Em San Diego os alunos que se cuidem
A violência nas escolas é um assunto sério e que assume proporções muito próprias quando falamos das escolas norte-americanas. Certamente todos relembrarão os graves incidentes que recorrentemente os noticiários reportam sobre alunos armados que cometem vários homicídios nos estabelecimentos de ensino.
O Departamento de Polícia do “Unified School District” (agrupamento de escolas) de San Diego não esteve pelos ajustes e adquiriu um MRAP para colocar ao seu serviço. A designação MRAP é a abreviatura de Mine Resistant Ambush Protected vehicle ou, traduzindo para uma linguagem mais militar e nacional, viatura blindada resistente a minas e emboscadas.
Este tipo de veículos foi desenvolvido para fazer frante às baixas que as forças americanas registaram no Iraque e no afeganistão essencialmente provocadas pelos engenhos explosivos não identificados que eram colocados na berma das estradas e que habitualmente possuem uma elevada carga de explosivo, o que os torna ainda mais destrutivos e perigosos do que as minas anti-carro.
O veículo em causa é um BAE Caiman de 18 toneladas que vale cerca de 565 mil euros saído de fábrica, mas que foi adquirido pelo departamento ao abrigo de um programa especial de venda de excedentes militares, custando aos cofre da polícia perto de 3.850 euros.
Esta compra está logicamente a geral muita polémica não só na cidade como nos próprios Estados Unidos pela desproporção da solução face ao problema, mas o capitão Joe Florentino do departamento de polícia afirma que o MRAp é uma solução para que as forças da autoridade possam resgatar alunos, professores ou funcionários de uma sala de aula que esteja a ser alvo de um atirador. Ou até mesmo em caso de catástrofe natural, o MRAP tem a dimensão, robustez e força suficiente para derrubar paredes para socorrer pessoas que possam estar encurraladas.
Por isso mesmo, o veículo já foi pintado de branco e devidamente sinalizado como um meio de socorro, mas as capacidades deste tipo de viaturas está lá e pode muito bem ser utilizada noutras funções um pouco mais “bélicas”.
No fundo, estamos perante mais um caso de uma solução tipicamente americana para um problema que, sendo muito sério, à primeira vista não exigiria uma solução tão desproporcional no que diz respeito aos meios. No entanto é inegável que, tal como o capitão referiu, em caso de catástrofe natural um MRAP é veículo para ir a muito sítio onde outros nem sonham chegar.
