Nissan Qashqai 1.6 dCi 130 Tekna Premium

Nissan Qashqai 1.6 dCi 130 Tekna Premium

A habitabilidade é coorecta para o segmento, mas o espaço disponível atrás é generoso

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O alerta de saída da faixa de rodagem é só um dos muitos auxiliares de condução oferecidos pelo renovado Qashqai

Nissan Qashqai 1.6 dCi 130 Tekna Premium

Os faróis dianteiros integram a nova assinatura visual da Nissan

O motor 1.6 dCi de 130 cv continua a dar muito boa conta de si

Nissan Qashqai 1.6 dCi 130 Tekna Premium

Nissan Qashqai 1.6 dCi 130 Tekna Premium

O travão de estacionamento eléctrico passou a integrar a função Auto Hold

As jantes de 19" estão revestidas por óptimos pneus Michelin Pilot Sport 4 na unidade ensaiada

Ambiente interior agradável, também graças à qualidade em progresso, mas alguns materiais devem ser melhorados

Nissan Qashqai 1.6 dCi 130 Tekna Premium

Nissan Qashqai 1.6 dCi 130 Tekna Premium

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O piso duplo bipartido incrementa a versatilidade de utilziação da bagageira

Nissan Qashqai 1.6 dCi 130 Tekna Premium

Passaram dez anos desde que a Nissan lançou a primeira geração do Qashqai, modelo que não só contribuiu decisivamente para o relançamento da marca japonesa na Europa, e para a sua saúde financeira no Velho Continente, como inaugurou (e continua a dominar…) uma nova classe de veículos que, uma década volvida, se tornou numa autêntica “febre”, que alastrou a todas as latitudes, e a quase todos os segmentos do mercado. Em ano de aniversário, a Nissan decidiu renovar o seu best-seller europeu, no que pode ser considerada a renovação da sua segunda geração, lançada em 2014, e que aqui analisamos agora na sua versão Diesel mais dotada e com o nível de equipamento mais generoso: o Qashqai 1.6 dCi 130 Tekna Premium.

Basta um primeiro olhar para perceber que o equilíbrio geral continua a ser um dos principais atributos do SUV japonês, nomeadamente em termos estéticos. Como seria de esperar, as alterações operadas numa actualização de meio de ciclo não foram radicais, mas apuram subtilmente as linhas exteriores que têm permitido ao Qashqai granjear um invejável consenso nesta matéria, conferidno-lhe um ar, ao mesmo tempo, mais sofisticado e dinâmico.

São disso exemplos a redesenhada secção dianteira, em que marcam presença de destaque os novos faróis (por LED adaptativos nesta versão de topo), com a também nova assinatura visual da Nissan em forma de boomerang; a grelha de novo desenho, de formato em “V”, a condizer com a das mais recentes criações da marca; ou o design mais sofisticado do pára-choques. Na traseira, merecem referência os farolins com formato idêntico aos da anterior geração, mas agora com fundo escurecido e grafismo também em forma de boomerang, assim como as protecções em plástico no pára-choques. A culminar as alterações estilísticas, as jantes de novo desenho, de 19” no nível Tekna Premium.

Visto de trás, as alterações estilísticas operadas no Qashqai limitam-se ao retocado pára-choques e ao novo grafismo dos farolins

No interior, as modificações são operadas são tanto ou mais subtis, embora tenham aumentando exponencialmente as possibilidades de personalização. A qualidade geral de bom nível é mais garantida pelo rigor da montagem do que pela nobreza dos materiais, continuando a ser possível encontrar alguns plásticos menos convincentes, pese embora haja a registar alguma evolução em termos dos revestimentos utilizados, nomeadamente as aplicações em pele nas portas desta versão.

Pele que, no Qashqai 1.6 dCi 130 Tekna Premium, reveste ainda os acolhedores bancos de novo desenho e com maior apoio, dotados de regulação eléctrica na frente (e memórias para o condutor), assim como o volante desportivo, como uma óptima pega, herdado do novo Micra. A posição de condução e a ergonomia continuam a estar isentas de reparos de maior, o espaço interior é generoso q.b., oferecendo ampla liberdade de movimentos a quem segue atrás, enquanto que a capacidade da bagageira não é mais do que mediana para o segmento, sendo a respectiva versatilidade aumentada pelo piso duplo bipartido.

