Renault Clio R.S. 220 EDC Trophy
Renault
Clio
Clio R.S. 220 EDC Trophy
2015
Pequenos desportivos
5
Dianteira
1.6
220/6050
235
6,6
135
30 790/32 390
Prestações, Eficácia em condução desportiva, Travagem, Função Launch Control, Exclusividade
Patilhas de comando da caixa "fixas", Conforto reduzido, Qualidade interior
Velocidade máxima anunciada (km/h) | 235 |
Acelerações (s) | |
0-100 km/h | 6,7 |
0-400 m | 14,7 |
0-1000 m | 26,7 |
Recuperações 60-100 km/h (s) | |
Em D | 3,5 |
Recuperações 80-120 km/h (s) | |
Em D | 3,9 |
Distância de travagem (m) | |
100-0 km/h | 34,2 |
Consumos (l/100 km) | |
Estrada (80-100 km/h) | 5,6 |
Auto-estrada (120-140 km/h) | 7,7 |
Cidade | 8,8 |
Média ponderada (*) | 7,94 |
Autonomia média ponderada (km) | 567 |
(60% cidade+20% estrada+20% AE) | |
Medidas interiores (mm) | |
Largura à frente | 1360 |
Largura atrás | 1330 |
Comprimento à frente | 1080 |
Comprimento atrás | 670 |
Altura à frente | 100 |
Altura atrás | 930 |
Não obstante a sua reputação, enquanto um dos melhores representantes da classe dos pequenos desportivos, o Clio R.S. também já está longe de ser uma novidade. O regresso tema justifica-se porque a Renault, sem dúvida motivada pelo êxito e pelo prestígio granjeados pela versão equivalente do Mégane, decidiu que o modelo também seria digno de receber a assinatura Trophy, o que acontece pela primeira vez, numa edição especial limitada e numerada, de que Portugal vai receber doze unidades.
Importa, pois, aqui, concentrar atenções naquilo que faz a diferença entre o Clio R.S. 220 EDC Trophy. Visualmente, referência para a inscrição Trophy existente na lâmina do pára-choques dianteiro, sob a grelha, no friso lateral e nas soleiras das portas (onde também está gravado o número de série de cada unidade); para as jantes Trophy de 18” e desenho exclusivo; e para a opcional cor branca nacarada mate, denominada Branco Givre e possível de combinar com o tecto e as caixas dos espelhos em preto, como sucedia com a unidade ensaiada. No interior, os principais elementos distintivos são a pele perfurada que reveste o volante (um tanto sobredimensionado, e com as patilhas de comando da caixa, infelizmente, fixas…); e também os bancos desportivos (com mais apoio do que o tradicional, mas sem serem verdadeiras bacquets, acabam por constituir um compromisso interessantes entre encaixe e conforto, mas pecam pelo tecido algo quente que os reveste).
Já conhecidos do Clio R.S. “normal”, a pedaleira metálica e todos aqueles elementos vermelhos de gosto discutível, e difíceis de combinar com certas cores da carroçaria – cintos de segurança, pegas das portas, moldura e punha da alavanca de comando da caixa, aros das saídas de ventilação, logo RS na base do volante e pespontos das costuras. Pela positiva, destaque para o facto de o equipamento de série incluir já o sistema R-link 2 dotado do R.S. Monitor, um sistema de telemetria que, de tão completo, é quase um mundo em si mesmo…
No capítulo mecânico, são mais, mais substantivas, e mais consequentes as modificações operadas. O motor 1.6, por via da introdução de um turbo de maiores dimensões, de um sistema de escape específico e de uma nova gestão electrónica, ganhou 20 cv de potência (o que permitiu fazer baixar a relação peso/potência de 6,02 kg/cv para 5,47 kg/cv) e 40 Nm de binário – se bem que metade deste valor só esteja disponível em quarta e quinta velocidades. Por seu turno, a caixa pilotada EDC de dupla embraiagem e seis relações continua a ser a única opção de transmissão disponível, mas promete passagens de caixa 30% mais rápidas, al+em de continuar a oferecer a função Launch Control quando selecionado o modo de condução Sport através do botão de comando do R.S. Drive.
