Novo Mercedes GLE em Paris. No início de 2019 e com opção de sete lugares
Mais de duas décadas volvidas sobre o lançamento do Classe M, está pronto o novo Mercedes GLE, a mais recente geração do SUV de médio porte da marca da estrela. Uma novidade que está longe de ser de somenos, dado que, ao contrário do que acontece com o modelo ainda em comercialização, não se trata de uma proposta desenvolvida a partir do anterior ML, mas sim de um modelo assente numa nova plataforma.
Tal facto confere-lhe, desde logo, um argumento inédito na família: graças a uma distância entre eixos de 2995 mm, 80 mm superior à do actual modelo, o GLE passa a poder montar, opcionalmente, uma terceira fila de bancos que aumenta a lotação para sete lugares. Ao mesmo tempo, são introduzidos os também opcionais bancos conforto na segunda fila, os primeiros do mercado nesta categoria a oferecerem seis regulações totalmente eléctricas para os colocados em ambos os extremos da mesma (longitudinal em 100 mm; da inclinação das costas; e da altura dos encostos de cabeça), operadas através dos comandos colocados nas respectivas portas, típicos da Mercedes. O banco da segunda fila oferece sempre rebatimento assimétrico na proporção 40/20/40, mas é fixo na sua versão de série, ao passo que este rebatimento passa a ser eléctrico no caso dos bancos conforto.
Ainda no interior, onde o design e a decoração pretendem conjugar a elegância e o requinte de uma berlina de luxo com a robustez sempre associada a um SUV, refira-se que todos os elementos de controlo e comando contam com um novo design, e que a Mercedes assegura que a habitabilidade cresceu em todos os sentidos, e em todos os lugares, face ao actual GLE. Quanto à capacidade da bagageira, é de 825 litros com os cinco lugres montados, alcançando um máximo de 2055 litros com os bancos traseiro totalmente rebatidos.
Não menos importante, depois de surpreender, e convencer, com o sistema de infoentretenimento MBUX, estreado no novo Classe A, a Mercedes anuncia agora que o novo GLE estreará a mais recente geração deste dispositivo, com nada menos do que praticamente quatro dezenas de funções adicionais, como o suporte dos modos da transmissão específicos para o fora de estrada; os ecrãs off-road no painel de instrumentos e no head-up display de alta resolução (exibe o gradiente e a inclinação lateral, o funcionamento do sistema de tracção integral e altura da suspensão); a regulação do banco do condutor ADAPT (introduzindo-se o tamanho do corpo do ocupante, o banco move-se automaticamente para a posição normalmente adequada); o aumento das funções online (caso da In-car office, que pode agora ler os emails e ditá-los); a integração de música online (TIDAL) na Europa; e um lote mais alargado de Apps.
Com os conhecidos dois ecrãs dispostos lado a lado, cada qual com 12,7”, o MBUX da nova geração passa a contar, igualmente, em opção, com a funcionalidade Interior Assist, que permite operar diversas funções de conforto através do reconhecimento de movimentos, graças a uma câmara instalada na consola superior, que regista regista os gestos das mãos e dos braços do condutor e do passageiro da frente. A isto há que juntar o novo desenho dos menus de configurações e o assistente inicial de configuração melhorado.
Mecanicamente, também são várias as evoluções de monta a introduzir pelo novo GLE. Começando pelos motores, o modelo será lançado, inicialmente, na versão GLE 450 4Matic, animada por um seis cilindros em linha a gasolina com sistema eléctrico de 48 Volt, capaz de disponibilizar 367 cv e 500 Nm, a que se juntam, por curtos períodos de tempo, os 22 cv e 250 Nm adicionais oferecidos pelo motor de arranque/alternador integrados (ISG) EQ Boost. Pouco depois chegarão ao mercado mais motorizações, tanto a gasolina como Diesel, com quatro, seis e oito cilindros, assim como uma opção híbrida plug-in.
Em todas as versões, a caixa de velocidades é a conhecida 9G-Tronic, de nove relações, combinada com um sistema de tracção integral permanente cuja configuração é distinta consoante esteja aliada a motores de quatro ou mais cilindros. No primeiro caso, o sistema 4Matic conta com uma caixa de transferências que reparte o binário entre os eixos numa relação fixa de 50:50, sendo a tendência para as rodas patinarem, nos pisos de menor aderência ou situações de maior esforço, através da acção individual do sistema de travagem.
Já em conjugação com motores de seis e oito cilindros, e na versão híbrida plug-in, o sistema 4Matic é, pela primeira vez, utilizado na sua configuração totalmente variável TonD (Torque on Demand), em que a repartição do binário entre os dois eixos varia entre 0-100 % em função do programa da transmissão seleccionado. Com o opcional Pack Offroad, o sistema conta, também, com as chamadas “redutoras”, por forma a incrementar substancialmente o potencial do GLE para evoluir fora de estrada.
Em termos de suspensão, também são várias as opções disponíveis: com molas helicoidais; Airmatic com amortecimento pneumático activo ADS+ (Adaptive Damping System Plus), em que a traseira do GLE pode ser rebaixada em cerca de 40 mm através de um botão, para facilitar o acesso à mala; e a novíssima E-Active Body Control. Uma solução que a Mercedes reclama ser a única do mercado em que as molas podem ser controladas individualmente em cada roda, contrariando tanto o adornar da carroçaria, como as oscilações verticais e o afundamento.
Opcional proposto em todas as versões do novo GLE com seis ou mais cilindros, a suspensão E-Active Body Control opera em conjunto com o sistema pneumático Airmatic e o sistema eléctrico de 48 Volt, estando apta para recuperar energia em pisos mais degradados, e a gerar forças que se sobrepõem às do amortecimento pneumático, suportando e amortecendo activamente a carroçaria, seja numa aceleração linear ou lateral. E até mesmo em curva: por via da integração da função de inclinação em curva, e tal como num motociclo, o veículo inclina-se para o lado interior das curvas, curvando em três fases praticamente sem força centrífuga.
Dotado, ainda, das mais recentes evoluções alcançadas pela Mercedes no domínio dos sistemas avançados de assistência à condução, nomeadamente os destinados a uma utilização em situações de trafego intenso ou congestionado, ou mesmo de engarrafamento, o novo GLE apresenta, também, um visual de acordo com um modelo que se anuncia como totalmente novo. Além da eficiência aerodinâmica, patente num Cx de 0,29, recorde para a categoria, menção, neste particular, para os faróis Multibeam LED, para as jantes com dimensões entre 18”-22” e para as formas de carroçaria modernizadas, embora sempre na linha do que é a actual linguagem de design do construtor de Estugarda.