Ogier e Latvala com carta branca para acelerar
A Volkswagen chega ao Rali da Austrália, a décima prova do campeonato do Mundo de ralis que se realiza de sexta a domingo, com o título de construtores praticamente garantido. Faltam apenas cinco pontos para a marca de Wolsburgo assegurar o segundo campeonato consecutivo. Mas a avaliar pelos últimos desempenhos dos seus pilotos – ambos abandonaram devido a acidente no Rali da Alemanha – é preciso alguma cautela e não assumir que o objectivo já está consumado. De qualquer modo, e com Sébastien Ogier e Jari-Matti Latvala na luta pelo campeonato de pilotos, os responsáveis da Volkswagen já garantiram que não há ordem de equipas e ambos têm liberdade para andar a fundo nos troços australianos.
Para o responsável da competição na casa alemã, Jost Capito, a situação é clara. “O Rali da Austrália vai ser um dos momentos mais importantes do ano. Com a actual situação no campeonato mundial, tem tudo para ser um rali particularmente excitante. Na batalha Ogier vs. Latvala, ambos têm permissão para lutarem pela vitória. E nós temos a possibilidade de celebrar já a conquista do título de construtores. No ano passado vencemos 21 das 22 especiais e começámos a série de vitórias mais longa na história do WRC. Estamos orgulhosos. Mas temos a certeza que não vai ser fácil”, afirmou.
Este é o discurso de quem domina o Mundial de ralis nos últimos dois anos e sabe que tem todos os títulos na mão. O de construtores está a cinco pontos de distância quando faltam quatro jornadas para a temporada terminar e o de pilotos só pode ser ganho por três pilotos, todos eles da Volkswagen.
Hyundai moralizada
Com este cenário, a Hyundai chega ao outro lado do Mundo confiante num bom resultado. A formação sul-coreana conseguiu a primeira vitória da sua história no WRC e procura contrariar o favoritismo dos Polo WRC. É certo que Thierry Neuville venceu na Alemanha mais por demérito dos adversários do que por capacidade de bater a concorrência na estrada. Mas também é verdade que depois do forte acidente no shakedown da jornada alemã, recompôs-se e teve a capacidade de levar o i20 WRC ao primeiro lugar no final da prova.
A Hyundai continua interessada no WRC e para a Austrália inscreve três i20 WRC. Um para Thierry Neuville, o único piloto da equipa que faz toda a temporada, e os outros para Chris Atkinson e Hayden Paddon.
Consciente das limitações face à Volkswagen, o belga adopta um discurso realista. “A vitória na Alemanha foi um momento que nunca vamos esquecer, mas temos de nos manter focados para a Austrália. No ano passado tivemos um resultado muito bom. Conheço as estradas relativamente bem e procuramos fazer um rali limpo, levar o carro até ao fim e tentar bons tempos.
Citroën ambiciona o pódio
A formação gaulesa, dominadora do WRC na última década, ainda não venceu em 2014 e para a Austrália contenta-se com um resultado no pódio. Mads Ostberg é mais claro a assumir o objectivo, enquanto Kris Meeke, que foi terceiro na Finlândia e abandonou na Alemanha quando liderava, está concentrado em completar a prova.
“As zonas mais estreitas são desafiantes. Por vezes as árvores estão tão perto da trajectória que parecem estar mesmo na estrada em determinadas zonas”, explicou o norueguês. Meeke, por sua vez, regressa à prova em que pela primeira vez se viu na liderança de um rali do Mundial. “Temos de nos concentrar em fazer bons tempos, mas o mais importante é chegarmos ao fim”, explicou o piloto do Norte da Irlanda.
M-Sport completa 250 ralis no Mundial
Sem as condições do passado, em que havia um envolvimento oficial da Ford, a M-Sport continua a lutar pelos melhores lugares do Mundial com os Ford Fiesta WRC, agora com estatuto semi-oficial. Mikko Hirvonen já venceu na Austrália, em 2006, mas neste momento procura celebrar os 250 ralis da M-Sport no Mundial com um lugar no pódio.
O seu companheiro de equipa, Elfyn Evans, estreia-se na Austrália com um WRC. “Vai ser uma prova nova para nós. No ano passado corremos de Fiesta R2 (carro com duas rodas motrizes e muito próximo da versão de série), por isso é sensato dizer que agora vamos ter um desafio completamente diferente”, realçou.
