Novo Toyota Yaris já chegou. Híbrido é a grande aposta
Sujeito a uma profunda actualização, que custou qualquer coisa como 90 milhões de euros e implicou a introdução de 900 novos componentes, aí está a renovação do Toyota mais vendido na Europa. Lançado em 1999, e desde 2001 produzido em Valenciennes, de onde é exportado para todo o mundo, à excepção da Ásia (foi o modelo mais produzido em França em 2016), o Yaris, que conheceu a sua terceira geração em 2011, é um modelo determinante para a operação do seu consttutor no Velho Continente, o que explica que a presente actualização tenha sido liderada pela sua divisão europeia, e pelo estúdio de design ED2 sedeado no sul de França; e que todas as alterações agora introduzidas também sejam adoptadas pelo Vitz, nome por que o modelo é conhecido no Japão e regiões adjacentes.
A renovação do Yaris versou, especialmente, três vertentes: design, exterior e interior, mais sofisticado e dinâmico; aumento do conforto e eficácia da versão híbrida (proposta única neste segmento e a grande aposta da Toyota para o novo Yaris); dotação de dispositivos de segurança reforçada. Refira-se, ainda, a introdução de um novo motor 1.5 a gasolina de elevada eficiência, sucessor do anterior 1.33 e já cumpridor das futuras normas de protecção ambiental, não proposto em Portugal por razões fiscais que já não são novas para ninguém.
Em termos de estilo, a Toyota afirma que as linhas do seu renovado utilitário se inspiraram, em boa parte, nas de um catamaran, sobretudo nas secções dianteira e traseira. Independentemente do paralelismo, é inequívoco que os novos grupos ópticos dianteiros e traseiros, os novos pára-choques e o novo portão traseiro, em conjunto com a nova grelha frontal tipo favo de abelha, garantem um resultado final convincente, espelhado em formas mais refinadas e atraentes do que as do modelo anterior, que já vinha acusando algum destaque e antiguidade neste capítulo.
O interior recebeu diversos melhoramentos que o tornam mais acolhedor, continuando a exibir uma qualidade geral de bom nível. Em destaque, a decoração renovada, garantida, em boa parte, pelas novas cores e padrões de revestimento, as saídas de ventilação redesenhadas e o volante com inserções em preto piano – estas últimas disponíveis apenas a partir do nível de equipamento Comfort. O mesmo se aplica ao novo ecrã TFT multifunções de 4,2” instalado no painel de instrumentos (a cores a partir do nível Exclusive), e ao sistema de infoentretenimento Touch 2 com novos botões.
Neste particular, refira-se que o renovado Yaris continua a ser proposto, mas somente na versão híbrida, com o nível de equipamento de topo Bitone, em que pontifica a pintura bicolor. Portugal é o único país do mundo em que o mesmo é conhecido pela designação Square Collection – isto porque o tejadilho, que aqui é sempre pintado de preto, se assemelhar a um quadrado quando visto de cima.
As variantes Square Collection destacam-se ainda por oferecerem, de série, jantes de liga de 16”, faróis de nevoeiro, frisos laterais pretos, luzes diurnas e farolins traseiros por LED, deflector traseiro, aplicações interiores na cor carroçaria, vidros traseiros escurecidos, ar condicionado automático, câmara de estacionamento traseira, cruise control, acesso e arranque sem chave, sensor de chuva, ecrã TFT a cores no painel de instrumentos e vidros eléctricos. O Yaris Híbrido Square Collection é proposto nas cores vermelha, azul, bronze platina e branca, com as duas últimas a só estarem disponíveis a partir de Junho e Agosto, respectivamente.
Da oferta de motores do Yaris fazem parte o 1.0 a gasolina de 69 cv e o 1.4 turbodiesel de 90 cv, mas a grande aposta da Toyota vai mesmo para a versão hibrida. A conjugação do motor 1.5 a gasolina com 73 cv/4800 rpm e 111 Nm/3600-4400 rpm, do motor eléctrico com 61 cv e 169 Nm e da caixa e-CVT de variação contínua garantem ao grupo motopropulsor uma potência combinada de 111 cv, o que permite ao Yaris Híbrido anunciar 11,8 segundos nos 0-100 km/h, uma velocidade máxima de 165 km/h e um consumo combinado de apenas 3,3 l/100 km.
