Peugeot RCZ R
Peugeot
RCZ
R
2013
Desportivos compactos
2
Dianteira
1.6
270/6000
235
5,9
145
44 580/46 780
Motor, Prestações, Comportamento ágil, eficaz e previsível
Espaço atrás e acesso à traseira
Velocidade máxima anunciada (km/h) | 250 |
Acelerações (s) | |
0-100 km/h | 5,8 |
0-400 m | 14,2 |
0-1000 m | 25,8 |
Recuperações 60-100 km/h (s) | |
Em 3ª | 3,6 |
Em 4ª | 4,5 |
Em 5ª | 5,9 |
Recuperações 80-120 km/h (s) | |
Em 4ª | 4,7 |
Em 5ª | 6,0 |
Em 6ª | 7,1 |
Distância de travagem (m) | |
100-0 km/h | 33,8 |
Consumos (l/100 km) | |
Estrada (80-100 km/h) | 6,5 |
Auto-estrada (120-140 km/h) | 7,3 |
Cidade | 9,4 |
Média ponderada (*) | 8,4 |
Autonomia média ponderada (km) | 655 |
(60% cidade+20% estrada+20% AE) | |
Medidas interiores (mm) | |
Largura à frente | 1400 |
Largura atrás | 1260 |
Comprimento à frente | 1100 |
Comprimento atrás | 500 |
Altura à frente | 950 |
Altura atrás | 800 |
Este é um daqueles automóveis que mereceria ser enaltecido nem que fosse pela coragem do seu construtor em lançar uma proposta deste género no período que o sector actualmente atravessa na Europa. Só por isso, o RCZ R já teria de ser considerado uma espécie de “bálsamo” para os apaixonados pelo mundo automóvel em geral, e pelos modelos de altas performances em particular. Mas os atributos do mais radical Peugeot do momento não se ficam por aqui, e mais importante será o facto de contar também com uma mecânica de grande nível, cujo resultado prático é uma utilização digna de encómios.
Tendo por base a versão 1.6 THP de 200 cv, o RCZ R tem no motor o seu principal atributo diferenciador. Graças a elementos como o turbo twin-scroll com maior débito (1,5 bar de pressão máxima de sobrealimentação), a distribuição variável sobre a admissão e escape ou os pistões específicos, realizados através de uma tecnologia oriunda da alta competição, consegue cumprir já a norma Euro 6 e, ao mesmo tempo, oferecer 270 cv de potência e um binário máximo de 330 Nm, constante entre as 1900 rpm e as 5500 rpm – fazendo deste o mais potente modelo de produção em série de sempre da casa de Sochaux.
Para os mais desatentos, valerá a pena destacar que estamos perante uma potência específica de praticamente 170 cv/l, a melhor da classe e uma das mais elevadas do mercado… E que, tendo o RCZ R 1280 kg (é 17 kg mais leve que a versão de 200 cv), a relação peso/potência é de somente 4,74 kg/cv. Ao mesmo tempo, a caixa manual de seis velocidades – rápida, precisa e nem por isso pouco suave – conta com um óptimo escalonamento, com as duas relações não excessivamente curtas (permitindo que a segunda supere os 100 km/h), as três seguintes bem definidas e a última um pouco mais desmultiplicada, para poupar nos consumos. Juntando tudo isto, temos prestações verdadeiramente referenciais para este segmento: 0-100 km/h cumpridos em menos de 6,0 segundos e velocidade máxima electronicamente limitada a 250 km/h, mas extremamente fácil de atingir em linha recta (sendo que o velocímetro rapidamente esgota os 260 km/h da sua graduação ao menor declive…).
Com uma sonoridade relativamente discreta até às 3000 rpm, e uma resposta rápida mas linear nesta faixa de regimes (o que permite praticar uma condução mais pacata com grande facilidade e despreocupação, acompanhada de consumos bastante comedidos – tendo em conta o patamar de rendimento em questão), este motor é muito menos pontudo do que os seus dados técnicos poderiam fazer crer. O que não significa que não se transfigure por completo acima deste valor quando pressionado a fundo o acelerador, demonstrando um enorme fulgor, patente na forma como a agulha do conta-rotações “dispara” até às 6800 rpm do regime de corte, o que é ainda acompanhado por um “rugido” impressionante, por vezes até custando a crer que é só um “pequeno” 1.6. que está debaixo do capot Claro que, aqui, os consumos sobem para valores menos simpáticos, mas, apesar de tudo, continuam a ser dos mais apelativos entre os modelos desta categoria com semelhante nível de rendimento.
