Novo Kia Niro em Outubro por €28 000
Para tirar partido do aumento das vendas de híbridos (só na Europa, mais do que duplicaram nos últimos cinco anos, prevendo-se atinjam, em 2020, 700 mil unidades), a Kia tem em marcha um plano de lançamento de vários novos modelos híbridos, híbridos plug-in, eléctricos e a fuel cells. Revelado na passada edição do Salão de Genebra, o Niro é o primeiro desses novos modelos a chegar ao mercado, a que se seguirá, muito em breve, a versão híbrida plug-in do Optima.
Na sua génese está a primeira plataforma do Grupo Hyundai desenvolvida especificamente para automóveis híbridos ou eléctricos, a mesma do Hyundai iOniq, que já se sabe conhecerá três variantes: híbrida, híbrida plug-in (PHEV) e totalmente eléctrica. O Niro apenas é proposto numa versão híbrida, e ainda que, tecnicamente, também possa derivar num PHEV ou num eléctrico, essas são versões que a Kia, para já, não prevê, dependendo a sua hipotética criação do interesse que o mercado por elas venha a manifestar – certo é que nem Niro nem iOniq serão animados exclusivamente por um motor a gasolina ou Diesel.
Apesar de partilharem a maioria dos componentes mecânicos, iOniq e Niro seguem caminhos distintos, e basta um primeiro olhar para o confirmar. Assumindo-se como um crossover, o Niro exibe um look de SUV compacto, garantido por formas modernas e suficientemente aerodinâmicas (Cx de 0,29), mas que não deixam de identificá-lo de imediato como um Kia.
Com 4355 mm de comprimento, 1805 mm de largura e 1535 mm de altura, o Niro é ligeiramente mais compacto que o novo Sportage (-12,5 cm em comprimento e -10 cm em altura), mas contando com uma distância entre eixos 30 mm superior à desta, do que resulta uma generosa habitabilidade, em particular atrás. Já a colocação das baterias sob o banco traseiro garante que estas não interferem com a capacidade da mala, que varia entre 427 litros e 1425 litros.
No habitáculo merece ainda referência a boa qualidade geral, com a maioria dos plásticos utilizados a serem do tipo macio e de toque suave, complementados por acabamentos de bom nível. O tablier é dominado pelo ecrã táctil de 8” de comando do sistema de infoentretenimento, que em Portugal contará com Bluetooth e sistema de navegação Tom Tom. O Niro é, também, o primeiro Kia a oferecer a função Android Auto, disponível logo desde o lançamento, estando prevista para o final do ano a disponibilização da equivalente Apple CarPlay.
Em termos de segurança, além dos sete airbags (frontais, laterais, de cortina e para os joelhos do condutor), e das fixações Isofix, o Niro conta com sistema de travagem autónoma de emergência em cidade, cruise control adaptativo, alerta de saída involuntária da faixa de rodagem, assistente à manutenção na faixa de rodagem, sistema de monitorização do ângulo morto e alerta de trânsito na traseira, sempre muito útil quando se sai de um lugar de estacionamento de marcha-atrás.
Quanto à motorização híbrida paralela, é composta por um quatro cilindros de 1,6 litros (o primeiro da Kia a combinar o ciclo Atkinson com a injecção directa de gasolina, um sistema refrigerado de recirculação dos gases de escape e um curso bastante maior do que o diâmetro, tudo com vista a alcançar a maior eficiência possível) e por um motor eléctrico de 32 kW (44 cv), alimentado por uma bateria de polímetros de iões de lítio com uma capacidade de 1,54 kWh, que anuncia um peso de apenas 33 kg, assim como um densidade e uma eficiência energéticas superiores em, respectivamente, 50% e 13% face às baterias encontradas em modelos rivais.
O rendimento combinado é de 141 cv, estando disponível no arranque um binário máximo de 265 Nm. Em termos de prestações, o Niro anuncia 162 km/h de velocidade máxima, 11,5 segundos nos 0-100 km/h e um consumo combinado de 3,8 l/100 km, correspondente a emissões de CO2 de somente 88 g/km (4,4 l/100 km quando equipado o modelo com jantes, não de 16”, mas de 18”).
Atributo determinante deste grupo motopropulsor, a transmissão a cargo de uma caixa pilotada de dupla embraiagem e seis velocidades, com modos Normal e Sport, e ainda com comando manual sequencial através da alavanca. Para evitar o escorregamento, e consequentes perdas mecânicas, que as caixas CVT de transmissão contínua, por norma utilizadas neste tipo de motorização, sempre implicam, a Kia desenvolveu um dispositivo eléctrico instalado na transmissão, que permite que o rendimento máximo de ambos os motores seja transferido, em paralelo, às rodas através da caixa 6DCT, com perdas mínimas de energia e uma maior capacidade de aceleração.
Tudo isto resulta, na prática, num automóvel bastante agradável de conduzir. As suspensões independentes em ambos os eixos (MacPherson na frente, multi-link atrás) garantem um pisar é sólido, um conforto de bom nível e reacções honestas e previsíveis, sendo o desempenho dinâmico eficaz até quando sujeito o veículo a exigências que raramente lhe serão impostas pelo seus cliente tipo.
O motor convence pela capacidade de resposta, imediata e costante na maioria das situações, permitindo ao modelo progredir com toda a naturalidade, e sem que se faça sentir aquela incómoda sonoridade esforçada do motor nas solicitações mais vigorosas, como habitualmente acontece neste tipo de proposta. Capaz de rolar no modo totalmente eléctrico até perto dos 120 km/h, sempre que as condições do o permitem, os consumos prometem ser outro dos atributos do Niro, capaz de registar médias abaixo dos 7,0 l/100 km em utilização moderada, mas sem sacrifício excessivo do agrado de condução. A travagem regenerativa também é merecedora de menção, pela rapidez com que recarrega a bateria, e por uma sensibilidade do pedal do travão equivalente à de um convencional sistema hidráulico de um automóvel tradicional.
Em Portugal em Outubro, e com um único nível de equipamento, o Niro será proposto entre nós com um muito completo equipamento de série (que já incluirá as jantes de 18”, o sistema de navegação ou o ar condicionado automático bizona, entre outros), por cerca de €28 000. Será lançado, quase em simultâneo, com o novo Optima PHEV, assim permitindo à Kia propor no nosso páis um modelo híbrido, um híbrido plug-in e ainda o Soul EV, o seu modelo totalmente eléctrico.