Renault Clio R.S. 200 EDC
Renault
Clio
R.S. 200 EDC
2013
Pequenos desportivos
5
Dianteira
1.6
200/6000
230
6,7
144
29 500/32 100
Prestações, Eficácia em condução desportiva, Sofisticação tecnológica, Travagem, Caixa de velocidades
Patilhas de comando da caixa "fixas", Consumos elevados, Preço
Velocidade máxima anunciada (km/h) | 230 |
Acelerações (s) | |
0-100 km/h | 6,7 |
0-400 m | 14,7 |
0-1000 m | 26,9 |
Recuperações 60-100 km/h (s) | |
Em D | 3,5 |
Recuperações 80-120 km/h (s) | |
Em D | 4,0 |
Distância de travagem (m) | |
100-0 km/h | 34,4 |
Consumos (l/100 km) | |
Estrada (80-100 km/h) | 5,7 |
Auto-estrada (120-140 km/h) | 7,1 |
Cidade | 11,1 |
Média ponderada (*) | 9,22 |
Autonomia média ponderada (km) | 488 |
(60% cidade+20% estrada+20% AE) | |
Medidas interiores (mm) | |
Largura à frente | 1360 |
Largura atrás | 1330 |
Comprimento à frente | 1080 |
Comprimento atrás | 640 |
Altura à frente | 970 |
Altura atrás | 910 |
Eis uma avaliação a um automóvel bastante fácil de iniciar: à data de publicação deste artigo, o novo Renault Clio R.S. 200 EDC é, sem dúvida, o melhor pequeno desportivo disponível no mercado nacional. E assim como está, com as cinco portas mais tradicionais das variantes de cariz familiar.
Por isso, desenganem-se os potenciais interessados numa eventual versão de três portas do desportivo francês”: a Renault já fez saber que a dita não vai existir, pelo que o melhor, mesmo, é tirar partido da funcionalidade acrescida e comprar, não antes que esgote… mas que os nossos governantes (sempre profundos conhecedores da realidade que os rodeia…) se lembrem de aumentar ainda mais a aberrante carga fiscal incidente sobre o automóvel!
Na pior das hipóteses, esperem até Outubro os grandes aficionados dos gadgets e da tecnologia, pois só nessa altura estará disponível o opcional módulo R.S. Monitor do sistema de bordo R-Link, anunciado pela marca gaulesa como a mais completa ferramenta de telemetria disponível para um modelo de produção em série.
De volta ao que interessa: não será por dispor de cinco portas que o novo Clio R.S. pecará por falta de carácter, até porque as portas traseiras mal se fazem notar, ao estarem os respectivos puxadores dissimulados nos pilares traseiros. Para mais, os pára-choques e saias específicos, as jantes de 18” exclusivas, a dupla saída de escape e o extractor e o deflector traseiros desenvolvidos propositadamente para o modelo (que, mais do que serem meros adornos, geram mesmo uma downforce efectiva) são elementos suficientes para garantir que este R.S. não se confundirá com qualquer outro Clio.
Sensação que se prolonga ao habitáculo, muito por culpa da profusão de aplicações vermelhas um pouco por toda a parte – dos cintos à moldura da alavanca de comando da caixa, passando pelas costuras do banco e volante, pela marca do ponto central do volante, pelas molduras das saídas de ventilação, pelos painéis das portas… Uma opção de gosto discutível, e que facilmente combina pouco (ou nada!) com a cor da carroçaria, como facilmente o prova a unidade testada, pintada num exclusivo amarelo Renault Sport metalizado (opção orçada em €1600).
Felizmente que o interior também tem os seus atributos, com destaque para o excelente posto de condução, garantido pelos bancos desportivos com bom suporte lateral e pelo correcto posicionamento da pedaleira metálica, estando os pedais devidamente espaçados e nivelados. Pena o volante, apesar da sua óptima pega, ser um pouco maior do que o ideal.
Tecnicamente, também não faltam argumentos ao Clio R.S. O motor sobrealimentado de 1,6 litros é um deles: oferecendo 200 cv e um binário máximo de 240 Nm/1750 rpm, permite alcançar prestações dignas de registo: menos de sete segundos nos 0-100 km/h; quilómetro de arranque cumprido em menos de 27 segundos; velocidade máxima da ordem dos 230 km/h.
