Niko Rosberg domina em Melbourne
Foi ao fim da tarde em Melbourne, Austrália, início da manhã em Portugal, que se realizou o primeiro grande prémio de Fórmula 1 da temporada 2014 – e da nova era de motorizações e regulamentos da FIA para esta modalidade. Após duas falsas partidas, provocadas por falhas nos sistemas de energia dos dois Marussia e de um Lotus, foi possível dar inicio à corrida que todos esperavam. Lewis Hamilton ocupava o primeiro lugar da grelha de partida, seguido pelo Red Bull-Renault de Daniel Ricciardo e pelo seu companheiro de equipa na Mercedes, Niko Rosberg, e acabou por ser este último quem levou a melhor no arranque para a primeira volta ao circuito australiano.
Já o Williams de Filipe Massa e o Caterham de Kamui Kobayashi ficaram fora de prova logo na primeira curva, após um acidente sem consequências de maior. Outras baixas fizeram-se sentir ao longo da corrida, entre elas a desistência, devido a problemas técnicos, do monolugar do Campeão do Mundo Sebastian Vettel. A Este seguiram-se o Mercedes de Lewis Hamilton e dos dois carros da Lotus, bem como Jules Bianchi e o seu Marussia.
Quando podia parecer que a corrida seria um autêntico apocalipse de desistências e abandonos, tal acabou por não se verificar, já que, apesar de oito desistências, catorze pilotos conseguiram cruzar a linha da meta ao fim de 57 voltas, com Nico Rosberg a dominar de princípio a fim. Já Daniel Ricciardo acabou por ser desclassificado pelo colégio de comissários, por irregularidades detectadas ao nível do fluxo do combustível do seu motor (decisão de que a Red Bull deverá recorrer), o que ditou a perca do segundo lugar do pódio. Pelo que ainda não foi desta que um piloto australiano consegue alcançar o pódio na sua terra natal, pelo menos sem que lhe seja decretada alguma penalização.
Deste modo, na classificação final, o segundo posto acabou por ser atribuído a Kevin Magnussen (filho do veterano de 40 anos Jan Magnussen, que este fim de semana disputou as 12 Horas de Sebring aos comandos de um Corvette, e por isso não pode assistir ao vivo à excelente estreia do seu filho da F1), seguido pelo seu companheiro de equipa na McLaren, Jason Button.
Com o mesmo número de voltas do vencedor terminaram ainda, por esta ordem, Fernando Alonso (Ferrari), Valteri Bootas (Williams-Mercedes), Nico Hulkenberg (Force India-Mercedes), Kimi Raikkönen (Ferrari), Jean Eric Vergne (STR-Renault), Daniil Kvyat (STR Renault), Sergio Perez (Force India – Mercedes).
A uma volta dos dez primeiros ficaram os Sauber-Ferrari de Adrian Sutil e Esteban Gutierrez; a duas voltas ficou Max Chilton (Marussia-Ferrari), com o seu companheiro de equipa, Jules Bianchi, a cumprir menos 8 voltas que o vencedor. Entre os desistentes, que não se classificaram, contam-se Romain Grosjean e Pastor Maldonado (Loutrs-Renault), Marcus Ericsson (Caterham-Renault), SebastianVettel (Red Bull-Renulat), Lewis Hamilton (Mercedes) e os dois envolvidos no acidente da primeira volta.
Algumas curiosidades estatísticas foram realçadas pela organização do Mundial de F1 neste Grande Prémio da Austrália 2014. Como Kevin Magnussen ter-se tornado no primeiro piloto dinamarquês a conseguir um pódio na F1, e também no primeiro estreante, desde Lewis Hamilton, em 2007 (também na Austrália), a conseguir um lugar entre os três primeiros na sua corrida de estreia. Não menos interessante, o facto de, até aqui, a melhor classificação para um piloto dinamarquês na F1 ser o sexto lugar alcançado no Grande Prémio do Canadá, em 1998, por Jan Magnussen – pai do jovem Kevin!
Pelo seu lado, Daniil Kvyat, com o seu décimo lugar final, tornou-se no mais jovem piloto de sempre a terminar nos pontos uma corrida de F1. Contando hoje 19 anos e 322 dias de idade, o russo é 27 dias mais novo do que o era Sebastian Vettel quando disputou, terminando nos pontos, o Grande Prémios dos EUA de 2007. Já Magnusse é o 13º mais jovem de sempre a terminar nos pontos, e o segundo mais jovem (atrás de Vettel) a conseguir um pódio.
Quanto ao vencedor, Nico Rosberg, alcançou a quarta vitória da sua carreira na Austrália, e está a apenas uma do total de vitórias conseguidas pelo seu pai, o Campeão do Mundo de 1982, Keke Rosberg. Por sinal, Keke venceu a prova inaugural da temporada de 1985, o Grande Prémio da Austrália disputado em Adelaide, com o número seis no seu monolugar, o mesmo inscrito no Mercedes do seu filho este ano – sendo que a vitória desta madrugada coincide, ainda, com o 100º GP da Mercedes enquanto fornecedor de motores.