Renault Kadjar dCi 110 XMod
Renault
Kadjar
dCi 110 XMod
2017
SUV
5
Dianteira
1.5 Diesel
110/4000
185
11,9
3,6/3,9/4,2
(Extra-urbano/Combinado/Urbano)
103
29 710/31 640 (unidade testada)
Preço, Conforto, Consumos, Habitabilidade e mala, Agrado de condução, Apetência pelo fora de estrada,
Pormenores de construção, Motor "justo" com cinco passageiros e bagagens
Velocidade máxima anunciada (km/h) | 185 |
Acelerações (s) | |
0-100 km/h | 11,4 |
0-400 m | 18,0 |
0-1000 m | 33,2 |
Recuperações 60-100 km/h (s) | |
Em 3ª | 6,6 |
Em 4ª | 8,3 |
Em 5ª | 12,9 |
Recuperações 80-120 km/h (s) | |
Em 4ª | 10,3 |
Em 5ª | 12,3 |
Em 6ª | 16,1 |
Distância de travagem (m) | |
100-0 km/h | 35,2 |
Consumos (l/100 km) | |
Estrada (80-100 km/h) | 4,1 |
Auto-estrada (120-140 km/h) | 4,8 |
Cidade | 5,7 |
Média ponderada (*) | 5,20 |
Autonomia média ponderada (km) | 1231 |
(60% cidade+20% estrada+20% AE) | |
Medidas interiores (mm) | |
Largura à frente | 1470 |
Largura atrás | 1440 |
Comprimento à frente | 1150 |
Comprimento atrás | 790 |
Altura à frente | 970 |
Altura atrás | 940 |
O Kadjar é, pelo menos em Portugal, um caso único no actual panorama do cada vez mais concorrido segmento dos SUV. Mais um modelo apanhado nas aberrantes (e, pelos vistos, imutáveis…) malhas da classificação lusa das classes de portagens, o seu êxito entre nós estaria, como é óbvio, fortemente condicionado caso fosse obrigado a pagar Classe 2, como aconteceria na sua versão original, com um peso bruto inferior a 2300 kg e superando por meros 24 mm os 1,10 metros à vertical do eixo dianteiro que permitem que um ligeiro possa ser considerado Classe 1.
Acontece que a Renault considerou que o seu estatuto no mercado português, e o próprio potencial do modelo, seriam merecedores dos necessários trabalho e investimento adicionais para que o Kadjar pudesse passar a ser classificado como Classe 1 no nosso país. A solução foi, não reduzir a referida medida (por exemplo, através de um rebaixamento da suspensão, que decerto condicionaria o seu potencial para evoluir fora de estrada, e muito provavelmente o tornaria demasiado firme e pouco confortável para uma proposta deste género), mas incrementar o peso bruto para 2300 kg.
Para tal, o Kadjar à venda em Portugal é o único no mundo que, com tracção dianteira, conta com a suspensão traseira independente das variantes 4×4 (não comercializadas no nosso país), e não com o eixo semi-rígido da versão de tracção à frente vendida nos restantes mercados. Assim tendo conseguido a marca do losango aumentar o peso máximo transportável em 343 kg, com um aumento do peso do conjunto (a famosa tara) de somente 46 kg, ao mesmo que garantia um comportamento dinâmico de acordo com os seus padrões de segurança e eficácia – mesmo para quem queira dar uso ao tal peso máximo transportável. Não terá sido a via mais simples, muito provavelmente também não foi a mais económica, mas, pelo menos, permitiu alcançar todas as metas desejadas. Ou quase.
E isto porque a outra face da moeda é, entre estudos e testes, o Kadjar ter chegado até nós cerca de um ano e meio após ter sido lançado, o que acarretou algumas consequências. A positiva é ser dos raros SUV do seu segmento, com tracção apenas dianteira, a contar com uma evoluída suspensão independente do tipo multilink atrás. As negativas mais óbvias serão, para a Renault, as unidades que se não venderam até ao seu lançamento em Portugal; e, para o público mais atento, o ter acabado por chegar depois de outros modelos da marca já dotados de algumas soluções mais evoluídas, o que o fez parecer algo desfasado dentro da sua oferta.
