Nova Toyota Hilux já chegou
Lançada em 1968, a Hilux conquistou já 18 milhões de clientes em todo o mundo, sendo líder do seu segmento na Europa desde 2012, e em Portugal desde 2013. É, também, o segundo modelo mais vendido da Toyota a nível mundial, logo a seguir ao Corolla. Para preservar o seu estatuto, a pickup japonesa conhece uma geração totalmente nova, a oitava da sua longa carreira, já disponível no mercado português.
Uma das suas principais tarefas será cumprir com as novas exigências de um mercado em que aumenta procura por pick-ups versáteis, capazes de evoluir com eficácia fora de estrada, e com níveis de conforto e desempenho em estrada que lhes permitam constituir alternativa aos cada dia mais populares SUV, inclusivamente numa utilização quotidiana. Por isso, volta a ser proposta em versões de trabalho e de lazer: as primeiras incluem as variantes de cabina simples (2 lugares), cabina extra (três ou quatro lugares) e cabina dupla (cinco lugares), todas estando disponíveis nas derivações châssis-cabina (apenas com tracção traseira) ou com caixa metálica (4×2 ou 4×4), e oferecendo uma capacidade de carga de uma tonelada (mais 200 kg do que na geração anterior) e de reboque de 3500 kg. As propostas de lazer só existem com caixa metálica, (agora com 1645 mm de largura, contra os anteriores 1544 mm), sendo a sua capacidade de reboque de 3200 kg – a versão de cabina extra dá pelo nome de Trial (só disponível com sistema 4×4), a de cabina dupla volta a adoptar a designação Tracker (disponível com tracção traseira ou integral).
Em qualquer dos casos, a aparência exterior visa combinar a sofisticação exigida pelos que privilegiam a componente do lazer com a robustez de um automóvel que é obrigado a possuir inequívocas capacidades de trabalho, e uma inquestionável competência no fora de estrada. Em destaque, a secção dianteira, com novos grupos ópticos com luzes diurnas por LED e uma grelha de novo desenho.
O interior segue a mesma filosofia: design tipicamente Toyota, sóbrio e funcional, com uma elevada qualidade geral, mormente em termos de montagem e acabamentos. Segundo a Toyota, a protecção interior é três vezes superior à da anterior geração, com a Hilux a passar a ser a referência da sua categoria em termos de NVH (ruído, vibrações e aspereza). Para tornar o ambiente a bordo mais acolhedor, os bancos são mais amplos e ergonómicos; foi incluído um ecrã TFT a cores no painel instrumentos (que presta ao condutor diversas informações); o volante multifunções oferece regulação em altura e alcance; e todas as versões cntam, de série, com sete airbags (frontais, laterais, de cortina e para os joeljos do condutor). A versão Tracker 4×4, que pudemos experimentar num primeiro contacto com a nova Hilux, aproximima-se ainda mais de um automóvel comum graças a soluções como o sistema de infoentretenimento Touch 2 com ecrã táctil de 7″ (inclui Bluetooth, tomadas USB e Aux-in, rádio, leitor de CD/mp3, navegação e câmara de estacionamento traseira, integrada no puxador da tampa da caixa de carga), ou à generosa habitabilidade, inclusivamente atrás.
A mecânica é que continua a ser um dos pontos fortes da Hilux. O châssis de longarinas conta com mais 44% de pontos de soldadura, uma rigidez torsional aumentada em 20% e uma garantia anti-corrosão de vinte anos. As suspensões, por duplos triângulos na frente, e por eixo rígido com molas de lâminas atrás (este reforçado face à anterior geração), dispõem de um curso aumentado 20%, para 520 mm.
Já o quatro cilindros em linha turbodiesel de 2393 cc conta com vários componentes fundamentais novos: bloco, turbo, válvulas, cabeças dos pistões, câmara de combustão, injectores, sistema de escape e gestão electrónica. Se a potência de 150 cv não impressiona, o binário de 400 Nm, constante entre as 1600 rpm e as 2000 rpm, garante não só a progressão no fora de estrada, como permitiu a adopção de uma caixa manual de seis velocidades com relações longas, para reduzir consumos (média anunciada de 7,1 l/100 km) e cumprir com a norma Euro 6. O condutor pode agora optar pelos modos de funcionamento Economy, Normal e Power, em que é ajustada a rapidez de resposta às solicitações do acelerador.
Fundamental numa pick-up de lazer é, também, o sistema de tracção integral, do tipo inserível à frente (o que pode ser feito em andamento, até aos 80 km/h), através de um comando rotativo em que o condutor pode ainda selecionar as “redutoras” – ao lado deste existindo um botão para bloquear por completo o diferencial traseiro. Fazendo bom uso deste argumentário, a Hilux Tracker 4×4 progride com extraordinário à vontade nos terrenos mais exigentes, tanto mais que os ângulos característicos melhoraram (ataque de 31º, saída de 26º), são maiores os cruzamentos de eixos que a suspensão agora permite, e até a caixa de velocidades conta com uma primeira mais curta, para ajudar na progressão.
Só que a nova Hilux não é um modelo exclusivamente fadado para o “TT”. Em estrada, o conforto de marcha é apreciável, pautando-se o comportamento por reacções sempre honestas e previsíveis, o que só contribui para aumentar o agrado de condução, mesmo em curva, nos traçados mais sinuosos.
Em Portugal, a nova Hilux está disponível a partir dos €25 000 pedidos pela versão de trabalho com cabina simples e tracção traseira – note-se que as Hilux 4×2 só estarão à venda a partir do próximo mês de Dezembro. As versões de lazer são propostas a partir de €39 000, no caso da Trial de quatro lugares (31 500€ com três lugares), orçando a mais refinada Tracker em €39 750.
Da oferta faz ainda parte a variante Tracker S, com cabina dupla, sistema 4×4, caixa automática de seis velocidades e um equipamento de série ainda mais generoso, para os que pretendam usufruir do máximo luxo e conforto, e estejam dispostos a pagar €45 700.