Skoda Yeti 1.6 TDI CR (105 cv) DSG Ambition Outdoor

Skoda Yeti 1.6 TDI CR (105 cv) DSG Ambition Outdoor

O interior é marcado pelo amplo espaço habitável e pela elevada qualidade geral

Em estrada, o desempenho dinâmico do Yeti é por demais competente. Fora dela, e apesar da aparência exterior, mesmo nesta versão Outdoor, as suas capacidades são diminutas

O motor 1.6 TDI de 105 não é um exemplo de fulgor ou silêncio de funcionamento, mas garante excelentes consumos

Skoda Yeti 1.6 TDI CR (105 cv) DSG Ambition Outdoor

O piso da mala regulável em altura é outra das soluções que incrementam a versatilidade

Skoda Yeti 1.6 TDI CR (105 cv) DSG Ambition Outdoor

Skoda Yeti 1.6 TDI CR (105 cv) DSG Ambition Outdoor

Skoda Yeti 1.6 TDI CR (105 cv) DSG Ambition Outdoor

A caixa DSG7 ajuda a disfarçar o rendimento contido do motor 1.6 TDI, bem como à obtenção de excelentes consumos

Skoda Yeti 1.6 TDI CR (105 cv) DSG Ambition Outdoor

Na bagageira existem vários elementos que incrementam a versatilidade

As protecções adicionais de carroçaria contribuem para uma aparência mais aventureira e para enfrentar com outro à vontade as tradicionais "armadilhas" urbanas

Skoda Yeti 1.6 TDI CR (105 cv) DSG Ambition Outdoor

Skoda Yeti 1.6 TDI CR (105 cv) DSG Ambition Outdoor

Rebatendo os bancos traseiros, a mala atinge uma capacidade considerável

Skoda Yeti 1.6 TDI CR (105 cv) DSG Ambition Outdoor

Sem ser muito elevada, a posição ao volante permite ao condutor ter um bom domínio da área circundante, bem ao gosto dos apreciadores deste género de proposta

Skoda Yeti 1.6 TDI CR (105 cv) DSG Ambition Outdoor

De cada vez que tenho oportunidade de conduzir um Yeti, mesmo nesta mais acessível versão a gasóleo 1.6 TDI de 105 cv (neste caso dotada da caixa de dupla embraiagem DSG7), vem ao de cima aquela sensação de que em alguns mercados, como o português, este será um dos modelos mais “incompreendidos”, não só da Skoda, como do seu segmento. Talvez porque a notoriedade da marca checa ainda não atingiu entre nós o nível que merece; e porque o seu estilo, apesar de original e inconfundível, não terá conseguido granjear tantos adeptos quanto a marca de Mladà Boleslav pretenderia – quem sabe por ter um ar menos de “verdadeiro” SUV do que alguns seus rivais.

Mas, lá está!, conduzi-lo é coisa totalmente diferente de observá-lo. As formas da carroçaria mantêm-se, no essencial, as de sempre conhecidas. A actualização das mesmas, operada no Outono de 2013, trouxe prós e contras: a favor, a derivação Outdoor (passível de combinar com todas as motorizações, como na unidade em apreço), em que algumas protecções adicionais contribuem para um look mais off road; pior, a supressão das típicas ópticas dianteiras circulares, um dos principais traços distintivos do Yeti, substituídas por umas bem menos anónimas de formato quadrangular.

As invulgares proporções da carroçaria continuam a ser uma imagem de marca do Yeti, e acarretam óbvios benefícios para a habitabilidade. O último restyling trocou as características ópticas redondas por umas mais anónimas de formato quadrangular

Para melhor entender o Yeti, é forçoso ter em conta o facto de este ter por base uma plataforma, não de um utilitário, como a maioria dos seus concorrentes, mas de um familiar compacto. E não de um qualquer, mas a do VW Golf VI. O que será determinante para quase todos os domínios de avaliação. A começar pelo habitáculo: muito espaçoso, com um generoso espaço para pernas atrás, assume na perfeição o papel de automóvel urbano com capacidade para transportar comodamente a família e não temer deslocações mais longas.