O facto é que, apesar de tudo, a aposta da casa de Billancourt parece ter valido a pena, e, em menos de um ano em Portugal, o Kadjar é já o terceiro modelo mais vendido da sua classe. A gama foi simplificada ao máximo, sendo proposto apenas um motor (o “incontornável” dCi turbodiesel de 1,5 litros e 110 cv) e dois níveis de equipamento: XMod e Exclusive. O primeiro será o mais adequado aos espíritos mais aventureiros, é, também, o mais popular entre nós, e aquele que aqui analisamos mais em detalhe.
Com uma aparência exterior que terá tanta dificuldade em encantar como em ser factor impeditivo de escolha, o Kadjar tem por base a plataforma do Nissan Qashqai, há muito líder de vendas incontestado do segmento, mas sendo 72 mm mais comprido do que o seu “primo” japonês. Característica que lhe permite, desde logo, oferecer uma ampla habitabilidade em todos os lugares, inclusivamente em termos do espaço reservado às pernas dos ocupantes do banco traseiro, e uma generosa bagageira, sobretudo com o banco traseiro rebatido, contando esta ainda com vários factores que incrementam a versatilidade de utilização, como o piso plano e duplo, o fácil acesso e os manípulos colocados nos painéis laterais que permitem rebater o banco posterior a partir da mala.
Pelo contrário, o sistema de infoentretenimento R-Link (com algumas parecenças com o utilizado no Qashqai, do que resulta uma aparência algo híbrida…), e o painel de instrumentos totalmente digital e configurável, não chegam para evitar que a aparência interior seja bastante dissonante da das mais recentes criações da Renault, nomeadamente o Mégane. Algo que se justifica, em parte, pelo referido atrasado em chegar ao mercado, já que p Kadjar acabou, até, por ser lançado depois da mais recente geração do compacto da marca francesa, mas que não explica tudo: seja um look que parece resultar de uma combinação entre Qashqai e Mégane, seja uma qualidade geral aquém da dos melhores modelos da marca, pois se os materiais são, na sua maioria, aceitáveis, alguns plásticos são francamente pobres e há pormenores de acabamento que merecem ser rapidamente revistos.
Desfrutando de uma posição de condução elevada mas muito correcta, e de uns bons bancos forrados a pele e tecido, com um apreciável apoio e deveras confortáveis, quem se sentar ao volante do Kadjar dCi 110 XMod acederá a um dos seus melhores argumentos: o desempenho dinâmico. O motor 1.5 dCi, se bem que no limite para oferecer prestações ainda aceitáveis (nem tanto com cinco passageiros a bordo e respectivas bagagens…), é uma unidade com provas mais do que dadas, nomeadamente em termos de consumos.
E a verdade é que se revela extremamente económico em todas as condições de utilização, mesmo quando sujeito a provações maiores em termos de ritmo ou exigência do peso a locomover. Os resultados serão ainda mais convincentes com o modo Eco activo, se bem que à custa de um evidente condicionamento da reposta às solicitações do acelerador.
Além do mais, esta é uma unidade que responde bem em todos os regimes, muito por culpa do generoso binário máximo de 260 Nm logo às 1750 rpm, e de uma invejável linearidade funcionamento, o que lhe permite que, mesmo quando combinada com uma caixa manual de seis velocidades suave, precisa e rápida q.b., mas de escalonamento longo (em especial das suas três últimas relações), acabe por fazer sempre boa figura. Menção, ainda, para o bom trabalho realizado ao nível do isolamento habitáculo, que assegura que o motor só faz sentir a sua presença a quem segue a bordo quando a alto regime ou em situações de maior esforço.
Em estrada, além de um pisar mais refinado, e de um conforto de marcha superior à média da classe, o Kadjar dci 110 XMod prima pela facilidade e agrado condução, embora esteja longe de ser por demais envolvente ou eficaz. O que é particularmente evidente quando se adoptam ritmos mais intensos: o ser um dos SUV do mercado mais confortáveis da sua categoria, e, ao mesmo tempo, um dos que maior vocação tem para circular fora do asfalto, implica que o curso de eixos e a afinação macia do amortecimento permitam um evidente adornar da carroçaria em curva, que naturalmente condiciona a sua eficácia, sobretudo em traçados sinuosos, com maiores encadeados de curvas. Sempre honesto e previsível, não deixa de exibir uma tendência prematura para subviragem nas solicitações mais vigorosas, embora de controlo fácil e intuitivo.