Já o châssis, face à variante de 200 cv, conta com vias mais largas e uma suspensão revista, com ligeiras alterações de geometria e uma afinação mais firme dos elementos elásticos, assim como com rodas de 19” e pneus mais largos. Em mau piso, obviamente que não é possível aos ocupantes não sentirem os ressaltos do asfalto, ainda que a absorção das irregularidades seja mais competente do que o esperado, não sendo, por isso, o RCZ R tão massacrante para os seus passageiros quanto se poderia antecipar.
Em compensação, esta firmeza da suspensão é decisiva para o excelente desempenho do coupé da Peugeot quando conduzido da forma para que foi desenvolvido. Muito estável a alta velocidade, o RCZ R é, também, extremamente reactivo às solicitações do acelerador e da direcção (por sinal dotada de um óptimo feeling e deveras informativa, mesmo que um pouco “pesada” em cidade), contando ainda com um sistema de travagem com generosos discos, por demais competente, em termos de potência como de resistência à fadiga.
Na prática, este conjunto de elementos traduz-se num comportamento dinâmico exemplar. O eixo dianteiro muito incisivo insere-se com toda a precisão em curva, com a traseira a segui-lo fielmente e sem reacções inesperadas. No final das curvas, a enorme tracção permite sair das mesmas em potência com grande elegância e ímpeto, até porque a subviragem surge tardiamente.
Para incrementar ainda mais a emoção ao volante, nada como desligar o controlo de estabilidade, para o que basta premir um botão na consola central (em seguida surge, durante alguns segundos, a informação no painel de instrumentos de que o sistema foi desligado, mais não restando do que uma pequena luz piloto no referido botão a recordar a opção do condutor – afinal, tudo o que se pretende num desportivo digno desse nome!). Aqui, as reacções do trem dianteiro passam a ter que ser controladas exclusivamente pelo condutor, ainda que auxiliado pelo autoblocante mecânico do tipo Torsen, o que aumenta em muito a eficácia do RCZ R em curva.
Dinamicamente, o único ponto menos enaltecível talvez seja, para os mais acrobatas, o facto de, mesmo com a electrónica desligada, a enorme tração do trem da frente e as vias bastante largas não facilitarem, de todo, as derivas de traseira para usufruir de uma outra agilidade, havendo, para isso, que jogar bem com os apoios, e nem sempre se usufruindo do resultado pretendido. Por outras palavras, a Peugeot poderá não ter apostado as cartas toda na eficácia pura, mas nem por isso o RCZ R é menos convincente: mesmo não sendo tão terrivelmente eficaz quanto o Renault Mégane RS (sem dúvida a referência da classe neste particular), é mais fácil de conduzir e controlar nos limites, graças à enorme progressividade das suas reacções; oferece melhores prestações; e os seus consumos não são tão elevados quanto os do seu rival quando se pretende extrair o máximo da mecânica (andarão na casa dos 16,0 l/100 km, enquanto o Renault facilmente supera os 20,0 l/100 km).
Para se diferenciar dos restantes RCZ, esta proposta conta, como seria expectável, com alguns elementos exclusivos, na carroçaria como no habitáculo. Exteriormente, além das jantes específicas e do lgo “R” colocado na traseira e na grelha frontal, o grande destaque vai para o deflector traseiro fixo de maiores dimensões, que não só incrementa a carga sobre o eixo posterior, como contribui para a redução do peso, já que dispensa o motor eléctrico que opera o deflector retráctil presente nas restantes versões do modelo.
No interior, o logo “R” volta a marcar presença numa placa montada junto ao travão de mão e nas costas dos bancos. Contudo, aqui, a nota de destaque tem mesmo que ir para as excelentes baquets em pele e Alcantara, com encostos de cabeça integrados e capazes de proporcionar um excelente encaixe, decisivas para que o posto de condução seja soberbo, merecendo como único reparo o alinhamento perfectível dos pedais, nomeadamente os do acelerador e travão.
