Novo Mercedes-AMG SL: regresso às origens com muita inovação

A apresentação do novo Mercedes-AMG SL assinala o regresso ao mercado de um dos maiores ícones da indústria automóvel mundial, ainda que nada tenha sido ainda adiantado quanto à respetiva data de início de comercialização. Desta feita, o desenvolvimento da mais recente geração do SL (designação interna R232), a sétima do seu historial longo de praticamente setenta anos, foi entregue à Mercedes-AMG, tomando forma num roadster de 2+2 lugares que promete voltar às origens por voltar a apostar numa clássica capota de lona e num carácter mais desportivo do que o do seu antecessor, mas sem perder de vista a vertente prática de uma utilização quotidiana.

Valerá a pena recordar que o SL nasceu em 1952, como automóvel de competição apto a circular na via pública, e, de imediato, esse inesquecível 300 SL original (W194) alcançou um êxito invejável nas pistas de todo o mundo, ao ponto de tornar-se num verdadeiro mito. Em 1954 surgiu o 300 SL de produção em série, o famoso Gullwing, ou “asas de gaivota”, assim apelidado devido às suas originais portas de abertura vertical – e, desde então, o SL povoou sempre o imaginário de inúmeros amantes do mundo automóvel,

Agora, com o novo Mercedes-AMG SL, a casa da estrela pretende estabelecer mais um marco histórico, ao combinar o carácter desportivo do modelo original com o luxo e a tecnologia dos tempos modernos, por forma a estabelecer novos padrões no segmento dos desportivos de luxo. A aparência exterior é vincadamente desportiva, assentando o conceito estilístico que presidiu à concepção do modelo na combinação da actual filosofia de design da Mercedes-Benz com a desportividade e os detalhes típicos da AMG.

As duas cúpulas no capot são uma das várias evocações do SL da primeira geração, a par da generosa distância entre eixos, das curtas projeções dianteira e traseira, do longo capot, do habitáculo recuado, do pára-brisas com acentuada inclinação, da imponente secção traseira ou da grelha específica da AMG, com 14 aletas verticais. Por seu turno, as jantes de liga leve de grandes dimensões (19”, 20” ou 21”) estão montadas à face dos guarda-lamas, e contribuem de forma evidente para o visual imponente e dinâmico. Distinguindo-se, ainda, o novo SL pelas finas ópticas dianteiras LED Digital Light, e pelos afilados farolins traseiros igualmente por LED.

Como não podia deixar de ser, especial atenção foi dispensada à aerodinâmica, como o prova o Cx de 0,31 e os vários sistemas activos. O Airpanel inclui, por um lado, persianas verticais ocultas atrás da entrada de ar inferior no para-choques dianteiro; e, por outro, persianas horizontais atrás da entrada de ar superior. Enquanto que o deflector traseiro retráctil, integrado na tampa da mala, pode assumir, a partir dos 80 km/h, cinco diferentes posições angulares, em função dos requisitos, para melhor a estabilidade do veículo e reduzir a resistência ao ar.  Existe ainda, em opção, um perfil aerodinâmico em carbono com cerca de 2kg de peso, oculto na secção inferior da carroçaria, o qual reage ao modo de condução escolhido, estendendo-se automaticamente para baixo cerca de 40 mm, também a partir dos 80 km/h, para criar um efeito Venturi que aumenta a downforce no eixo dianteiro, assim melhorando a resposta da direcção  e a estabilidade a alta velocidade.

Já o habitáculo minimalista do primeiro 300 SL Roadster serviu de inspiração aos designers quando do desenvolvimento do interior do novo modelo, resultando num conceito denominado “hyperanalogue”, em que se combinam elementos analógicos com o mundo digital contemporâneo. O painel de instrumentos totalmente digital está integrado num ecrã tridimensional, o sistema de infoentretenimento MBUX dispõe de conteúdos específicos da AMG, assim como de vários elementos exclusivos, como as funcionalidades AMG Performance e AMG Track Pace.