Já o châssis não só recebeu amortecedores mais firmes, como a suspensão foi rebaixada 20 mm na frente e 10 mm atrás (no que é uma afinação específica desta versão, distinta, e mais extrema, do opcional châssis Cup proposto para o Clio R.S. de 200 cv), e as jantes passam a estar revestidas por pneus Michelin Pilot Super Sport de medida 205/40R18. Por seu turno, a direcção é mais directa e precisa, fruto de uma redução de 10% da respectiva desmultiplicação, garantida pela introdução de uma nova cremalheira.
É quase inevitável que, neste tipo de transformação, as atenções se concentrem no aumento do rendimento, e nas suas esperadas consequências. Neste domínio, o Clio R.S. Trophy não constituirá apelo de maior: nas nossas medições, os ganhos obtidos nas acelerações e nas recuperações não são, de todo, significativos face à versão “normal”, como o não será a velocidade máxima anunciada 5 km/h mais elevada. Menos mal que os consumos anunciados são os mesmos em ambas as variantes, o que a prática confirmou, com o modelo mais potente a conseguir, até, um registo mais favorável neste particular em circuito urbano – devendo-se, em ambos, contar com médias para lá dos 15,0 l/100 km sempre que se queira fazer uso de todo o potencial do motor.
Felizmente que as capacidades de um desportivo não se resumem às prestações, e quando em causa está o apuro do châssis, as coisas mudam radicalmente de figura, passando a ser plenamente evidentes as vantagens deste Clio R.S. Trophy. Conduzi-lo a ritmos mais empenhados é um verdadeiro prazer, desde logo por culpa de um motor muito potente e progressivo, que vai ganhando força e sonoridade a condizer com o aumento da carga e a subida de regime, e emitindo uma melodia especialmente estimulante na faixa entre as 5000 rpm e as 6500 rpm – sendo difícil eleger a sua característica mais apelativa: se o “grito” da admissão, se o ronco do escape ou se os “ráteres” emitidos nas trocas de mudança efectuadas nos limites, quando a injecção é brevemente interrompida.
Depois, a direcção bem assistida e bastante directa, com um apreciável feedback, e os travões potentes e de bom tacto, combinam-se com uma suspensão extremamente firme, mas que não deixa dúvidas de que foi afinada para garantir ao modelo um desempenho de referência quando conduzida da forma para que foi projectado. Em curva, o R.S. Trophy revela-se extraordinariamente preciso, beneficiando de uma excelente motricidade, mesmo nas saídas em potência das curvas mais lentas (merecendo aqui referência o contributo dado pelos pneus), o que também ajuda a retardar o aparecimento da subviragem, mesmo quando se selecciona o modo Race (só possível quando se comanda manualmente a caixa de velocidades) – altura em que não só é desativado por completo o ESP, como fica inibido o funcionamento do diferencial electrónico RS Diff.
Depois, as reacções do châssis às variações de carga e às transferências de massa, tão imediatas quanto precisas, quase milimétricas, permitem desfrutar de uma agilidade extra pela forma extremamente simples, quase inata, como o aliviar do acelerador, ou a acção sobre os travões, permitem fazer rodar a traseira em apoio, para ângulos quase improváveis, e sair quase em linha recta das cruvas. Junte-se a isto a frente muito incisiva, e deveras ágil e rápida nas mudanças de direcção, e será fácil deduzir que, apesar de exigente nos limites, por isso requerendo mãos sabedoras para dele se tirar o máximo partido, dificilmente haverá proposta neste segmento tão recompensadora e orientada para a máxima eficácia.
