A primeira decisão de Marchionne na Ferrari? Vendê-la
A primeira reunião da Fiat-Chrysler Automobiles (FCA) no seu novo quartel-general em Londres culminou numa decisão que colocará Marchionne na lista negra dos fãs da Ferrari: um décimo da marca será colocado no mercado para abrandar e colmatar o progressivo aumento da dívida. A venda de parte de uma das marcas com imagem mais forte em todo o Mundo faz parte de um plano que estima gerar um montante próximo dos 4,7 mil milhões de dólares (3,68 mil milhões de euros) e cuja pretensão principal é travar o ciclo negativo financeiro a que a marca se tem sujeitado nos últimos anos, com a dívida a crescer de ano para ano. A estrutura prevista de acções coloca 80% das acções da Ferrari nos accionistas da FCA, 10% em regime aberto ao público e os últimos 10% destinados, tal como acontecia até agora, à família Ferrari – mais precisamente a Piero Ferrari, filho do fundador Enzo Ferrari. A notícia dos planos da Ferrari fez as acções da FCA disparar em nada menos que 19% na bolsa de valores de Nova Iorque, e outros 18% na bolsa de Milão ao longo do dia.
A necessidade de gerar capital surge igualmente associada ao plano de expansão da Fiat – plano esse que prevê um investimo de 48 mil milhões de euros – e que pretende colocar as marcas Jeep e Alfa Romeo à venda globalmente. Marchionne refere, de acordo com a notícia avançada pela Automotive News, que o capital não precisava obrigatoriamente de ser gerado, mas ajuda a que o grupo esteja protegido de uma nova depressão económica (que os especialistas financeiros prevêm cada vez mais como uma hipótese bastante real) e que poderia afectar as vendas do grupo no mercado europeu e brasileiro.