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Apresentação do Opel Corsa dominada por um 1.0 Turbo… ainda sem preços

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Apresentação do Opel Corsa dominada por um 1.0 Turbo… ainda sem preços

Desengane-se quem vem à procura de uma lista de preços: a nova geração do Opel Corsa – cujo lançamento em Portugal será feito no início do próximo ano – é um barómetro sempre interessante, e sempre válido, das tendências do segmento dos utilitários, mas a forma como a sua gama se estruturará no que aos preços diz respeito ainda está no segredo dos deuses. Com ou sem preços referenciais, um automóvel com a história do Corsa não pode desiludir: no legado constam gerações que ultrapassaram, individualmente, a barreira dos três milhões de unidades.

Tal como a maioria dos modelos do segmento, em vez de apostar numa revolução brutal em termos de plataforma – e de design -, a Opel optou por uma política de continuidade: a plataforma faz a transição da anterior geração, apostando-se, antes, na introdução de uma nova direcção electromecânica, em novos subchâssis, e num eixo de torção com um novo perfil. Tudo o resto, mecanicamente falando, é idêntico. Mas há muitas novidades na forma de “gadgets” úteis, como é o caso dos faróis bi-xénon com luzes de curva, o Park Assist (sistema de estacionamento automático), o alerta de ângulo cego e toda a panóplia do sistema Opel Eye, que inclui a leitura de sinais, o aviso de saída involuntária de faixa e o alerta de colisão frontal iminente.

Como resultado, cumpre-se à risca o propósito desta nova geração, que é, pelas palavras da Opel, acrescentar “sofisticação” ao utilitário. Mais do que um incremento de conforto, a suspensão do Corsa atinge novos níveis de refinamento, fazendo-se apresentar com um trabalho notável de amortecimento, relativamente semelhante ao de um VW Polo, que é uma das inevitáveis referências do segmento; esta semelhança traduz-se num rolamento de carroçaria “natural” e um amortecimento menos agressivo, mas nada que afecte o utilitário do ponto de vista dinâmico, que, diga-se, nunca foi uma pecha da anterior geração. O ESP, indesligável, tem uma intervenção saudável, salvando a trajectória do Corsa da inevitável subviragem com a intervenção selectiva do ABS. As jantes de 17″ (e até a configuração de chassis Sport, que desce a altura da carroçaria), omnipresentes nas viaturas de ensaio, nunca afectaram o conforto de forma demasiado pronunciada, mesmo quando o piso das ruas de Frankfurt é menos do que perfeito.

A nova direcção, uma unidade praticamente feita de componentes novos, elimina por completo a necessidade de correcção constante da anterior geração a velocidades de auto-estrada. A cremalheira é rápida e intuitiva, mas falta-lhe algum tacto… tal como em praticamente todas as outras direcções electromecânicas do segmento. A culpa é da tendência em si, e não do fabricante. Nota, ainda, para a introdução de um modo City que aumenta a assistência da direcção a baixa velocidade

A gama do Corsa prevê numa fase inicial quatro motores a gasolina e um Diesel 1.3 com 95 cv, o mesmo da anterio geração mas, de acordo com a Opel, foi substancialmente “retrabalhado”. As ilações sobre este motor ficarão para outras núpicas, já que o contacto inicial foi única e exclusivamente com o estreante 1.0 Turbo com 115 cv de potência, devidamente acoplado à carroçaria de cinco portas. O bloco tricilindrico faz um excelente trabalho a esconder o seu trabalhar tradicionalmente “manco”, e a nova caixa manual de seis velocidades é substancialmente que a unidade de cinco relações, presente numa boa parte da família inferior-média da Opel, e que sempre encontrou alguma resistência adicional nas reduções ao ponto de fazer muito bom condutor exasperar. Este novo motor, que também estará disponível numa versão de 90 cv, permite ser explorado até às 6500 rpm, mas é nos baixos regimes onde se sente (e é) particularmente refinado; o binário é tanto que torna possível fazer-se uma condução quase sempre entre as 1500 e as 2500 rpm, como se fosse um motor Diesel. Apesar desta “costela” de motor a gasóleo, o pequeno “mil” não se inibe em fazer velocidade, o que também tem muito que ver com o bom escalonamento da caixa de velocidades. Os poucos quilómetros feitos na excelente “autobahn” nos arredores Frankfurt mostra que facilmente se atingem velocidades muito próximas dos 200 km/h sem “esganar” o motor.