Com uma configuração do tipo 2+2, o habitáculo é mais espaçoso e funcional do que no modelo anterior, muito por culpa dos bancos traseiros, que aumentam a lotação para quatro ocupantes e, segundo a Mercedes-AMG, estão aptos a albergar passageiros com até 1,5 metros de altura. Na frente destacam-se os esculturais bancos desportivos AMG propostos de série, com regulação eléctrica, apoios de cabeça integrados e sistema Airscarf (bancos AMG Performance disponíveis como oção). Ao passo que a capota capota de lona de três camadas e operação eléctrica, 21 kg mais leve que o  tejadilho rígido retráctil do modelo anterior, por ser aberta e fechada em andamento, em apenas 15 segundos, até aos 60 km/h.

Passando à mecânica, importa realçar que a sétima geração do roadster germânico assenta numa arquitectura totalmente nova, que não inclui qualquer componente oriundo quer do anterior SL, quer de outros modelos da Mercedes-AMG. O châssis compósito é composto, essencialmente, por alumínio, mas inclui ainda elementos em magnésio, compósitos de fibra carbono e aço, o que lhe garante, ao mesmo tempo, leveza (a carroçaria pesa apenas cerca de 270 kg) e robustez (mais 18% de rigidez torsional do que no anterior modelo, sendo a rigidez lateral superior em 50%, e a longitudinal em 40%, à do AMG GT Roadster).

No que aos motores diz respeito, está garantido que, no futuro, o novo SL irá ser proposto numa inédita e poderosa versão híbrida Contudo, no arranque de comercialização, as duas opções disponíveis recorrem ambas ao 4.0v-V8 biturbo montado à mão na fábrica de Affalterbach, e aqui dotado de um novo cárter, de intercoolers reposicionados, de um bloco com ventilação activa e de condutas de admissão e de escape optimizadas. No SL 55 4MATIC+, o rendimento é de 476 cv e 750 Nm, para uma velocidade máxima de 295 km/h e uma aceleração 0-100 km/h cumprida em 3,9 segundos; ao passo que o SL 63 4MATIC+ oferece 585 cv e 800 Nm, constantes entre as 2500-4500 rpm, cumprindo os 0-100 km/h em 3,6 segundos e alcançando uma velocidade máxima de 315 km/h.

Não menos importante, este é a primeira vez que o SL dispõe de tracção às quatro rodas, a cargo do sistema AMG Performance 4MATIC+, com distribuição totalmente variável do binário entre os dois eixos, e incluído de série em ambas as versões. Quanto à suspensão, e pela primeira vez num modelo da Mercedes-AMG de produção em série, adopta uma arquitectura do tipo multilink no eixo dianteiro, com cinco braços dispostos inteiramente dentro da projeção da jante, contando o tem traseiro também com uma configuração multilink com igual número de braços. No caso do SL 55 4MATIC+, o sistema utilizado é o AMG Ride Control, com amortecedores em alumínio e molas helicoidais de baixo peso; estreando-se no SL 63 4MATIC+ o sistema AMG Active Ride Control, com controlo activo da inclinação da carroçaria, em que elementos hidráulicos activos substituem as tradicionais barras estabilizadoras mecânicas.

Para tornar o desempenho dinâmico ainda mais eficaz, este é o primeiro SL a dispor de um sistema de direcção activa integral, em que as rodas traseiras viram no sentido oposto ao das dianteiras abaixo dos 100 km/h (para aumentar a agilidade e a capacidade de manobra), ou no mesmo das mesmas acima dos 100 km/h para incrementar a estabilidade), merecendo ainda destaque o recém-desenvolvido sistema de travagem de elevado desempenho, com discos compósitos ventilados e perfurados. Referência final para i sistema AMG Dynamic Select, que oferece os modos de condução Slippery, Comfort, Sport, Sport +, Individual e Race (este último de série no SL 63 4MATIC+, e incluído no opcional pacote AMG Dynamic Plus no caso do SL 55 4MATIC+).