Peugeot 308 SW 2.0 BlueHDi 150 cv Allure

As jantes de 17" representam o compromisso ideal entre conforto e comportamento

A caixa de velocidades é suficientemente precisa, mas algo barulhenta

O sistema de navegação é de série, mas o funcionamento de todo o sistema multimédia deveria ser intuitivo

Reza a lenda que, nos automóveis, potência nunca é demais e, na carteira, nunca se tem dinheiro em excesso. Olhar para a Peugeot 308 SW 2.0 BlueHDi 150 cv Allure é, obrigamente, falar em potência e dinheiro. São mais 35 cv e cerca de 5500 euros que a versão equivalente do motor 1.6 e-HDi de 115 cv. Numa análise meramente aritmética, poderemos dizer que cada um dos cavalos tem um custo acrescido a rondar os 157 euros, o que é um valor algo elevado.

Continuando a olhar apenas para os números, chegamos à conclusão que o motor maior consegue retirar 2,4 segundos no exercício 0-100 km/h, diferença que se vai mantendo nas recuperações 60-100 km/h, mas que duplica quando se aumenta a velocidade para 80-120 km/h. Com o foco na tabela de medições, é fácil constatar que o bloco dois litros arrasa o 1.6 e-HDi nas prestações, seja em que situação for. Mas o que se sente ao volante é que se torna realmente importante e, aí, diria que as diferenças são ainda mais evidentes. O 2.0 BlueHDi pode ser utilizado sempre em relações de caixa mais elevadas, com as naturais vantagens para os níveis de ruído e consumos, havendo uma disponibilidade a baixos regimes incomparavelmente superior. A juntar a isto há que juntar o facto deste motor já pertencer à família BlueHDi, que, além de ser capaz de cumprir as normas de emissão Euro6, se caracteriza por apresentar um superior refinamento, sendo muito mais silencioso e suave.

Muito mais refinado e suave que o 1.6 e-HDi, o bloco 2.0 BlueHDi não tem dificuldade em brilhar em todos os capítulos

Há a ideia generalizada de que mais potência significa consumos superiores, mas isso não
é especialmente evidente na comparação entre estes dois motores Diesel. É certo que aferimos uma média ponderada superior em 0,2 l/100 km no bloco mais potente, mas não só essa diferença não é substancial, como é, essencialmente, alicerçada nos consumos em circuito urbano.Por falar em percursos urbanos, nunca é demais referir o fantástico sistema stop/start, comum a ambos. Em estrada, os resultados entre eles foram muito semelhantes, havendo a tendência de se tornarem favoráveis ao 2.0 BlueHDi, se a velocidade aumentar.
Possuidora de um excelente chassis, a 308 SW ganha, nesta versão 2.0 Diesel com 150 cv, um maior apelo dinâmico, já que as versões menos potentes nunca chegam a conseguir provocar qualquer emoção ao volante. Lamenta-se, isso sim, a impossibilidade de desligar o controlo electrónico de estabilidade, o que poderia dar outro ânimo ao condutor, na hora de aproveitar a excelente precisão do eixo dianteiro e agilidade do eixo posterior.

Unicamente associado ao nível de equipamento de topo, Allure, o motor 2.0 BlueHDi 150 cv eleva o preço da 308 SW aos 35 588 euros. Um valor que já permite pensar em propostas do segmento acima, mas a verdade é que estamos perante um automóvel muito agradável de conduzir, com uma notável relação entre consumos e prestações, para além de contar com uma lista de equipamento de série onde nada falta.

Seja qual for o motor que se esconde sob o capot, esta versão Allure destaca-se pelo imenso recheio de equipamento e por um habitáculo muito agradável e acolhedor

No final, coloca a questão: vale a diferença para o 1.6 e-HDi? Pelo menos até chegar o 1.6 BlueHDi de 120 cv, sou da opinião de que o diferencial se justifica, tal a melhoria na qualidade de condução.