O sistema de navegação do novo Corsa passa a ser uma aplicação que recorre à rede (e, consequentemente, ao tráfego) do smartphone

Mark Adams, vice-presidente da divisão de design da marca, diz que um dos truques para refrescar o interior passou por alterar-se o alinhamento, passando de uma orientação vincadamente vertical para um design mais horizontal, conferindo-lhe uma maior sensação de espaço a bordo. O novo sistema multimédia – bastante completo, mas a navegação está dependente de uma aplicação exterior executada no smartphone – encaixa num espaço onde anteriormente estava presente os comandos da climatização, com os mesmos a descerem alguns centímetros adicionais. Os botões rotativos são novos e têm uma iluminação nova, mais “high-tech”.

Este mesmo realinhamento gráfico horizontal foi aplicado em muitos outros pormenores do exterior: abandonou-se a grelha repartida para assumir uma grelha única (que o faz ser um tudo-nada parecido com um Mazda 2, diga-se), mais alongada, além de que muitos dos pormenores feitos com quinagem e moldagem de metal têm este mesmo efeito psicológico de tornar o Corsa mais “longo” em todas as dimensões, não obstante de ter crescido apenas dois centímetros em comprimento. Acima de tudo, a impressão que fica é de que há uma continuidade visual transportada da anterior geração, o que não é propriamente um pormenor depreciativo: o anterior Corsa já era esteticamente apelativo.

Falta apenas falar da versão híbrida da nova geração do Corsa, revelada na conferência de imprensa: tem um motor de combustão na frente… e um suporte de bicicleta, não vá o condutor querer utilizar outro tipo de tecnologia de propulsão. A marca alemã está longe de estar rendida ao milagre da electricidade…

[toggle_box title=”Ficha Técnica” width=”Width of toggle box”]

Opel Corsa 1.0 Ecotec (90) 1.0 Ecotec (115) 1.2
Motor 3 cil. linha,
transv., diant.
3 cil. linha,
transv., diant.
4 cil. linha,
transv., diant.
Cilindrada (cc) 999 999 1229
Pot. Máx. (cv/rpm) 115/3700-6000 115/5000-6000 70/5600
Bin. Máx. (Nm/rpm) 170/1800-3700 170/1800-4500 115/4000
Vel máx. (km/h) 180 195 162
0-100 km/h 11,9 10,3 16,0
Consumos (l/100 km)
Extra-urb./comb./urb. 3,7/4,3/5,4 (3,8/4,4/5,5) 3,7/4,3/5,4 (3,8/4,4/5,5) 5,3/4,5/6,6
Emissões CO2 (g/km) 100 (104) 114 (115) 124
Em Portugal Janeiro 2015 Janeiro 2015 Janeiro 2015
Opel Corsa 1.4 Auto 1.3 CDTi (95)
Motor 4 cil. linha,
transv., diant.
4 cil. linha Diesel,
transv., diant.
Cilindrada (cc) 1398 1248
Pot. Máx. (cv/rpm) 90/6000 95/3750
Bin. Máx. (Nm/rpm) 130/4000 190/1500-3500
Vel máx. (km/h) 170 182
0-100 km/h 13,9 11,9
Consumos (l/100 km)
Extra-urb./comb./urb. 4,0/4,7/5,8 3,0/3,2/3,7 (3,0/3,3/3,8)
Emissões CO2 (g/km) 139 85 (87)
Em Portugal Janeiro 2015 Janeiro 2015

(Nota: valores entre parênteses referentes à carroçaria de cinco portas, onde aplicável. Todos os valores têm em consideração a utilização de pneus de baixo atrito)

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Sobre o autor
Pedro Mosca