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Novo Renault Arkana: ao volante do primeiro SUV coupé generalista

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Novo Renault Arkana: ao volante do primeiro SUV coupé generalista

Arkana é um nome que há já, pelo menos, cerca de dois anos não constitui, propriamente, novidade para os amantes do mundo automóvel. Foi lançado pela Renault na Rússia na Primavera de 2019, sendo produzido na fábrica que o construtor francês detém na região de Moscovo e assente na plataforma B0+, a que serviu a anterior geração do Dacia Duster.

Agora, é tempo de o primeiro SUV coupé oriundo de uma marca generalista iniciar a sua carreira no mercado português, mas na sua configuração destinada à Europa, bastante mais sofisticada do que a russa, e basicamente a mesma que também marca presença na Coreia do Sul (onde é produzido, na fábrica de Busan, e adopta a designação Renault Samsung XM3). Sofisticação essa que lhe é garantida tanto pela gama de motores de que faz uso no Velho Continente como pelo interior bem mais refinado, e, sobretudo, por ter por base a bem mais evoluída plataforma modular CMF-B, a mesma dos novos Clio e Captur – mas cuja modularidade permite ao modelo completar a oferta da casa do losango no segmento C, contando com dimensões exteriores e uma habitabilidade que o colocam ao nível de propostas como o Mégane, o Kadjar e o Scénic, como o provam os 4568 mm de comprimento, os 1821 mm de largura, os 1571 mm de altura e uma distância entre eixos de 2720 mm.

Do modelo original, o Arkana europeu herda, principalmente, a silhueta exterior, a qual o insere numa classe que, a nível europeu, estava até aqui reservada às chamadas marcas de prestígio. E a verdade é que esta é uma proposta que dificilmente passa despercebida, pelo dinamismo e originalidade das suas formas, merecendo destaque, no plano estilístico, os diversos elementos que lhe conferem o tão pretendido carácter SUV, como sejam a altura ao solo de 200 mm, a elevada linha de cintura, as placas dianteiras e traseiras de protecção inferior do châssis, ou os aros dos guarda-lamas em plástico preto.

Não menos distintiva, a linha de tejadilho com acentuada inclinação em direcção à traseira, conjugada com uma grelha frontal onde marca presença de destaque o losango de grandes dimensões que serve de emblema à Renault, enquadrado pelos cromados que o ligam às opticas dianteiras por LED, com a já tradicional assinatura luminosa em forma de “C” – a mesma que é adoptada pelos farolins traseiros, igualmente por LED, e neste caso unidos por uma faixa de luz a toda a largura do portão traseiro. Ainda neste particular, menção para as inserções cromadas nas janelas e nas saias laterais, e para as jantes de 17” ou 18”, consoante as versões e níveis de equipamento, e disponíveis em três desenhos distintos.

Quanto ao interior, está em linha com as mais recentes criações da Renault, exibindo materiais e acabamentos de apreciável qualidade para o segmento, assim como uma consola central com diversos espaços de arrumação, e onde é possível encontrar, ainda, o carregador por indução para smartphones, assim como o comando do travão de estacionamento eléctrico com função “auto hold” (de série em todas versões). A habitabilidade é bastante interessante, nomeadamente atrás, não obstante o formato do tejadilho, à mesma havendo que juntar uma ampla bagageira, cuja capacidade varia entre 513-1269 litros (entre 480-1263 litros na versão híbrida, por estar montada sobre a mesma a bateria de alta tensão), além de oferecer um fundo amovível e o rebatimento do banco traseiro na proporção 60/40.

Como não podia deixar de ser, a posição de condução é elevada, garantindo um bom domínio sobre a estrada, dispondo o condutor, em função das versões, de um painel de instrumentos totalmente digital com 4,2”, 7” ou 10,2”, e de um ecrã central, para comando do sistema de infoentretenimento, com 7” e colocação horizontal, ou 9,3” e colocação vertical. Na sua versão mais evoluída, o sistema Easy Link oferece funcionalidades como a ligação 4G permanente, serviços adicionais disponibilizados por parceiros como a Google ou a TomTom, localização do automóvel, abertura e fecho remoto das portas, ligações Android Auto e Apple CarPlay, quatro tomadas USB (duas na frente outras tantas atrás) e atualizações automáticas remotas. Quanto aos bancos, no nível de equipamento de acesso, são integralmente revestidos a tecido, enquanto que, nos níveis de topo, o revestimento combina pele sintética e tecido (pele natural em opção).