A qualidade também está em plano de destaque, dos materiais como da montagem. Pena que a decoração tenha aquele ar tão austero e soturno de tantos modelos do grupo germânico, não só diminuindo a noção de qualidade aparente – decididamente superior ao que parece – como pouco consonante com o espírito jovem e polivalente do Yeti. Em compensação, a versatilidade é digna de encómios: mala ampla, com bom acesso e várias soluções úteis (ganchos para sacos, piso regulável em altura, divisórias várias); banco traseiro rebatível na proporção 40/20/40, dotado de regulação longitudinal do assento e em inclinação das costas.

Apesar da decoração excessivamente sóbria, o interior pauta-se por uma elevada qualidade geral. E existem inúmeros detalhes que incrementam a versatilidade, como o banco traseiro rebatível numa proporção 40/20/40

Dinamicamente, o Yeti 1.6 TDI DSG Outdoor volta a fazer valer o trunfo de ter por base a plataforma do Golf, com uma evoluída suspensão traseira. Todos os comandos são muito consistentes, a direcção é correctamente assistida e desmultiplicada e a suspensão é muito competente, garantindo, quer uma eficiente absorção das irregularidades, traduzida num elevado conforto de marcha; quer um comportamento eficaz, com movimentos da carroçaria bem controlados. A experiência ao volante é, pois, marcada pela serenidade, pelo rolamento consistente e pela facilidade de condução.

O motor 1.6 TDi de 105 dcv é já um velho conhecido: não prima, propriamente, pelo silêncio de funcionamento, nem o seu rendimento permite prestações mais do que aceitáveis para a classe. Contudo, quando conjugado com a rapidíssima caixa DSG7 de dupla embraiagem e sete relações, acaba por disfarçar as suas limitações através de recuperações bem interessantes, ao mesmo tempo que oferece consumos verdadeiramente entusiasmantes, sobretudo se utilizado com parcimónia.

Estável, com um rolamento muito consistente, também dinamicamente o Yeti tira benefícios do facto de ter por base a plataforma do VW Golf V!. O motor 1.6 TDI de 105 cv garante prestações não mais do que aceitáveis, mas os consumos são dignos de registo

O Yeti 1.6 TDI DSG Outdoor revela-se, assim, um automóvel com que é muito fácil conviver em todas as condições de utilização para que está vocacionado. Em cidade, é fácil de manobrar, ao passo que a altura ao solo ligeiramente elevada e as protecções adicionais da carroçaria permitem-lhe enfrentar aquelas armadilhas urbanas que teimam em subsistir – dos pequenos toques às estradas mais esburacadas. Em estrada aberta, sem ser um sprínter, cumpre com o exigível e faz valer a sua notável frugalidade. Para esquecer, e apesar da aparência exterior mais “aventureira”, são as incursões por outros terrenos que não o asfalto, excepção feita aos estradões de terra pouco exigentes, já que a tracção dianteira, e os ângulos característicos pouco favoráveis, não permitem grandes veleidades.

Versátil e competente, para quem não queira andar fora de estrada, o Yeti é aquele automóvel com ar de SUV cuja competência o torna numa das escolhas mais racionais da sua categoria – acaba por fazer tudo o que os outros fazem, tão bem ou melhor do que eles. Pena é que o preço, mesmo tendo em conta que inclui a caixa DSG7 e o nível de equipamento Ambition já suficientemente recheado, não seja o mais convidativo, acabando por ficar longe do praticado pelos seus concorrentes “naturais” (Dacia Duster 4×2, Peuegot 2008, Renault Captur) e demasiado próximo do de modelos com outra reputaçãoo e apelo, como o “inevitável” e emblemático Nissan Qashqai à cabeça.