Indubitavelmente um dos melhores desportivos de tracção dianteira da actualidade, o Peugeot RCZ R exige pelo seu invejável leque de atributos o dispêndio de €44 580, uma verba que acaba por ser relativamente competitiva face aos seus mais directos opositores, tanto mais que é acompanhada por um completo equipamento de série. Porém, estamos não só perante €11 000 de diferença para o RCZ de 200 cv, como há que não esquecer que a referência da categoria em termos de eficácia – o Renault Mégane RS –, mesmo que menos exclusivo e vistoso, não só pratica um preço significativamente inferior, como não tem as limitações de acesso à traseira e de exiguidade de espaço atrás típicas do coupé da marca do leão.
Motor | |
Tipo | 4 cil. linha, transv., diant. |
Cilindrada (cc) | 1598 |
Diâmetro x curso (mm) | 77,0×85,6 |
Taxa de compressão | 9,2:1 |
Distribuição | 2 v.e.c./16 válvulas com distribuição váriavel |
Potência máxima (cv/rpm) | 270/6000 |
Binário máximo (Nm/rpm) | 330/1900-5500 |
Alimentação | injecção directa |
Sobrealimentação | turbocompressor twin-scroll+intercooler |
Pressão máxima de sobrealimentação (bar) | 1,5 |
Dimensões exteriores | |
Comprimento/largura/altura (mm) | 4294/1850/1352 |
Distância entre eixos (mm) | 2612 |
Largura de vias fte/trás (mm) | 1580/1595 |
Jantes – pneus | 9Jx19″ – 235/40 (Goodyear Eagle F1 Asymmetric 2) |
Pesos e capacidades | |
Peso (kg) | 1280 |
Relação peso/potência (kg/cv) | 4,74 |
Capacidade da mala/depósito (l) | 321-639/55 |
Transmissão | |
Tracção | dianteira com diferencial autoblocante Torsen |
Caixa de velocidades | manual de 6+m.a. |
Direcção | |
Tipo | cremalheira com assistência electrohidráulica variável |
Diâmetro de viragem (m) | 10,6 |
Travões | |
Dianteiros (ø mm) | Discos ventilados (380) |
Traseiros (ø mm) | Discos maciços (290) |
Suspensões | |
Dianteira | McPherson |
Traseira | Eixo de torção |
Barra estabilizadora frente/trás | sim/sim |
Garantias | |
Garantia geral | 2 anos |
Garantia de pintura | 3 anos |
Garantia anti-corrosão | 12 anos |
Intervalos entre manutenções | 20 000 km/12 meses (utilização regular) ou |
20 000km/12 meses (utilização severa) | 20 000km/12 meses (utilização severa) |
Airbag para condutor e passageiro (desligável)
Airbags laterais dianteiros
Controlo electrónico de estabilidade
Diferencial autoblocante mecânico do tipo Torsen
Cintos dianteiros com pré-tensores e limitadores de esforço
Fixações Isofix
Assistente aos arranques em subida
Ar condicionado automático bizona
Computador de bordo
Bancos dianteiros desportivos em couro/Alcantara+reguláveis em altura+regulação apoio lombar
Banco rebatível 50/50
Volante desportivo em pele regulável em altura+profundidade
Volante multifunções
Direcção com assistência electromecânica variável
Rádio com leitor de CD/mp3+6 altifalantes+entradas USB/RCA
Sistema de navegação
Mãos-livres Bluetooth
Vidros eléctricos
Sensores de estacionamento traseiros
Retrovisores exteriores eléctricos+aquecidos+rebatíveis electricamente
Retrovisor interior electrocromático
Cruise-control
Pedaleira+apoio pé esquerdo+soleiras portas em alumínio
Sensor de luz/chuva
Luzes diurnas por LED
Faróis de Xénon direccionais com lava-faróis
Jantes de liga leve de 19″
Kit anti-furo
Pintura metalizada (€415)
Sensores de estacionamento dianteiros (€200)
Navegação WIP com 3D (€1010 – inclui ecrão a cores de 7″ escamoteável; cartografia Europeia 3D; disco rígido 10 GB; rádio com CD+mp3+DVD; tomada USB/RCA/video; leitor de cartões SD; telefone GSM integrado; mãos-livres Bluetooth)
Hi-fi JBL (€495 – inclui 2 woofers+2 tweeters+2 médios+amplicafador 240 W de oito canais)
Caixas dos retrovisores exteriores em preto (€80)