O Arkana é, também, e depois do Clio, do Captur e do novo Mégane, o quarto modelo da Renault a ser proposto com o nível de acabamentos R.S. Line, de vocação mais desportiva e disponível com todas as motorizações. Aqui, e no exterior, a diferença é ditada pela oferta de uma cor exterior exclusiva (Laranja Valência), pelas aplicações em preto e em metal escurecido, pela lâmina aerodinâmica inspirada na Fórmula 1, pelas inserções vermelhas nos pára-choques, pelas jantes específicas, pelo emblema “R.S. Line” aplicado nos guarda-lamas dianteiros e pelas duas ponteiras de escape cromadas – existindo, ainda, um opcional pack de cor, em que os pára-choques e as saias laterais passam a ser na cor da carroçaria, e o tejadilho e o deflector traseiro são pintados de preto (este último em perto brilhante). Já no interior, a distinção está a cargo dos revestimentos em pele e Alcantara; das aplicações a imitar carbono no tablier e painéis interiores das portas; da faixa vermelha na parte superior do tablier; do revestimento do tejadilho em preto; das costuras vermelhas no volante em pele, nos bancos em pele e tecido e nos painéis das portas; da faixa vermelha nos cintos de segurança; dos pedais desportivos em alumínio; e dos inevitáveis emblemas R.S. Line.

Outros dos atributos fundamentais do Arkana é propor uma oferta de motores, sempre a gasolina, em que todas as unidades, já conhecidas de outros modelos da Renault, dispõem de tecnologia híbrida. O mais evoluído, neste particular, será o Arkana E-Tech Hybrid de 145 cv, que combina o motor 1.6 atmosférico a gasolina de ciclo Atkinson (com filtro de partículas, 95 cv e 148 Nm) com um motor eléctrico de tracção (50 cv e 205 Nm), um segundo motor eléctrico (funcionando como motor de arranque e gerador, oferece 20 cv e 50 Nm), uma caixa de velocidades multimodal sem embraiagem nem sincronizadores (operada pelo segundo motor electrico) e uma bateria de iões-lítio com 1,2 kWh de capacidade. Segundo a casa de Billancourt, pode circular até 80% do tempo em condução urbana em modo 100% elétrico (disponível até aos 75 km/h), garante uma redução de até 40% do consumo em cidade, por comparação com um motor de combustão convencional de rendimento equivalente, anuncia um consumo combinado de 4,9 l/100 km, emissões de CO2 de 108 g/km, 10,8 segundos nos 0-100 km/h e 172 km/h e velocidade máxima.

Depois, existem duas opções com tecnologia microhíbrida (a cargo de um alternador/motor de arranque integrados, com bateria de iões de lítio de 12 Volt), ambas assentes no bloco 1.3 TCe de quatro cilindros em linha com filtro de partículas, e combinadas com a caixa pilotada EDC de dupla embraiagem e sete velocidades. Já disponível, a variante com 140 cv e 260 Nm, capaz de alcançar 205 km/h e de cumprir os 0-100 km/h em 9,8 segundos, para um consumo combinado de 5,8 l/100 km e emissões de CO2 de 131 g/km. Numa fase subsequente de comercialização, mas ainda em 2021, chegará a derivação de 160 cv.

Em qualquer dos casos, o selector de modos de condução oferece as opções My Sense, para uma utilização quotidiana, Eco, para uma superior eificiência de combustível, e Sport, para ritmos mais dinâmicos. Quanto aos sistemas avançados de assistência à condução, referência para o assistente à condução em autoestrada (combina o cruise-control adaptativo com função stop&go com o assistente activo à manutenção na faixa de rodagem, estando disponível até aos 160 km/h), o assistente dr máximos, a travagem autójoma de emergência com detecção de peões e ciclistas, a monitorização do ângulo morto, o sistema de leitura de sinais de trânsito com alerta de velocidade máxima, a câmara panorâmica de 360° (disponível mais tarde), o alerta de tráfego cruzado pela traseira, os sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, e o sistema de auxílio ao estacionamento Easy Park Assist.

Numa primeira experiência de condução ao volante do novo SUV coupé da Renault, no caso a bordo do Arkana TCe 140 R.S. Line, foi possível comprovar predicados de um modelo que, sem dúvida, faz jus aos pergaminhos do seu construtor no plano dinâmico. A elevada estabilidade em auto-estrada, mesmo a velocidades mais elevadas, conjuga-se com um conforto de marcha elevado em quaisquer circunstâncias, e com uma notável eficácia em curva em traçados mais sinuosos, apesar da altura ao solo superior ao normal. Facilidade e prazer de condução são, de facto, qualidades indissociáveis do novo Arkana, a que se junta um habitáculo em que o espaço, principalmente atrás, chega a surpreender, tudo apontando, portanto, para que reúna os atributos necessários para vingar num segmento em crescimento aparentemente imparável nas mais diversas latitudes, também por conjugar o tão apetecido conceito SUV com a superior exclusividade e dinamismo que lhe são conferidos pela sua configuração ao estilo coupé.

Quanto a preços, o Arkana TCe 140 é proposto no mercado português por €31 600 no nível de equipamento Business, por €33 700 no nível Intens e por €36 300 no nível R.S. Line. Por seu turno, o Arkana E-Tech Hybrid 145 custa €33 100 no nível Business, €35 200 no nível Intens e €37 800 no nível R.S.Line.

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zyrgon