Novo Seat Ibiza em Junho a partir de €15 355
Tem chegada ao mercado português marcada para os primeiros dias de Junho a nova geração do Ibiza, porventura o mais carismático modelo da Seat. Primeira criação do fabricante espanhol desde que este deixou de se limitar a produzir sob licença modelos da Fiat, ao longo de 33 anos de carreira, e quatro gerações, vendeu mais de 5,4 milhões de exemplares, continuando a ser o modelo que há mais tempo integra o portfólio da casa de Martorell.
Considerado pela própria Seat como um dos três pilares fundamentais em que se alicerça o seu futuro, a par do Leon e do Ateca, o lançamento do Ibiza da quinta geração assume particular importância também por acontecer num momento decisivo para o seu construtor. Há cinco anos a bater recordes de vendas, e por fim de regresso aos lucros, a Seat protagoniza uma ofensiva de produto nunca antes vista, estado já prevista, para a segunda metade deste ano, a chegada do Arona (pequeno SUV desenvolvido a partir da mesma plataforma do novo Ibiza) e de um SUV de médio porte, com cinco ou sete lugares, assente na mesma base do Skoda Kodiaq, e com nome ainda por divulgar.
Uma performance que ajuda a explicar o motivo pelo qual o novo Ibiza teve honras de ser o primeiro modelo a fazer uso da nova plataforma modular MQB A0 do Grupo VW, a mesma que servirá, também, os novos VW Polo e Skoda Fabia, e respectivas declinações – sinónimo da confiança que o grupo hoje deposita no seu braço espanhol. Enquanto produto, o novo utilitário da Seat pretende assumir-se como a mais inteligente solução de mobilidade urbana do momento, como um modelo mais aspiracional, mas sem nada perder da sua vertente prática e do seu carácter jovial, destinado a ampliar a base de clientes da Seat no segundo segmento mais importante do mercado europeu, em que até pretende estabelecer novos padrões de referência.
Sabendo que, por muitos e bons que sejam os atributos intrínsecos de qualquer automóvel, a estética continua a ser determinante quando da escolha de um automóvel novo, especiais cuidados foram dispensados ao estilo do novo Ibiza. Que conta com linhas mais vincadas e aerodinâmicas, capazes de lhe conferir um carácter mais marcante, e de lhe permitir continuar a usufruir da forte atracção que sempre exerceu junto dos mais jovens (a média de idades da sua base de clientes é a mais baixa da classe, e dez anos inferior à do segmento).
Na perspectiva da Seat, este look é suficiente desportivo e dinâmico até para que o modelo possa dispensar a anterior versão de três portas, sendo, nesta geração, proposto apenas em carroçaria de cinco portas. Por outro lado, e à semelhança do que sucedeu com o Leon na sua classe, o novo Ibiza é, ainda, o primeiro modelo do segmento dos utilitários a poder contar com a iluminação exterior integralmente por LED.
Destinada a ser utilizada pelo Grupo VW com várias distâncias entre eixos, numa plêiade de modelos que, no seu conjunto, representarão uma produção de mais de 700 mil automóveis/ano, a plataforma MQB A0 é, inquestionavelmente, um dos maiores trunfos no novo Ibiza. Aqui, a distância entre eixos é de 2564 mm, o comprimento exterior de 4059 mm, a largura de 1789 mm e a altura de 1444 m (1429 mm nas versões FR), para um peso em torno dos 1100 kg, consoante as versões.
Assim, e por comparação com o anterior, o Ibiza é ligeiramente mais curto e mais baixo, mas cresceu 87 mm em largura, 95 mm entre eixos e conta com vias 60 mm largas. Assim se entendendo o motivo pelo qual, apesar de mais compacto, é muito mais espaçoso interiormente, sobretudo atrás, onde se passa a viajar com muito maior à vontade. Já a capacidade da mala passa a ser de 355 litros (mais 63 litros), além de oferecer um plano de carga mais baixo.
Ainda no interior são dignos de referência a elevada robustez (mais por via da solidez de construção do que pela nobreza dos materiais utilizados) e uma decoração que honra às formas da carroçaria. O óptimo posto de condução é garantido pela correcta disposição dos pedais, volante e alavanca da caixa de velocidades, pela boa ergonomia e pelo painel de instrumentos orientado na direcção do condutor.
No que diz respeito à gama de motores, a oferta inicia-se com o 1.0 MPI, um três cilindros de 999 cc totalmente construído em alumínio, com injecção multiponto e 75 cv, a que se seguem as suas versões 1.0 TSI de 95 cv e 115 cv, ambas com injecção directa de gasolina a 250 bar, turbocompressor, intercooler e distribuição variável sobre a admissão e o escape. Do mesmo lote de argumentos usufrui o 1.5 TSI de 150 cv (se bem que com uma a pressão máxima de injecção de 350 bar), a lançar lá mais para o final do ano.
As opções a gasóleo estão a cargo das variantes de 95 cv e 115 cv do conhecido 1.6 TDI. Sendo o Ibiza, também, o primeiro modelo do seu segmento a propor um motor apto a consumir gás natural comprimido, na sua derivação 1.0 TSI GNC de 90 cv.