A caixa de velocidades robotizada de dupla embraiagem, seis relações e comandos no volante (única opção de transmissão disponível no novo Clio R.S.) também contribui decisivamente para estes valores: sempre rápida e nunca hesitante, graças à função launch-control é, em boa parte, o garante de acelerações deste calibre. Para a activar, basta premir o pedal do travão com o pé esquerdo, manter pressionadas ambas as patilhas de comando da caixa e esperar que uma luz indicadora no painel de instrumento se ilumine: em seguida, é só “esmagar o pedal de acelerador”, libertar as patilhas e o travão e agarrar firmemente o volante!
Conduzir o Clio R.S., sobretudo de forma mais empenhada, é uma experiência tendencialmente gratificante. Mas, em primeiro lugar, convém decidir que tipo de condução se pretende praticar, e qual o à vontade que se tem com a tarefa. Isto porque existe um botão que o condutor pode utilizar para modificar o funcionamento de vários componentes do veículo, da resposta do acelerador e do motor à rapidez das passagens de caixa, passando pela assistência da direcção e pela intervenção de alguns dispositivos eléctrónicos, segundo três parâmetros pré-definidos: normal, Sport e Race.
O primeiro pouco tem para descrever – é o destinado a um uso quotidiano e regular. Já Sport incrementa a resposta do acelerador e do motor; abre a válvula que permite a um tubo tornar mais presente e envolvente a sonoridade do motor no habitáculo; torna o funcionamento da caixa mais rápido e dinâmico (por exemplo, atrasando as passagens de caixa para cima e antecipando as reduções em travagem); permite activar o launch-control; torna a direcção mais firme; e adopta o modo mais permissivo do controlo de estabilidade. É o ideal para quem pretende usufruir de maior interacção com o veículo, mas não quer assumir por completo o controlo das operações.
Como seria de esperar, o modo Race destina-se a uma utilização mais radical, distinguindo-se do anterior por inibir por completo o funcionamento do ESP e a caixa de velocidade não só garantir passagens de caixa em menos de 150 milésimos de segundo, como o respectivo comando estar totalmente a cargo do condutor.
Nota intercalar: nos modos Sport e Race, além de um avisador luminoso sob o velocímetro, que passa de verde a amarelo, o sistema também emite um sinal sonoro sempre que a agulha do conta-rotações se aproxima da red-line como forma de alertar o condutor que deve trocar de mudança. Como será fácil imaginar a irritação que tal função pode provocar, por exemplo, em traçados mais sinuosos, lamenta-se que a mesma não seja possível de configurar a gosto do utilizador.
Pormenores à parte, o que começa por destacar-se na condução do Clio R.S. é a facilidade com que se adapta a uma utilização mais pacata e convencional. A caixa é suave, a direcção também e até o nível de conforto, mesmo em mau piso, surpreende pela positiva, inclusive quando conta (como no caso em apreço) com o châssis Cup – opcional proposto por €1000, e que muito se recomenda, incluindo uma direcção mais directa, um rebaixamento da suspensão de 3 mm e uma firmeza acrescida em 15% dos respectivos elementos elásticos.
A esta virtude também não serão alheios os batentes hidráulicos dos amortecedores, solução que garante uma melhor absorção das irregularidades, o que contribui não só para a comodidade a bordo como para a eficácia do comportamento, uma vez que incrementa notoriamente o contacto dos pneus com o asfalto nos pisos em pior estado de conservação.
Mas é quando se adoptam ritmos mais endiabrados que o Clio R.S. revela verdadeiramente todas as suas aptidões. O motor, de tão linear e progressivo, chega a iludir relativamente ao seu nível prestacional. Ao mesmo tempo, a superior motricidade e a direcção bem afinada permitem entrar em curva com toda a confiança, com a subviragem a surgir tarde e sendo facilmente domável através do acelerador quando se selecciona o modo Race – já que, aqui, estando desligado o controlo de estabilidade, também não funciona o diferencial de bloqueio electrónico R.S. Diff.
