Nissan Juke Nismo RS 4×4-i 30º aniversário

Nissan Juke Nismo RS 4x4-i 30º aniversário

O motor 1.6 turbo, aqui com 214 cv, é um primor de disponibilidade e vigor

As jantes de 18" são muito atraentes, e também fazem parte da lista de equipamento de série

As bacquets Recaro em Alcantara são de série e simplesmente fantásticas

Devido ao sistema de tracção total, o fundo falso da bagageira não faz parte dos atributos deste Juke muito especial

Nissan Juke Nismo RS 4x4-i 30º aniversário

O sistema de navegação está incluído no equipamento de série

Nissan Juke Nismo RS 4x4-i 30º aniversário

Nissan Juke Nismo RS 4x4-i 30º aniversário

Nissan Juke Nismo RS 4x4-i 30º aniversário

Nissan Juke Nismo RS 4x4-i 30º aniversário

Nissan Juke Nismo RS 4x4-i 30º aniversário§Nissan Juke Nismo RS 4x4-i 30º aniversário

Nissan Juke Nismo RS 4x4-i 30º aniversário

Nissan Juke Nismo RS 4x4-i 30º aniversário

O Juke Nismo RS é, inquestionavelmente, uma referência na sua classe. De facto, não há outro SUV no mercado com estas dimensões capaz de adoptar uma postura tão desportiva, e de oferecer um desempenho tão eficaz e emocionante. E que agora conta com uma variante ainda mais exclusiva, criada para celebrar o 30º aniversário do departamento de competição da Nissan. No caso da variante de quatro rodas motrizes, esta passa a ser, também, a única forma de combinar a declinação mais potente do motor 1.6 sobrealimentado com o sistema 4×4-i.

E o que distingue a versão de aniversário do Nismo RS “normal”? Basicamente, o preço superior em €2700 (isto na versão 4×2, que é proposta em ambos os formatos), que se traduz num equipamento de série enriquecido (para as versões de tracção dianteira e integral): Escudo de Protecção Inteligente (inclui sistema de monitorização do ângulo morto; detector de objectos em movimento; e alerta de saída involuntária da faixa de rodagem); sistema 4×4 activo com função de cálculo do binário (diferencial dianteiro autoblocante no 4×2); roda suplente de emergência; câmara de visão 360°; patilhas de comando da caixa no volante (versão 4×4); faróis de Xénon; e umas soberbas bacquets Recaro.

Além de muito bem equipado, o interior conta com umas soberbas bacquets Recaro, plenamente condicentes com a postura desportiva deste “venenoso” SUV

Que o Juke Nismo RS é a opção a eleger por quem quiser um SUV desta classe com tão elevado nível potencial e de eficácia, isso não merece contestação. A questão que se impõe é saber se vale a pena optar pela versão 4×4. À partida, para quem os 3430 euros adicionais não sejam problema, tudo indicaria que sim, até porque o sistema de tracção total em questão permite optar pela tracção apenas dianteira, ou seja, poder-se-ia reunir, na mesma proposta, as vantagens do 4×2 (quase todas, já que aqui não existe autoblocante dianteiro) e do 4×4, com o adicional de segurança e eficiência que garante em pisos de baixa aderência (mesmo não sendo Portugal um país de invernos muito rigorosos).

O problema é que a tracção total obriga a que o motor se fique pelos 214 cv e 250 Nm (4 cv e 30 Nm menos do que no 4×2), e à troca da caixa manual de seis velocidades por uma CVT de variação contínua com oito posições pré-programadas. E isto faz toda a diferença. Desde logo, nas prestações: mais 1,0 segundo nos 0-100 km/h e menos 20 km/h na velocidade máxima. E se os consumos não são muito afectados a velocidades estabilizadas, o mesmo não acontece com o agrado de utilização: sempre que se pressiona um pouco mais o pedal da direita, esta caixa obriga o motor a rodar a um regime sempre muito superior ao necessário, o que se traduz num ruído a bordo tão elevado quanto desnecessário, e num disparo dos consumos para valores pouco simpáticos, que facilmente afloram os 20,0 l/100 km quando da mecânica se extrai tudo o que esta tem para oferecer.

O eficaz sistema de tracção integral 4×4-i quase permitiria usufruir do melhor de dois mundos (permite rolar tanto no modo de tracção integral, como de tracção apenas dianteira), não fosse ser exclusivamente combinado com a pouco apelativa caixa CVT de variação contínua

Ainda assim, este Juke Nismo RS de tracção total não deixa de ser um manancial de divertimento. Com uma suspensão muito firme, que praticamente elemina o rolamento da carroçaria, e uns generosos pneus de medida 225/45, montados numas belíssimas jantes de 18”, não teme a comparação com alguns desportivos compactos da nossa praça, logrando atingir velocidades de passagem em curva que chegam a ser surpreendentes. Aliás, os traçados sinuosos é mesmo onde se pode tirar pleno partido das suas capacidades, até porque o ESP pode ser desligado por completo, e o trem traseiro não é assim tão difícil de fazer deslocar quando devidamente provocado, nem de controlar com a dose correcta de acelerador e volante, o que ajuda a contrariar a tendência algo subviradora do modelo quando dele mais se exige em curva.

E, claro está, sempre que as condições do piso se degradam, nada como fazer uso da tracção total, o que pode significar emoções à flor da pele 365 dias por ano para quem assim o pretenda. O motor, esse, continua a ser um dos principais atributos do Juke Nismo RS, graças a uma resposta franca e imediata em quase todos os regimes de funcionamento; merecendo ainda referência positiva o sistema de travagem bem calibrado e uma direcção suficientemente informativa e precisa.

Por tudo isto, e porque, para se ter um SUV que nunca abandona o asfalto (como acontece com a maioria, independentemente das suas maiores ou menos capacidades para o fazer), mais vale que seja assim, algo que é o que parece – totalmente orientado para a performance e para a eficácia, e com uma imagem “venenosa”. Pelo que o Juke Nismo RS 30° aniversário é mesmo a proposta a ter em conta por quem pretenda o melhor modelo do género do mercado. A opção pela versão 4×4 é que obriga a maior ponderação: pessoalmente, trocava a tracção integral pelo preço mais acessível, pelas melhores prestações e pelo superior agrado de condução garantido pela caixa manual – mas, provavelmente, mudaria de opinião se vivesse numa zona do país em que a chuva, a geada e o gelo fossem coisa mais frequente.

Sobram elogios para o desempenho dinâmico do Juke Nismo RS 4×4-i 30º aniversário, um verdadeiro manancial de forte emoções e muito divertimento ao volante, particularmente nos traçados mais sinuosos