Determinante para o único utilitário hibrido do mercado, as melhorias que garantem uma utilização bastante mais agradável e convincente. Os apoios motor, os eixos da transmissão, os amortecedores e o subchâssis dianteiro deram lugar a elementos equivalentes mais evoluídos e eficientes, a que há que juntar a nova afinação da direcção de assistência eléctrica, a nova panela de escape, o pára-brisas acústico e o aumento do material fonoabsorvente.
Graças a tudo isto, a condução do Yaris Hibrido está mais refinada e convincente, sobretudo em meio urbano, que é o seu habitat natural, e em que impõe atributos típicos das motorizações híbrida: baixos consumos (que facilmente ficam na casa dos 5,0 l/100 km), um apreciável silêncio de funcionamento e uma reposta suficiente na esmagadora maioria das situações, bem como uma agilidade digna de nota. Em estrada aberta, o elevado conforto de marcha e o comportamento dinâmico honesto e previsível são trunfos a ter em conta, sendo o principal handicap o ruído de funcionamento do motor esforçado e algo elevado sempre que se pressiona mais intensamente o acelerador – situação que resulta do facto de a caixa de variação contínua levar de imediato o motor a gasolina para o seu regime máximo de funcionamento até que seja aliviada a pressão sobre o acelerador.
A versão mais ambientalista do renovado Yaris pode contar também com o sistema Driveco, em que são automaticamente registados os dados da condução relativos a tempos e distâncias percorridas com o motor a gasolina desligado, e em que o utilizador, através de uma APP, pode não só consultar a sua própria performance, como compará-la com a dos seus congéneres. Com mais de 900 veículos registados, o sistema apresenta, neste momento, como resultado global, um tempo médio de funcionamento no modo eléctrico de 54%, e um consumo médio real de 5,0 l/100 km. Nos mais de 200 quilómetros percorridos na Holanda com o novo Yaris Híbrido, e sem preocupações de maior com os consumos, registámos uma média de 5,6 l/100 km, o que atesta bem da confiabilidade do valor avançado pela marca.
O terceiro pilar em que assenta a renovação do Yaris é a segurança, e o seu grande argumento neste domínio é a inclusão, no equipamento de série de todas as versões, do sistema Safety Sense, composto pelo sistema de pré-colisão com travagem autónoma de emergência, pelo alerta de saída involuntária da faixa de rodagem, pelo assistente de máximos e pelo sistema de leitura de sinais de trânsito (neste último caso, só nas versões dotadas de ecrã TFT a cores no painel de instrumentos). Os dotes do modelo nesta área passam, ainda, pelos novos airbags cortina de cortina, pelos encostos de cabeça de novo desenho e pelos cintos de seguramça traseiros agora com pré-trensores e limitadores de força.
Já à venda em Portugal, o novo Yaris conta com vários motivos de interesse para quem esteja cliente de um utilitário. Além dos três motores referidos, a família conta com quatro níveis de equipamento e dois packs específicos – e ainda com a versão comercial Bizz, exclusiva do mercado luso. A grande aposta da Toyota no nosso país vai para as variantes Comfort com Pack Style e Square Collection, em que uma campanha de lançamento faz com que msejam vendidas pelo valor pedido pelas que as imediatamente precedem na tabela de preços.
Por isso, os preços de entrada do novo Yaris são de €14 205 para o 1.0, de €18 730 para o 1.4D e de €18 670 para o 1.5 Híbrido. As suas versões Comfort+Pack Style custam, respectivamente, €15 850, €20 260 e €19 300; o 1.5 Hibrido Square Collection exige o dispêndio de €21 035€ A diferente de quase mil euros do híbrido face ao Diesel equivalente é só mais uma prova do esforço feito pela Toyota para que esta variante possa, em 2017, representar 40% do total das vendas da gama, contra os mais de 30% que já assegurou no ano passado.
Mas as novidades da família Yaris não se ficam por aqui. No final do ano chegará a novíssima variante GRMN, inspirada no modelo que marcou o regresso da Toyota ao WRC, animada por um motor com 210 cv e que, desde já, promete pôr em sentido toda a concorrência em termos de prestações.