Apesar desta exuberância quando conduzido de forma mais extrema, nem tudo são vantagens neste Clio R.S. Trophy. A firmeza da suspensão torna-o pouco amigo das irregularidades, chegando a massacrar os seus ocupantes nos pisos mais degradados. Ressaltos, buracos e pisos de empedrado provam o quão curto é o curso da suspensão, patente na facilidade com que o amortecedor vai ao batente, e na profusão de ruídos parasitas, por seu turno sinónimo de que esta não é uma das referências do mercado no capítulo da qualidade de construção.
Mas essa não será a principal preocupação de quem opta por um automóvel deste género, que para mais acaba por ser proposto por um preço apelativo. Não que os €30 790 sejam, propriamente, acessíveis, mas o facto é que garantem não só o acesso ao pequeno desportivo mais exuberante e competente do momento, como o diferencial de €1800 que representam face preço praticado pelo Clio R.S. de 200 cv é plenamente justificado por já se incluírem nesta verba o châssis desportivo (relembre-se que o châssis Cup custa €1000), o motor mais potente e um equipamento de série mais generoso – isto para não falar da exclusividade que uma série limitada e numerada sempre proporciona, e no respectivo potencial de valorização.
Motor | |
Tipo | 4 cil. linha, transv., diant. |
Cilindrada (cc) | 1616 |
Diâmetro x curso (mm) | 79,7×81,1 |
Taxa de compressão | 9,5:1 |
Distribuição | 2 v.e.c./16 válvulas |
Potência máxima (cv/rpm) | 220/6050 |
Binário máximo (Nm/rpm) | 260 (280 em 4ª/5ª)/2000 |
Alimentação | injecção directa sequencial |
Sobrealimentação | turbocompressor+intercooler |
Dimensões exteriores | |
Comprimento/largura/altura (mm) | 4090/1732/1432 |
Distância entre eixos (mm) | 2589 |
Largura de vias fte/trás (mm) | 1504/1500 |
Jantes – pneus | 7 1/2Jx18″ – 205/40 (Michelin Pilot Super Sport) |
Pesos e capacidades | |
Peso (kg) | 1204 |
Relação peso/potência (kg/cv) | 5,47 |
Capacidade da mala/depósito (l) | 300-1146/45 |
Transmissão | |
Tracção | dianteira |
Caixa de velocidades | robotizada com dupla embraiagem de 6+m.a. |
Direcção | |
Tipo | cremalheira com assistência eléctrica variável |
Diâmetro de viragem (m) | 10,9 |
Travões | |
Dianteiros (ø mm) | Discos ventilados (320) |
Traseiros (ø mm) | Discos maciços (260) |
Suspensões | |
Dianteira | McPherson |
Traseira | Eixo semi-rígido |
Barra estabilizadora frente/trás | sim/sim |
Garantias | |
Garantia geral | 5 anos ou 150 000 km |
Garantia de pintura | 3 anos |
Garantia anti-corrosão | 12 anos |
Intervalos entre manutenções | 20 000 km ou 24 meses |
Airbag para condutor e passageiro (desligável)
Airbags laterais
Controlo electrónico de estabilidade
Sistema de auxílio aos arranques em subida (Hill hold)
Cintos dianteiros com pré-tensores e limitadores de esforço
Fixações Isofix
Ar condicionado automático
Computador de bordo específico R
R.S. Monitor 2.0
Cruise control+limitador de velocidade
Banco rebatível 60/40
Banco do condutor com regulação em altura
Bancos desportivos
Volante desportivo em pele perfurada, regulável em altura+profundidade
Volante multifunções
Direcção com assistência eléctrica variável
Acesso+arranque sem chave
Rádio com leitor de mp3+entradas USB/Aux+ecrã táctil de 7″
Sistema de navegação
Mãos-livres Bluetooh
Retrovisores exteriores eléctricos+aquecidos+rebatíveis electricamente
Vidros eléctricos FR/TR
Sensor de luz+chuva
Sensores de estacionamento traseiros
Luzes diurnas por LED
Jantes de liga leve de 18” Trophy
Sistema de monitorização da pressão dos pneus
Kit de reparação de pneus
Pintura especial nacarada mate Branco Givre (€1600)