No capítulo das transmissões, os novos Ibiza com menos de 115 cv montam, de série, uma caixa manual de cinco velocidades, os restantes recorrendo a uma caixa, também manual, de seis relações. A excepção é protagonizada pela versão 1.5 TSI, disponível apenas com a caixa DSG de dupla embraiagem e sete relações, a qual é proposta como opção para as variantes 1.0 TSI de 115 cv e 1.6 TDI de 95 cv.
Além destas opções de motores e transmissões, a gama do novo Ibiza reparte-se por quatro níveis de equipamento (Reference, Style, FR e XCellence), sendo que a grande aposta da Seat, em Portugal, vai para a versão 1.0 TSI FR de 115 cv. Foi a que elegemos para efectuar os primeiros quilémetros a bordo do modelo, na sua apresentação à imprensa em Barcelona, até por ser a ideal para comprovar, igualmente, a pretensão da marca espanhola de que o seu utilitário seria uma referência também no plano dinâmico.
Importa, neste ponto, referir que os Ibiza FR, além da aparência mais desportiva (conferida pelo difusor traseiro, pelas grelhas dianteiras especificas, pelas ponteiras de escape exclusivas e por alguns elementos em preto), usufruem da suspensão desportiva. Mais firme, e rebaixada 15 mm, dispõe também de uma barra estabilizadora dianteira mais grossa e, principalmente, do amortecimento electrónico com dois níveis de regulação (Normal e Sport) – um sistema que, a seu tempo, também estará disponível para as versões XCellence, aí com um modo adicional, mais vocacionado para o conforto.
E a verdade é que o Ibiza 1.0 TSI FR de 115 cv revelou-se um automóvel deveras agradável de utilizar. Muito suave e silencioso, para uma unidade com esta arquitectura, o motor responde de ponto às solicitações do acelerador, mesmo a baixo regime, aproveitando bem o binário máximo de 200 Nm, constante entre as 2000 rpm e as 3500 rpm, para se desembaraçar com evidente à vontade no tráfego citadino, ambiente em que facilmente regista consumos aquém 6,0 l/100 km. Em estrada aberta, continua a primar pela frugalidade, até por ser fácil manter ritmos bastante interessantes sem recorrer com demasiada frequência à caixa de velocidades, com o conforto de marcha a situar-se, também ele, em plano de destaque.
Mas há que contar que este Ibiza 1.0 TSI FR de 115 cv, além de anunciar um consumo combinado de 4,7 l/100 km, promete atingir 195 km/h de velocidade máxima e cumprir os 0-100 km/h em 9,3 segundos nos 0-100 km/h. Ou seja: estará, a priori, apto a cumprir também com um estilo de condução com outros níveis de exigência. O que se confirma: basta seleccionar o modo de condução Sport (existem ainda disponíveis os modos Eco, Normal e Individual), tirar partido da suspensão desportiva e do enorme aumento de rigidez trazido pela plataforma MQB A0, e atacar um torço sinuoso, daqueles repletos de curvas mais retorcidas, com toda a confiança, para perceber a evolução que o modelo sofreu neste particular.
O bom feedback da rápida e precisa direcção, a travagem competente, o controlo preciso dos movimentos da carroçaria em curva e um châssis que garante reacções sempre sãs e previsíveis acabam por ser traduzir-se num desempenho bastante eficaz, divertido até, quando não emocionante, marcado pela agilidade, que só não será maior porque não é possível desligar o controlo de estabilidade, mas simente o controlo de tracção. E é com algum desalento que se ouva a Seat afirmar que, desta feita, e pelo menos para já, não esteja prevista a criação de uma versão Cupra do novo Ibiza…
Para além de tudo isto, o novo Ibiza ainda recorre a uma série de tecnologias, em vários campos, ainda pouco vulgares para o seu segmento, caso dos sistemas de alerta de colisão dianteira, de travagem pós-colisão e multicolisão, e de alerta de cansaço do condutor; da travagem autónoma de emergência com reconhecimento de peões; do cruise control adaptativo (quando combinado com a caixa DSG, executa a função de “pára-arranca” em engarrafamentos); do acesso e arranque sem chave; dos sensores de estacionamento de nova geração; da câmara traseira com maior definição; do ecrã táctil em vidro de 8” do sistema de infoentretenimento; das ligações Apple Car Play, Android Auto e Mirror Link; e do carregador por indução para smartphones com amplificação do sinal de GSM.
Já disponível para encomenda, o novo Ibiza começará a ser entregue em Portugal no início de Junho, com os preços a terem início nos €15 355 pedidos pela versão 1.0 MPI Reference de 75 cv. A variante 1.0 TSI FR de 115 cv orça em €19 783 com caixa manual, e em €21 277 com caixa DSG7. O 1.0 TSI de 95 cv é proposto desde €20 073, o 1.5 TSI por €22 693, o 1.6 TDI de 95 cv a partir de €20 073 e o 1.6 TDI de 115 cv desde €23 894.
No que aos níveis de equipamento diz respeito, os Reference e Style são exclusivos das versões de 75 cv e 95 cv, a gasolina e Diesel, os FR e XCellence estão disponíveis para as variantes de 95 cv e 115 cv, com o 1.5 TSI a estar disponível apenas no nível FR. Sublinhe-se, por fim, que as versões FR e XCellence serão vendidas ao mesmo preço, distinguindo-se por estar a primeira mais vocacionada para o conforto e o requinte, e a segunda mais orientada para a desportividade.