Renault Kadjar chega no final do Verão
Kadjar. Foi o nome escolhido para o que será, muito provavelmente, o novo best-seller da Renault. Cumprindo com o que se espera de um SUV dos tempos modernos (capaz de transportar pessoas confortavelmente e apresentar soluções inteligentes de versatilidade), segue os passos do Captur (em termos de conceito e estilo) e do “primo” Nissan Qashqai (no que respeita a seguir tendências e porque a sua base mecânica é, no essencial, a mesma). A plataforma é a modular CMF; a carroçaria, com 4,45 m de comprimento por 1,84 m de largura, tem proporções equivalentes às que tipicamente caracterizam os familiares compactos do chamado segmento C.
Com jantes que podem ter até 19” de diâmetro, o Kadjar adopta um look característico de um SUV, e onde pontificam elementos como as protecções inferiores das portas ou as barras de tejadilho em alumínio anodizado. Estilisticamente, e não obstante eventuais parecenças com o seu parente nipónico, referência para uma frente que evoca de imediato o Captur: logótipo inserido numa grelha que se expande em direcção ao centro, e uma segunda grelha, inferior, imediatamente acima dos resguardos inferiores (com os faróis de nevoeiro posicionados nos extremos); ópticas dianteiras com nova assinatura de LED em forma de C.
O interior é muito diferente do que se faz actualmente na Renault: volante totalmente novo (com comandos multifunções bastante diferentes do habitual esquema simplificado dos Renault); painel de instrumentos digital; consola central dominada pelo sistema de infoentretenimento R-Link 2 (seguido, logo abaixo, dos comandos de climatização, também eles, totalmente diferentes do que habitualmente se vê na marca francesa). De resto, sobre o habitáculo propriamente dito, sabe-se pouco mais: apenas que existem 30 litros de espaço espalhados pelos vários arrumos; que a bagageira possui 472 litros; e que o rebatimento dos assentos traseiros, executável através de botões colocados na bagageira, faz-se na tradicional proporção de 1/3-2/3.
Sendo tão “próximo” do Qashqai, não é de espantar que o Kadjar disponha dos mesmos gadgets de segurança, caso do auxílio à travagem de emergência, do alerta de transposição involuntária de faixa, do reconhecimento da sinalização rodoviária, e, por fim, numa componente mais prática, da já habitual câmara traseira de estacionamento. Ou de uma idêntica gama de motores, esperando-se estejam disponíveis os três que agora compõem a gama do SUV nipónico: 1.5 dCi e 1.6 dCi (110 cv e 130 cv) e 1.2 DIG-T (115 cv), todos com caixa manual de seis velocidades. A verdadeira questão reside na escolha da caixa automática, pois tudo indica que a Renault poderá preterir a caixa de variação contínua X-Tronic em favor da EDC de dupla embraiagem.
Oficial é o facto de o Kadjar vir a dispôr de variantes 4×2 e 4×4. A primeira com tracção dianteira, a segunda com recurso a um dispositivo de transferência tipo Haldex. As versões 4×2 estão disponíveis com o sistema Extended Grip, no fundo, um controlo de tracção/autoblocante electrónico que apregoa uma melhor progressão em terrenos que não o alcatrão. A altura ao solo de 190 mm (sensivelmente a mesma do Qashqai) e os ângulos de ataque e de saída (18° e 25º, respectivamente) encaixam-se no perfil do segmento.
O Kadjar será , igualmente, o primeiro modelo da Renault a ser produzido em território chinês, estreando a fábrica em Wuhan, resultado da parceria estabelecida entre a Renault e a Dongfeng. Os trabalhos de construção da fábrica já vão sensivelmente a meio (arrancaram em Janeiro de 2014; a produção arranca no início de 2016), contando já com 1000 pessoas a trabalhar. Diz a Renault, em comunicado, que a quota de mercado ambicionada é de 3,5%, o que corresponde à módica quantia de 750 mil unidades matriculadas…