numa tomada a 230 V de 16A, e 5h30m numa tomada de corrente doméstica de 230V a 10ª – sendo possível repor 80% da carga em 25 minutos num posto de carga rápida. Não menos importante, face ao que sucedia quando do lançamento do Outlander PHEV original, a garantia da bateria para de 5 anos para 8 anos ou 160 000 km, ao passo que a garantia geral passou de 3 anos ou 100 000 km para 5 anos ou 100 000 km, e a de anti-corrosão de 8 para 12 anos.
Elementos preponderante do Outlander PHEV é, ainda, o seu sistema de tracção integral S-AWC, que também evoluiu para passar a oferecer novos modos de funcionamento, elegíveis pelo condutor, em função das necessidades do momento: Normal, Lock e Snow. Quem segue ao volante pode, igualmente, optar pelo modos de condução Sport, EV e Eco (cada qual com o seu botão de accionamento, em locais distintos…), e pelos modos de funcionamento do grupo motopropulsor Save (permite preservar a carga da bateria para posterior utilização em local ou situação em que tal seja mais pertinente) e Charge (permite carregar até 80% da capacidade da bateria através do motor a gasolina, mesmo com o veículo imobilizado).
Em termos práticos, dependendo da situação, o Outlander PHEV pode funcionar ou no modo totalmente eléctrico, em que a repartição da potência pelos eixos dianteiro e traseiro é de 55:45; ou no modo híbrido em série (são os motores eléctricos que animam as rodas, tendo o motor térmico como função gerar a electricidade para alimentar a bateria – sendo aqui a repartição da potência de 60:40); ou, ainda, no modo hibrido paralelo, em que cabe ao motor a gasolina fazer mover o veículo, só actuando os motores eléctricos em situações pontuais, em que as exigências sejam mais intensas). Durante a condução, o utilizador pode, ainda, fazer variar, por sua intervenção, a intensidade da regeneração da energia, ou através da alavanca de comando da transmissão (posições B3 e B5), ou através das patilhas no volante (B2, B3, B4 e B5) – solução que também pode prestar o seu contributo numa condução mais empenhada, por funcionar como uma espécie de travão-motor.
Perante tal manancial de tecnologia, poderão os menos avisados crer ser tarefa por demais complicada utilizar devidamente o renovado Outlander PHEV. Mas nada podia estar mais longe da verdade. O facto é que a própria gestão do sistema consegue eleger devidamente a opção mais indicada a cada momento numa utilização quotidiana, pelo que quem segue ao volante apenas se terá da preocupar com isso, as mais das vezes, ou se pretender impor o funcionamento do modo eléctrico, ou se quiser carregar a bateria com o motor a gasolina, ou se necessitar de adaptar a tracção integral a condições específicas do piso (neve/gelo ou percursos fora de estrada mais exigentes), ou se quiser tirar o máximo partido da mecânica a nível prestacional.
Concretizando, com a bateria totalmente carregada, não é necessária intervenção de maior do condutor para garantir excelentes consumos, que também acabam por não ser pouco interessantes mesmo quando a autonomia eléctrica já se esgotou. Uma vez que a gestão do sistema controla na perfeição a energia disponível em cada fonte, e, sempre que possível, faz actuar os motores eléctricos, para poupar gasolina, temos que, nas nossas medições, o renovado Outlander PHEV conseguiu ser mais poupado do que o seu antecessor 0,3 l/100 km em estrada (42 km de autonomia eléctrica), 0,8 l/100 km em auto-estrada (28 km de autonomia eléctrica) e 1,7 l/100 km em cidade (47 km de autonomia eléctrica). A média ponderada baixou, assim, 1,42 l/100 km; enquanto que a autonomia total aumentou 111 km.
De resto, a condução do Outlander PHEV é o que já se conhecia, só que um pouco mais refinada e eficiente. A entrega de potência é linear e progressiva, praticamente constante desde o arranque até a0os 170 km/h de velocidade máxima, a resposta da mecânica é sempre pronta, e mais ainda quando seleccionado o modo Sport. Mesmo que melhor que o anterior, o motor a gasolina não é um exemplo de silêncio de funcionamento, mas a boa insonorização do habitáculo faz com que quase não se dê por ele, sobretudo em ritmos mais moderados, enquanto que no modo eléctrico o silêncio é praticamente absoluto, não fossem os ruídos de rolamento e aerodinâmicos.
Digno de encómios e, de igual modo, o comportamento dinâmico muito equilibrado, conjugado com um conforto quase sempre de alto nível, excepto quando a suspensão é obrigada a enfrentar irregularidades mais acentuadas, situação em que o eixo semi-rígido posterior evidencia alguma secura. Não obstante, a direcção precisa, e o travões com bom tacto, dão o contributo adicional para que a condução seja sempre muito agradável, e até no fora de estrada o Outlander PHEV está longe de fazer má figura, pois, mesmo não sendo um verdadeiro “TT”, está mais limitado pelas jantes e pneus que monta de origem, do que, propriamente, por falta de capacidade para evoluir por outros terrenos que não o asfalto, graças a ângulos característicos interessantes, a uma altura ao solo igual ás das restantes versões e à força que o grupo motopropulsor consegue transmitir às rodas no modo Lock da tracção integral.