Em compensação, a traseira é relativamente fácil de provocar, através do aliviar do acelerador em apoio, ou mesmo da intervenção sobre o travão, e igualmente fácil de controlar, o que garante uma agilidade extra e, por consequência, uma subida dos níveis de emoção ao volante, permitindo sair das curvas praticamente a direito com o acelerador completamente esmagado. Quanto aos travões, cumprem o que deles se espera, o que não se estranha quando se sabe provirem directamente do Laguna V6, contando com generosos discos ventilados na dianteira.
No final da experiência, a confirmação da afirmação inicial: o Clio R.S. é o mais competente e eficaz pequeno desportivo do mercado, aquele cujo carácter e postura mais se aproximam dos de um automóvel de competição.
Mas nem tudo são encómios. Mesmo levando em linha de conta um equipamento de série bastante rico, o desportivo da marca do losango faz pagar caro a sua sofisticação, custando, no mínimo, €29 500, a que há que juntar os €1000 do châssis Cup, essencial para tirar o melhor partido das suas potencialidades, e consumos que, a velocidades estabilizadas, são comedidos (excepto em cidade), mas tendem a disparar para valores pouco simpáticos quando se adoptam os ritmos para que o modelo foi criado. Contas feitas, são, pelo menos, cerca de €5000 de diferença para os seus principais rivais, porventura não tão eficazes, mas nem por isso desprovidos de muito meritórios atributos.
Motor | |
Tipo | 4 cil. linha, transv., diant. |
Cilindrada (cc) | 1616 |
Diâmetro x curso (mm) | 79,7×81,1 |
Taxa de compressão | 9,5:1 |
Distribuição | 2 v.e.c./16 válvulas |
Potência máxima (cv/rpm) | 200/6000 |
Binário máximo (Nm/rpm) | 240/1750 |
Alimentação | injecção directa sequencial |
Sobrealimentação | turbocompressor |
Dimensões exteriores | |
Comprimento/largura/altura (mm) | 4090/1732/1432 |
Distância entre eixos (mm) | 2589 |
Largura de vias fte/trás (mm) | 1504/1500 |
Jantes – pneus | 7 1/2Jx18″ – 205/40 (Pirelli PZero) |
Pesos e capacidades | |
Peso (kg) | 1204 |
Relação peso/potência (kg/cv) | 6,02 |
Capacidade da mala/depósito (l) | 300-1146/45 |
Transmissão | |
Tracção | dianteira |
Caixa de velocidades | robotizada com dupla embraiagem de 6+m.a. |
Direcção | |
Tipo | cremalheira com assistência eléctrica variável |
Diâmetro de viragem (m) | 10,9 |
Travões | |
Dianteiros (ø mm) | Discos ventilados (320) |
Traseiros (ø mm) | Discos maciços (260) |
Suspensões | |
Dianteira | MacPherson |
Traseira | Eixo semi-rígido |
Barra estabilizadora frente/trás | sim/sim |
Garantias | |
Garantia geral | 5 anos ou 150 000 km |
Garantia de pintura | 3 anos |
Garantia anti-corrosão | 12 anos |
Intervalos entre manutenções | 20 000 km ou 24 meses |
Airbag para condutor e passageiro (desligável)
Airbags laterais
Controlo electrónico de estabilidade
Sistema de auxílio aos arranques em subida (Hill hold)
Cintos dianteiros com pré-tensores e limitadores de esforço
Sistema anti-afundamento Fix4sure em todos os lugares
Fixações Isofix nos bancos do acompanhante e traseiro
Ar condicionado automático
Computador de bordo
Cruise control+limitador de velocidade
Banco rebatível 60/40
Banco do condutor com regulação em altura
Bancos em pele
Volante desportivo em pele regulável em altura+profundidade
Volante multifunções
Direcção com assistência eléctrica variável
Cartão “mãos-livres” (acesso sem chave)
Rádio com leitor de mp3+entradas USB/Aux+ecrã táctil de 7″
Sistema de navegação
Mãos-livres Bluetooh
Retrovisores exteriores eléctricos+aquecidos+rebatíveis electricamente
Sensor de luz+chuva
Luzes diurnas por LED
Jantes de liga leve de 18”
Pintura metalizada especial amarelo Renault Sport (€1600)
Châssis Cup (€1000)