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Pensar global e actuar local

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Pensar global e actuar local

Vem o tema, a propósito de uma notícia divulgada recentemente relatando que, dois novos estudos científicos concluem que o lento colapso da enorme camada de gelo da Antárctida Ocidental é irreversível, afirmando os Cientistas, alarmados, que isso significa uma maior elevação do nível do mar do que o previsto anteriormente, cujos efeitos serão visíveis em breve.

Um estudo da NASA que analisou dados de 40 anos, concluiu que aquilo a que os investigadores chamam de “o ponto fraco da Antárctida Ocidental” mostra que o degelo está a ocorrer mais rapidamente do que os cientistas haviam previsto, cruzando um limiar crítico que deu início a um processo semelhante a um dominó.

É provável que isso ocorra por causa do aquecimento global provocado pelo homem e pelo buraco na camada de ozono, que mudaram os ventos da Antárctida e aqueceram a água que corrói as bases do gelo, disseram os pesquisadores em entrevista colectiva na NASA.

O sistema está numa espécie de reacção em cadeia irreversível, disse o glaciologista da NASA Eric Rignot, principal autor do outro estudo, que foi publicado na revista Geophysical Research Letters. “Cada processo nesta reacção está alimentando o próximo”.

Sem dúvida que, o degelo é o problema mais comentado e de verificação imediata e que o seu impacto vai ser global, afectando embora com diferentes impactos, todas as regiões do globo.

A Amazônia, o Mediterrâneo e a África Oriental estão entre as regiões que poderão sofrer as mudanças ecológicas mais severas diante do aquecimento global, como apontou um outro estudo, o “Multisectoral Climate Impacts in a Warming World” (Impactos climáticos multissetoriais num mundo em aquecimento), conduzido pelo Instituto Potsdam para Pesquisas de Impacto Climático (PIK). São evidentes os sinais de degradação que a floresta Amazónica apresenta e que podem aliás ser vistos por satélites ao longo de 600 mil quilómetros quadrados, devido às secas.

Segundo um relatório encomendado há uns anos pelo Governo britânico ao ex-responsável do Banco Mundial Nicholas Stern, é evidente que, não só iremos enfrentar grandes variações climáticas na Europa, mas também que as regiões irão ser afectadas de maneira diferente. O Mediterrâneo vai assistir a um aumento do ‘stress’ hídrico, ondas de calor e fogos florestais. Portugal, Espanha e Itália serão os países mais afectados. Isto poderá levar a uma mudança dos destinos turísticos de Verão, bem como a alterações em termos agrícolas e de ecossistemas.

O Norte da Europa poderá registar um aumento na produtividade agrícola (com a adaptação à subida das temperaturas) e menor necessidade de consumir energia no Inverno.

Temos igualmente que ter em consideração que, dado que os impactos das mudanças climáticas estão a ocorrer ao mesmo tempo em diferentes regiões, a pressão sobre a forma de vida das pessoas tende a multiplicar-se, e serão sentidos tanto em países desenvolvidos, como nos que estão em desenvolvimento.

Neste cenário ficarão prejudicadas a produção agrícola, a disponibilidade de água e as condições de saúde em diversas partes do mundo.

Portugal, Espanha e França estão entre os países europeus mais afectados pelo aquecimento global, devido a falta de água, ondas de calor e fogos florestais. O degelo das neves alpinas e os padrões de precipitação mais extremos, podem aumentar a frequências das cheias nas principais bacias hidrográficas, como as do Danúbio, do Reno e do Ródano, afectando o turismo de Inverno e, a A Holanda, onde 70% da população seria ameaçada com uma subida de um metro no nível do mar, é o país que se encontra mais em risco.

Se não há dúvida de que podemos responsabilizar a atividade humana, pelo menos por parte do aquecimento global, pelo crescimento actual dos níveis de poluição da atmosfera e portanto pelo potencial catastrófico dos fenómenos subsequentes que poderão provocar extinções em massa, a elevação dos oceanos e a devastação das áreas costeiras, isto é, sendo o homem o causador do problema, também me parece que também o pode resolver ou pelo menos minimizar.

Tanto por parte dos governos, fomentando o desenvolvimento de tecnologias limpas e economicamente rentáveis, como pelos consumidores, que precisariam de mudar alguns dos seus hábitos.

Contudo, em minha opinião, não será a legislação, por mais severa que seja, que irá pôr termo à tendência de agravamento da situação. Como exemplo disso temos a o nosso Continente, o Europeu que, embora represente menos de 10% em termos de produção de gases causadores do efeito de estufa, tem produzido legislação muito restritiva e até comprometedora do desenvolvimento económico, e será incapaz de por si só resolver o problema.
Se o “homem”, tal como já referi, poderá ser parte da resolução do problema, será através da alteração do seu comportamento, a nível local, o que implicará decerto novos procedimentos, que o irá permitir.

Sendo o desafio Global, será através do compromisso Local, que iremos atingir o objectivo.

Vamos a isso!

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zyrgon