Com este leque de trunfos, e apesar de terem passado cinco anos sobre o seu lançamento, o SUV híbrido plug-in japonês continua a ser uma das propostas mais interessantes, evoluídas e eficazes da sua categoria. Conviver com ele tende a ser um prazer, tal a facilidade como que se alcançam as principais vantagens que é capaz de proporcionar, e se o preço não é dos mais acessíveis, em especial nesta versão de topo Outlander PHEV Instyle, há que reconhecer que a lista de equipamento de série inclui praticamente tudo o que se poderia exigir a este nível, assim ajudando a justificar os €53 000 pedidos pela Mitsubishi (€44 785 beneficiando da campanha de abate e de crédito da marca em vigor). Quem estiver dispostos a abdicar de alguns mimos, pode sempre optar pela versão Intense, com um PVP de €49 000., e um preo de campanha de €39 348.
Motor de combustão | Motor de combustão |
Tipo | 4 cil. em linha, transv., diant. |
Cilindrada (cc) | 2360 |
Diâmetro x curso (mm) | 88,0x97,0 |
Taxa de compressão | 10,5:1 |
Distribuição | 2 v.e.c./16 válvulas |
Potência máxima (cv/rpm) | 135/4500 |
Binário máximo (Nm/rpm) | 211/4500 |
Alimentação | injecção electrónica |
Motor eléctrico dianteiro | |
Tipo | Síncrono de íman permanente |
Potência máxima (cv/rpm) | 82/n.d. |
Binário máximo (Nm/rpm) | 137/0 |
Motor eléctrico traseiro | |
Tipo | Síncrono de íman permanente |
Potência máxima (cv/rpm) | 97/n.d. |
Binário máximo (Nm/rpm) | 195/0 |
Bateria | |
Tipo | Iões de lítio |
Voltagem (V) | 300 |
Capacidade (KWh) | 13,8 |
Tempo de recarga | 3h11m (230 V/16 A)/5h41m (230 V/10 A)/80% em 25 m (carga rápida) |
Rendimento combinado | |
Potência máxima combinada (cv/rpm) | 230/450 |
Binário máximo combinado (cv/rpm) | n.d. |
Dimensões exteriores | |
Comprimento/largura/altura (mm) | 4695/1800/1710 |
Distância entre eixos (mm) | 2670 |
Largura de vias fte/trás (mm) | 1540/1540 |
Jantes – pneus | 8Jx18″ – 225/55 (Yokohama BluEarth E70) |
Pesos e capacidades | |
Peso (kg) | 1880 |
Relação peso/potência (kg/cv) | 8,17 |
Capacidade da mala/depósito (l) | 719/45 |
Transmissão | |
Tracção | integral |
Caixa de velocidades | – (relação directa) |
Direcção | |
Tipo | cremalheira com assistência eléctrica |
Diâmetro de viragem (m) | 10,6 |
Travões | |
Dianteiros (ø mm) | Discos ventilados (320) |
Traseiros (ø mm) | Discos maciços (320) |
Suspensões | |
Dianteira | McPherson com triângulos transversais |
Traseira | Eixo semi-rígido |
Barra estabilizadora frente/trás | sim/sim |
Aptidões TT | |
Ângulos de ataque/saída/ventral (º) | 21,0/22,5/19,0 |
Inclinação lateral máx./pendente máx.(º) | n.d./n.d. |
Altura ao solo/passagem a vau (mm) | 190/n.d. |
Garantias | |
Garantia geral | 5 anos ou 100 000 km |
Garantia de pintura | 3 anos |
Garantia anti-corrosão | 8 anos |
Garantia da bateria do sistema híbrido | 8 anos ou 160 000 km |
Intervalos entre manutenções | 20 000 km ou 12 meses |
Airbag para condutor e passageiro (desligável)
Airbags laterais
Aribags de cortina
Airbag para os joelhos do condutor
Controlo electrónico de estabilidade
Sistema de auxílio à manutenção na faixa de rodagem
Alerta de tráfego cruzado pela traseira
Sistema de travagem de emergência com alerta de colisão frontal
Cintos dianteiros+traseiros com pré-tensores e limitadores de esforço
Ar condicionado automático bizona
Computador de bordo
Cruise-control adaptativo+limitador de velocidade
Travão de estacionamento eléctrico
Sistema de navegação
Estofos em pele+aquecidos (dianteiros)
Banco do condutor regulável electricamente
Banco traseiro rebatível 60/40
Volante em pele aquecido/regulável em altura+profundidade
Volante multifunções
Pára-brisas aquecido
Direcção com assistência eléctrica
Sistema de som
Mãos-livres Bluetooh
Sistema de navegação
Vidros traseiros escurecidos
Vidros eléctricos FR+TR
Retrovisores eléctricos+aquecidos+rebatíveis electricamente
Retrovisor interior electrocromático
Portão traseiro eléctrico
Acesso+arranque sem chave
Sensor de luz+chuva
Faróis por LED
Faróis de nevoeiro por LED
Assistente de máximos
Câmara de visão panorâmica 360°
Sensores de estacionamento FR/TR
Barras de tejadilho prateadas
Jantes de liga leve de 18”
Sistema de monitorização da pressão dos pneus
Mitsubishi Remote Control
Aquecedor eléctrico
Fonte de energia para equipamentos externos