Novo Rolls-Royce Dawn quer ser referência na classe (com video)
São 5,285 metros de comprimento por 1,947 m de largura, 1,502 m de altura e uma distância entre eixos de 3,112 m. O peso em vazio é de 2560 kg, mas nem por isso as prestações deixam de impressionar: velocidade máxima electronicamente limitada a 250 km/h; não mais do que 4,9 segundos nos 0-100 km/h; e um consumo médio de 14,2 l/100 km. Apesar destes valores, o seu construtor não hesita em considerá-lo como o modelo mais apelativo por si alguma vez produzido.
A tudo isto juntem-se dois nomes: Rolls-Royce e Dawn. E temos a súmula da mais recente criação da mítica marca britânica – aquela que, de algum modo, completa o leque da sua oferta, na esteira do “todo-o-poderoso” Phantom, do mais ágil e “comedido” Ghost e do grand tursimo Wraith. E também aquela capaz de conquistar para as fileiras da marca uma clientela mais jovem do que o habitual, em boa parte devido a um dinamismo invulgar num Rolls-Royce, em termos visuais como dinâmicos.
O Dawn promete ser um descapotável da nova geração. O único do género, passível de ser considerado ultra-luxuoso, a oferecer quatro verdadeiros lugares – considerando a Rolls-Royce a habitual configuração 2+2 como um compromisso pouco prático e “anti-social”, uma tendência que pretende aqui contrariar, ilustrada pela expressão de que “2+2 não é igual a 4”… A capota, operável em 22 segundos mesmo em andamento (desde que abaixo dos 50 km/h), é de lona, mas ainda assim a casa de Goodwood garante que o silêncio a bordo é absolutamente idêntico ao oferecido pelo Wraith, no que também considera ser um atributo único no mercado, que fará do Dawn o cabrio mais silencioso de sempre. Atrás dos encostos de cabeça encontram-se os roll-bars retrácteis, que se elevam automaticamente em fracções de segundo em caso de risco de capotamento.
Visualmente, terá sido o Silver Dawn de 1952 (modelo de que foram construídos apenas 28 exemplares) a servir de musa inspiradora a este Dawn do Século XXI, apesar das suas formas exteriores assumidamente clássicas. Inequívoco é que todos os elementos típicos da Rolls-Royce estão aqui bem visíveis, como a proporção de 2 para 1 entre a altura das jantes e a altura da carroçaria; o longo capot; a traseira elegante e a elevada linha de cintura. Com um porte, simultaneamente, fino, imponente e refinado, não sera difícil concordar com o seu criador, que o considera tão belo com a capota colocada como com esta recolhida.
O interior também tem tudo o que se espera de um Rolls-Royce. Um dos elementos mais encantadores será a secção traseira em madeira (cujo tipo é elegível pelo cliente) em forma de ferradura, que serve também de tampa ao compartimento onde fica alojada a capota quando recolhida – com a bagageira a oferecer uma capacidade de 244 litros ou 295 litros. Um lugares dianteiros e traseiros, todos individuais, são dividos por uma consola única que também serve de apoio de braços, revestida a madeira e pele. As portas de abertura invertida não só garantem um acesso mais fácil aos lugares posteriores, como contribuem para uma maior robustez e rigidez estruturais, por permitirem a adopção de pilares dianteiros ininterruptos.
Ao seu dispor, o condutor tem ainda o controlador Spirit of Ecstasy, um comando rotativo acompanhado de um touch pad capaz de reconhecer caracteres latinos e árabes, e até mandarim. O sistema de som garante ser o mais exaustivamente desenvolvido para um automóvel, calibrado para garantir uma perfeição acústica tanto com a capota fecha como aberta, para o que conta com 16 altifalantes, duas unidades de baixos e sete unidades de agudos colocados em locais estratégicos do habitáculo, fazendo ainda uso de um microfone de alta sensibilidade para monitorizar o ruído exterior e ajustar automaticamente as suas definições em conformidade.
Mecanicamente, a Rolls-Royce recusa que o Dawn seja considerado como uma versão aberta do Wraith, destacando que 80% dos painéis da carroçaria são inéditos, que a via traseira é 24 mm mais larga do que a do Ghost (sendo a distância entre eixos 180 mm mais curta), e que até os pneus (do tipo run flat) foram especificamente desenvolvidos para este modelo. Além de se anunciar como o mais rígido descapotável de quatro lugares do mercado, conta com um centro de gravidade mais baixo, e com uma configuração de suspensão de novo desenho, daotada de um novo sistema de amortecimento pneumático e de barras estabilizadoras activas – o que, em conjunto com uma aerodinâmica aperfeiçoada, que reduz a sustentação negativa em ambos os eixos, promete contribuir decisivamente para um comportamento surpreendentemente ágil e dinâmico para um automóvel com estas dimensões e peso.
Para fazer deste o descapotável de quatro lugares mais potente de sempre da Rolls-Royce, e também mais leve e eficiente do que a maioria dos seus rivais do tipo 2+2, o Dwan monta sob o capot o motor V12 de 6,6 litros com 570 cv/5250 rpm e 780 Nm/1500 rpm; e uma caixa automática ZF de oito velocidades dotada do sistema Satellite Aided Transmission, solução estreada no Wraith em 2013, e que faz uso dos dados recebidos via GPS para permitir à transmissão antecipar as necessidades ou intenções vindouras do condutor (por exemplo, prevendo que vai existir em breve no percurso uma curva, e ajustando a mudança ao seu raio e ao tipo de condução até então praticado).