Novo Bugatti Chiron Super Sport: 1600 cv, 440 km/h, 3,2 milhões de euros
O Chiron Super Sport é mais uma proposta da Bugatti que prova não ser a extrema exclusividade a impedir que a família do seu hiperdesportivo seja invulgarmente alargada para um modelo com estas características e posicionamento. Por oposição (ou complementarmente) ao Chiron Pur Sport (saiba mais aqui), centrado na agilidade e no desempenho em curva, o desenvolvimento do Chiron Super Sport focou-se na velocidade, mas sem que isso signifique pouca competência em termos de eficácia dinâmica, nem sequer qualquer cedência ao nível do luxo ou do conforto.
Ponto de partida para a criação da mais recente proposta da marca de Molsheim, a evoluída aerodinâmica: frente longa e afilada, com ópticas inclinadas; guarda-lamas dianteiros com nove orifícios cada, evocativos dos aplicados nos pilares centrais do EB 110 Super Sport e destinados a libertar a pressão gerada nas cavas das rodas dianteiras; perfil especialmente apurado. Ainda assim, é a secção traseira que mais se distingue neste particular: prolongada em cerca de 25 cm, conta, ainda, com um difusor de maiores dimensões, cujo efeito é ampliado pelo reposicionamento das ponteiras de escape do centro para os extremos da carroçaria, passando as mesmas a estar alinhadas verticalmente.
Todas estas preocupações visam criar a downforce necessária para manter estável a alta velocidade um automóvel que supera facilmente os 400 km/h. E, para tal, a mecânica é outros dos atributos fundamentais do Chiron Super Sport: o motor W16 de 8,0 litros recebeu modificações ao nível dos quatro turbocompressores, da bomba de óleo, dos cilindros e da distribuição, ganhando 100 cv e passando, deste modo, a debitar 1600 cv, ao passo que o binário máximo de 1600 Nm está agora disponível em permanência entre as 2000-7000 rpm (e não até às 6000 rpm), tendo o regime máximo de funcionamento passado para as 7100 rpm.
Ao mesmo tempo, a transmissão e a embraiagem também foram revistas, sendo a sétima relação da caixa de dupla embraiagem 3,6% mais longa, isto é, quando na máxima aceleração, é engrenada aos 403 km/h, tendo o Chiron Super Sport como velocidade máxima (electronicamente limitada…) os 440 km/h, contra 420 km/h no Chiron “normal” e 350 km/h no Chiron Pur Sport. Não menos impressionantes, as acelerações: se a Bugatti nem se dá ao trabalho de anunciar o desempenho do modelo nos clássicos 0-100 km/h, os 0-200 km/h “pulverizados” em 5,8 segundos, e os 0-300 km/h cumpridos em 12,1 segundos, dão bem uma ideia do seu potencial neste particular – ficando ainda a nota que, nos 0-400 km/h, é 7% mais rápido do que o Chiron.
Como não podia deixar de ser, para lidar com valores desta ordem de grandeza, o Chiron Super Sport também teria que receber alguns ajustes ao nível do châssis, assim se justificando a direção, as molas e os amortecedores mais firmes. Ao mesmo tempo, o peso foi reduzido em 23 kg, sendo que as exclusivas jantes em alumínio, com cinco braços em “Y”, estão revestidas pelos recém-desenvolvidos pneus Michelin Pilot Sport Cup 2, anunciados como os únicos capazes de rolar de forma consistente até aos 500 km/h, graças, entre outros, às cintas reforçadas, que lhes permitem lidar com as massivas forças geradas a estas velocidades.
Esta capacidade foi confirmada no mesmo banco de testes originalmente construído para o Space Shuttle, o vai-e-vem espacial da NASA, aproveitando a Bugatti para sublinhar, igualmente, que cada pneu é radiografado após a produção, para eliminar a possibilidade de existir mesmo a mais imperceptível das irregularidades. Da lista de opcionais fazem parte as mesmas jantes com braços em “Y”, mas com acabamento diamantado, assim como as emblemáticas jantes em magnésio criadas para o Chiron Pur Sport, e que reduzem ainda mais o peso não suspensão.
Segundo a Bugatti, o Chiron Super Sport começará a ser produzido muito em breve na fábrica de Molsheim, em França. As primeiras entregas estão previstas para o início de 2022, e o preço antes de impostos é de 3,2 milhões de euros.