Peugeot 508

A renovação do Peugeot 508 está longe – mesmo muito longe – de incidir sobre a estética. A renovação, se assim se pode chamar, é mais do que nunca uma renovação de votos: o voto de reduzir emissões com a introdução das motorizações Diesel 2.0 BlueHDI com 150 cv e 180 cv (esta última já estava presente na fase final do 508 pré-restyling), ambas cumpridoras de emissões Euro 6; e, sobretudo, a renovação do voto de atacar com todos os dentes o mercado do renting, a que diz respeito nada menos que 85% do volume do 508 em Portugal.

Para isso, há uma enorme aposta no motor 2.0 BlueHDI 150, que, mais importante do que os 36 535 euros (ou 37 865 euros para a SW) de PVP, há que destacar a renda de 370 euros por mês – sem entrada inicial – para um contrato de 48 meses com manutenção incluída e primeira anuidade de seguro gratuita.

Colocando os dois modelos, restyling e pré-restyling, lado-a-lado, apenas a grelha dianteira ligeiramente alterada e o novo conjunto óptico traseiro distinguem-nos. O mesmo se passa por dentro: pequenos pormenores, quase invisíveis. Há mais espaço para pequenos objectos, imediatamente atrás da caixa de velocidades, e um sistema multimédia com 7″ e função táctil. Este é, em conjunto com o avisador de ângulo morto e a câmara traseira de estacionamento, o novo baralho de tecnologia que chega com a renovação.

Progressivamente, chegarão outras novidades ao conjunto, como uma nova versão da “allroad” RXH com tracção dianteira, e, quem sabe, o devido upgrade ao motor Diesel 2.2 (a partir de 49 985 euros), para evitar “canibalismo” entre esta versão e a 2.0 BlueHDI de 180 cv, ainda para mais quando esta última também já tem direito à suspensão dianteira com triângulos sobrepostos e pivot descentrado.

A versão de 180 cv (42 185 euros para a berlina e 43 815 euros para a SW), particularmente esmiuçada neste primeiro contacto, surge exclusivamente associada à nova caixa automática de seis velocidades, a EAT 3, tratando-se de uma unidade relativamente rápida e inteligente, faltando-lhe apenas um ligeiro acerto no escorregamento do conversor na última fase de travagem – é difícil ser-se suave no pára-arranca.

No meio da tempestade maiorquina foi-nos impossível tirar ilações dinâmicas, restando-nos fazer a menção ao consumo final de teste – 6,5 l/100 km -, e ao excelente trabalho de insonorização. De resto, este é o mesmo 508 que veio eliminar – e bem – a necessidade dos modelos 407 e 607, com a introdução de um modelo estranhamente (no bom sentido) alemão, exibindo um pisar e uma solidez geral do conjunto tradicionalmente associadas a, por exemplo, uma Volkswagen Passat. Esta é uma das características que continua bem presente no universo 508, que, apesar das poucas novidades, não deixa de ser um modelo válido, ainda para mais quando os excelentes blocos de 2,0 litros são referenciais em matéria de refinamento.

O renovado 508 estará disponível nos concessionários portugueses da Peugeot a partir de 29 de Setembro com preços a partir dos 30 735 euros da versão 1.6 e-HDI, ou dos 32 065 euros da carrinha equipada com a mesma motorização.

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