Pena que, ao nível do infoentretenimento, o progresso registado pelo renovado Qashqai não tenha sido mais efectivo. Não só o ecrã do sistema devia ser de melhor qualidade, como o grafismo do sistema, por sinal bastante completo, acaba por estar um tanto datado, não facilitando a respectiva utilização. Uma palavra, também para o sistema de som Bose, em teoria especificamente desenvolvido para o renovado Qashqai, mas pouco convincente em termos de acústica como de captação do sinal de rádio.

O sistema de infoentretenimento é completo, mas as dimensões e a qualidade do ecrã mereciam ser revistas, e o sistema de som Bose também não convence

Em excelente plano continua a estar o conjunto motor-transmissão. O quatro cilindros turbodiesel de 1,6 litros, com 130 cv de potência, e 320 Nm logo às 1750 rpm, não perdeu nada da sua competência, convencendo tanto pelas prestações que permite alcançar como pela sua apreciável frugalidade, já que mesmo sem grandes preocupações com os consumos é extramente fácil alcançar médias abaixo dos 7,0 l/00 km – trunfos para que muito contribui a caixa de manual de seis velocidades rápida e precisa, e bem escalonada, abdicando das relações excessivamente longas. A seu favor, o motor dCi tem, ainda, o funcionamento relativamente suave e silencioso, argumento que o melhorado isolamento acústico do habitáculo acaba por sublinhar.

Uma vez em marcha, o comportamento honesto e sempre muito previsível é um dos pontos em destaque neste Qashqai 1.6 dCi 130 Tekna Premium. Mesmo com jantes de 19”, o conforto é sempre elevado, pese embora o ruido de funcionamento da suspensão superior ao ideal. Já o chamado Châssis Control, com as funções de Controlo Inteligente da Trajectória e da Carroçaria, em que a aplicação selectiva e individual de travões em cada roda visa diminuir os desequilíbrios carroçaria, contribui decisivamente para uma atitude muito neutra e progressiva em todas as circunstâncias.

É um facto que existe algum rolamento de carroçaria, potenciado pela altura ao solo de 200 mm, e que, nas solicitações mais extremas, o trem dianteiro denota alguma dificuldade em colocar toda potência no chão, até porque o Qashqai permite desligar o controlo electrónico de tracção e de estabilidade. Só que os excelentes (pelo menos para uma utilização em asfalto…) pneus Michelin Pilot Sport 4 que a unidade ensaiada montava de série, em conjunto com a direcção mais directa, acabam por garantir uma saudável precisão na inscrição em curva (e, também, excelentes distâncias de travagem), tudo contribuindo para uma grande facilidade de condução e para uma apreciável competência dinâmica, a que apenas falta um outro envolvimento ao volante.

O elevado condforto e a extrema facilidade de condução são os principais trunfos do renovado Qashqai em termos dinâmicos

Quanto às aventuras no fora de estrada, não serão a principal vocação Qashqai 1.6 dCi 130 Tekna Premium. Provam-no o equipamento pneumático montado pela Nissan nesta unidade, e a ausência da tracção integral, se bem que a altura ao solo até favoreça as incursões por outros terrenos que não o asfalto.

A seu favor, o renovado Qashqai tem, ainda, uma invejável dotação de equipamento de série, em que o destaque vai, obrigatoriamente, para os dispositivos de segurança e para os auxiliares de condução. A par da função Auto Hold para o travão de estacionamento eléctrico, são dignos de referência, além do já referido, a travagem automática de emergência com alerta de colisão e detecção de peões; o alerta de saída da faixa de rodagem; os sistemas de leitura de sinais de trânsito e de monitorização do ângulo morto, e o alerta de atenção do condutor.

Por tudo isto, e ainda um equipamento de conforto extremamente completo, ao qual pouco mais é possível de acrescentar do que a pintura metalizada, a Nissan pede pelo Qashqai 1.6 dCi 130 Tekna Premium 36 800 euros, já incluindo o desconto de lançamento de €1700, sendo ainda possível abater €750 euros adicionais no caso de entrega de um veículo de retoma. Acabamento este por ser um trunfo adicional que só confirma o extremo equilíbrio do Qashqai a todos os níveis, sem dúvida aquilo que mais contribui para que continue a merecer a preferência da maioria dos compradores europeus de um automóvel deste género..