Pelo contrário, fora de estrada, o Kadjar dCi 110 XMod assume-se como uma das melhores propostas da sua classe entre as que dispõem de tracção apenas dianteira, ao tirar bom partido de uma das maiores alturas ao solo do segmento (200 m), de ângulos de ataque e saída bastante razoáveis (18° e 28°, respectivamente), dos pneus M+S e do controlo tracção optimizado Grip Control (com os modos de funcionamento Normal, Todo-o-Terreno e Expert, embora, acima dos 40 km/h, o modo Normal seja sempre, automaticmante, activado). Apenas se lamentando que os pneus mistos acabem por prejudicar as distâncias de travagem no aasfalto.
Trunfo de peso do SUV gaulês é, igualmente, o seu preço. Por menos de trinta mil euros é possível aceder a este Kadjar dCi 110 XMod, um valor extremamente competitivo, e mais ainda quando se atenta no equipamento de série que ao mesmo está associado, na sua versatilidade e na sua postura mais aventureira. Quem pretender abdicar deste último em favor de um maior refinamento, tem ao seu dispor a variante Exclusive, 1850 euros mais cara, naturalmente mais equipada e exclusiva, mas desprovida do sistema Grip Control e dos pneus M+S.
Motor | |
Tipo | 4 cil. linha Diesel, transv., diant. |
Cilindrada (cc) | 1461 |
Diâmetro x curso (mm) | 76,0×80,5 |
Taxa de compressão | 15,5:1 |
Distribuição | 1 v.e.c./8 válvulas |
Potência máxima (cv/rpm) | 110/4000 |
Binário máximo (Nm/rpm) | 260/1750 |
Alimentação | injecção directa common-rail |
Sobrealimentação | turbocompressor+intercooler |
Dimensões exteriores | |
Comprimento/largura/altura (mm) | 4687/1903/1671 |
Distância entre eixos (mm) | 2818 |
Largura de vias fte/trás (mm) | 1613/1653 |
Jantes – pneus (série) | 7 1/2Jx17″ – 215/60 (Goodyear Vector 4Seasons M+S) |
Pesos e capacidades | |
Peso (kg) | 1426 |
Relação peso/potência (kg/cv) | 12,96 |
Capacidade da mala/depósito (l) | 472-1478/64 |
Transmissão | |
Tracção | dianteira |
Caixa de velocidades | manual de 6+m.a. |
Direcção | |
Tipo | cremalheira com assistência eléctrica |
Diâmetro de viragem (m) | 10,72 |
Travões | |
Dianteiros (ø mm) | discos ventilados (296) |
Traseiros (ø mm) | discos maciços (290) |
Suspensões | |
Dianteira | MacPherson |
Traseira | Multilink |
Barra estabilizadora frente/trás | sim/sim |
Garantias | |
Garantia geral | 2 anos sem limite de km |
Garantia de pintura | 3 anos |
Garantia anti-corrosão | 8 anos |
Intervalos entre manutenções | 30 000 km |
Airbag para condutor e passageiro (desligável)
Airbags laterais dianteiros
Airbags de cortina
Controlo electrónico de estabilidade
Controlo de tracção optimizado Grip Control
Cintos dianteiros com pré-tensores e limitadores de esforço
Fixações Isofix
Alerta de saída involuntária da faixa de rodagem
Sistema de leitura de sinais de trânsito
Sistema de auxílio aos arranques em subida
Travão de estacionamento eléctrico
Ar condicionado automático bizona
Computador de bordo TFT a cores de 7″
Banco do condutor com regulação em altura+lombar
Banco do passageiro com regulação em altura+rebatível
Banco traseiro rebatível 60/40
Volante multifunções em pele, regulável em altura+profundidade
Rádio com leitor de CD/mp3+ecrã táctil de 7,0″+4 altifalantes+tomadas USB/Aux
Mãos-livres Bluetooth
Sistema de navegação
Direcção com assistência eléctrica variável
Acesso+arranque sem chave
Vidros eléctricos FR/TR
Vidros traseiros escurecidos
Retrovisores exteriores eléctricos+aquecidos+rebatíveis electricamente
Cruise control+limitador de velocidade
Sensores de luz/chuva
Assistente de máximos
Luzes diurnas por LED
Faróis de nevoeiro
Barras de tejadilho
Jantes de liga leve de 17″
Sistema de monitorização da pressão dos pneus
Kit de reparação de pneus
Pintura metalizada especial (€610)
Câmara de marcha-atrás+sistema de auxílio ao estacionamento dianteiro e traseiro (€350)
Pack Tecto Panorâmico (€900 – inclui: tecto panorâmico fixo; retrovisor interior electrocromático)
Pneu sobressalente de emergência (€70)