O custo da redução das emissões
Segundo um estudo levado a cabo por analistas independentes da Evercore ISI, citado pelo Automotive News Europe, os custos a suportar pelos fabricantes de automóveis, para cumprir com as normas de emissões de CO2 estabelecidas para 2021, poderão ascender a 13 mil milhões de euros – ou seja, mais mil milhões de euros do que o que foi necessário despender para cumprir com a norma Euro 6, que entrou em vigor no início deste ano. Sendo que 8,5 mil milhões de euros recairão sobre os construtores europeus, em virtude da sua maior dependência do mercado local.
Este aumento da “factura ecológica” dever-se-á ao facto de a maioria das soluções que, de modo relativamente “fácil”, permitiram baixar as emissões de CO2 estar já implementada – como sejam a introdução dos sistemas start/stop, ou os novos motores, de menor capacidade e energeticamente mais eficientes. Pelo que, para cumprir com as novas regras, na perspectiva da indústria, sera necessário adoptar tecnologias bem mais dispendiosas, caso dos materiais mais leves (como a fibra de carbono) e das motorizações, total ou parcialmente, eléctricas. Algo que, em média, poderá aumentar em mil euros o custo de produção de cada automóvel. Alegação que algumas associações ambientalistas, como a Greenpeace, contestam, afirmando não ser necessário ir tão longe para cumprir os novos objectivos.
Recorde-se que a indústria automóvel europeia já é, de longe, a referência mundial no que diz respeito às emissões de CO2, em boa parte devido às constantes restrições que lhe têm vindo a ser impostas pelas autoridades europeias. Globalmente, os construtores do Velho Continente conseguiram alcançar uma média de emissões de CO2 das suas gamas inferior a 130 g/km em 2013, isto é, dois anos antes do previsto por lei (o valor actual é de 128 g/km); mas, agora, terão se enfrentar um corte adicional de 28% neste valor, por forma a alcançar uma media igual ou inferior a 95 g/km em 2021.
Contudo, as preocupações do sector, neste particular, não terminam aqui. No início do próximo ano, os responsáveis da Comissão Europeia reunirão para ponderar a adopção de normas ainda mais restritivas para o período “pós-2021”, havendo já quem avance com a possibilidade de vir a ser adoptado um limite de emissões de CO2 de 75 g/km para o final da próxima década.