Renovado Citroën C4 Cactus chega na Primavera
Pretender combinar a originalidade que sempre o caracterizou com uma postura mais próxima da de uma berlina será, porventura, aquilo que melhore caracteriza a nova geração do C4 Cactus, e a evolução a que Citroën sujeitou o modelo. Até porque assim se entende melhor a forte aposta feita no conforto, ou a imagem ainda arrojada, mas não tão irreverente como no modelo original.
De facto, a própria estética está mais próxima da de uma berlina convencional, mesmo que não deixem de na carroçaria marcar presença o tejadilho flutuante; as ópticas dianteiras de dois níveis redesenhadas, com novas luzes diurnas por LED; os novos farolins traseiros por LED com efeito tridimensional; ou os célebres Airbumps, se bem que as úteis almofadas de ar tenham, agora, uma aparência bem mais discreta, e passem a estar colocadas na secção inferior das portas. Naturalmente que, graças às nove cores de carroçaria, e aos quatro packs Color, existem nada menos do que 31 combinações de personalização exterior, o que muito ajudará a que o C4 Cactus continue a estar longe de ser um modelo “monótono” – mas a verdade é que o seu visual, ainda que mais sofisticado, também está mais “domesticado”, para isso contribuindo, ainda, os pára-choques na cor da carroçaria, os as revistas dimensões exteriores, com o comprimento e a largura a aumentarem ligeiramente, o oposto acontecendo com a altura, daqui resultando proporções mais próximas das de um automóvel convencional.
A plataforma, essa, é a mesma do C4 Cactus original, com 2,60 m de distância entre eixos, para um comprimento total de 4,17 m, uma largura de 1,71 m e uma altura de 1,48 m. Valores que, como é obvio, não deixam antever grandes alterações ao nível da habitabilidade, anunciando a bagageira uma capacidade entre 358-1170 litros. Só que, também aqui, existem cinco ambientes distintos, que permitem a cada qual personalizar o seu próprio veículo, para além de que o C4 Cactus foi o modelo eleito pela marca do double chevron para estrear, a nível mundial, os bandos dianteiros Advance Comfort, caracterizados por recorrerem a uma nova espuma de alta densidade com 15 cm de espessura, que promete incrementar o conforto e resistir à deformação por muitos e bons anos. A isto, e ainda no interior, há que juntar a decoração mais refinada, o progresso anunciado no capítulo da qualidade dos materiais, alguns novos equipamentos de conforto, o tectot panorâmico de grandes dimensões e a interface de condução integralmente digital, em que pontifica o ecrã táctil capacitivo de 7” proposto de série em todas as versões.
Também no domínio tecnológico, referência para os muitos auxiliares de condução propostos pela Citroën para o novo C4 Cactus: travagem automática de emergência; leitura de sinais de trânsito; alerta de transposição involuntária de faixa de rodagem; Coffee Break Alert (sugere pausa após duas horas de condução a velocidades superiores a 70 km/h); alerta de atenção do condutor; monitorização do ângulo morto; assistência ao estacionamento, paralelo ou em espinha; câmara de marcha-atrás; ajuda aos arranques em plano inclinado; iluminação estática nos cruzamentos; acesso e arranque mãos-livres; e controlo de tracção optimiza Grip Control. Em termos de conectividade, referência para o sistema Mirror Screen para Apple CarPlay , Android Auto e MirrorLink; para a navegação conectada Connect Nav; e para a Connect Box com Pack SOS & Assistência.
Por fim, a mecânica. Na fase de lançamento, marcado para o primeiro trimestre do próximo ano, o C4 Cactus da nova geração contará com três versões a gasolina, todas animadas por outras tantas variantes do motor 1.2 PureTech de três cilindros turbocomprimido: 130 cv (caixa manual de seis velocidades); 110 cv (caixa manual ou automática de seis velocidades) e 82 cv (caixa manual de cinco velocidades). A oferta Diesel será composta pela versão de 100 cv do motor 1.6 BlueHDI, aqui combinado com a caixa manual de seis velocidades, estando para o Outono prometida a chegada da derivação de 120 cv deste mesmo motor, combinada com a caixa automática de seis relações.
Fundamental referir, também, que o novo C4 Cactus estreia, na Europa, as suspensões PHC com batente hidráulico progressivo, originalmente introduzidas pelo C5 Aircross, modelo reservado ao mercado chinês. Uma solução desenvolvida pela Citroën que promete incrementar notoriamente o conforto, e oferecer um efeito tipo “tapete voador”, e que consiste em aplicar dois batentes hidráulicos em ambas as extremidades dos conjuntos mola/amortecedor, permitindo à suspensão operar em duas etapas, de acordo com as solicitações: quando as exigências são menores, mola e amortecedor controlam os movimentos verticais, dispensando a intervenção dos batentes hidráulicos; quando as exigências aumentam, mola e amortecedor trabalham com os batentes superior e inferior de compressão hidráulica, retardando o movimento de uma forma progressiva, por forma a evitando as pancas bruscas nos seus limites, sem efeito de retorno.