Ford EcoSport 1.5 TDCi Titanium
Ford
EcoSport
1.5 TDCi Titanium
SUV
5
Dianteira
1.5 Diesel
90/3750
160
14,0
120
23 850/24 820
Utilização citadina, Motor suave, Consumo em cidade, Conforto de marcha, Classe 1 nas portagens
Velocidade máxima reduzida, Qualidade de materiais mediana, ESP muito interventivo, Acesso à bagageira
Velocidade máxima anunciada (km/h) | 160 |
Acelerações (s) | |
0-100 km/h | 13,2 |
0-400 m | 18,8 |
0-1000 m | 35,1 |
Recuperações 60-100 km/h (s) | |
Em 4ª | 9,9 |
Em 5ª | 12,9 |
Recuperações 80-120 km/h (s) | |
Em 4ª | 10,8 |
Em 5ª | 15,6 |
Distância de travagem (m) | |
100-0 km/h | 38,4 |
Consumos (l/100 km) | |
Estrada (80-100 km/h) | 4,9 |
Auto-estrada (120-140 km/h) | 5,8 |
Cidade | 6,6 |
Média ponderada (*) | 6,1 |
Autonomia média ponderada (km) | 852 |
(60% cidade+20% estrada+20% AE) | |
Medidas interiores (mm) | |
Largura à frente | 1350 |
Largura atrás | 1330 |
Comprimento à frente | 1110 |
Comprimento atrás | 670 |
Altura à frente | 1000 |
Altura atrás | 930 |
SUV citadino? Mini-SUV? Seja qual for a definição mais apropriada, confesso que ainda não percebi bem o que acrescentam (se é que alguma coisa…) os modelos que se enquadram neste subsegmento de mercado aos tradicionais utilitários, que não seja a sua aparência mais juvenil e, em certos casos, aventureira. Mas parece que o conceito está aí para ficar, e claro que as principais marcas não podem deixar de acompanhar uma tendência que elas próprias tudo fizeram para criar.
No caso da Ford, depois de uma primeira experiência, porventura prematura, e nada bem sucedida, com o Fusion (nome que, ainda para mais, no mercado americano, identifica uma berlina familiar de razoáveis dimensões para os padrões europeus), o regresso ao tema faz-se com um mais bem preparado EcoSport. Trata-se do primeiro modelo global da marca desenvolvido no Brasil, que volta a ter por base a plataforma do Fiesta e é produzido na Índia – segundo o seu construtor, respeitando os padrões vigentes no Velho Continente.
Em Portugal, o EcoSport é disponibilizado num único nível de equipamento Titanium, com os motores 1.0 de 125 cv e 1.5 TDCi de 90 cv. Face a alguns concorrentes, começa por ter a vantagem de ser Classe 1 nas portagens nacionais, o que já não é pouco. Para o conseguir, a Ford procedeu a uma ligeira alteração na suspensão, que reduz liminarmente a altura ao solo, para cumprir com os pressupostos exigidos pela lei, e que não afectará em nada o desempenho dinâmico do veículo.
À partida para o teste do EcoSport 1.5 TDCi, o que primeira saltou à vista foi a roda sobressalente colocada no portão traseiro. Uma solução que tem as suas vantagens: de algum modo reforça o ar “TT” do modelo e permite dispor de um verdadeiro pneu suplente. Mas também tem os seus inconvenientes: obriga a dispor de mais espaço para estacionar entre veículos e, principalmente, para aceder à bagageira, uma vez que a quinta porta abre lateralmente.
De resto, este é um automóvel de linhas agradáveis, cujo principal trunfo talvez seja respeitarem os pressupostos da mais recente linguagem estilística do seu construtor, com as suas formas afiladas que de imediato o identificam como um Ford. Pessoalmente, creio que há alguma desproporção entre a largura e a altura, que faz sobressair a segunda, algo que as rodas pequenas também não ajudam a dissimular (resta saber que contributo poderão dar aqui as jantes de 17” incluídas no equipamento de série durante a fase de lançamento do EcoSport em Portugal, e de que o veículo ensaiado não dispunha, antes montando as originais de 16”, por se tratar de uma unidade pré-série). Ainda neste domínio, só mais uma nota que dirá algo sobre a estética algo anónima do modelo: vale o que vale, mas este foi, sem dúvida, um dos automóveis totalmente novos, e ainda nada vistos entre nós, que tive oportunidade de conduzir nos últimos anos, que menos atenções despertou junto daqueles com quem se cruzou.
Se as linhas exteriores evocam, genericamente, os actuais Ford, já o habitáculo, muito por culpa da consola central e do painel de instrumentos, faz de imediato lembrar o Fiesta. Pelo menos na aparência e na funcionalidade, já que a ausência do revestimento macio e esponjoso que os reveste naquele utilitário, a par da qualidade não mais do que mediana de outros materiais e dos acabamentos, coloca o EcoSport nitidamente aquém do que são os padrões de qualidade dos Ford produzidos na Europa. Quanto a alguns perturbantes ruídos parasitas audíveis na unidade testada, mesmo em bom piso, demos o benefício da dúvida de se deverem ao facto de esta ser, como referido, de pré-série.
De resto, a decoração interior é agradável e o espaço disponível razoável, se bem que um pouco limitado em comprimento atrás, ao passo que versatilidade acaba por ser incrementada por pormenores como a tomada de 12 Volt colocada junto ao lugar traseiro direito ou a regulação em inclinação das costas do banco posterior. Vantagem que também não é despicienda, e resulta em parte da colocação da roda suplente no exterior, é uma bagageira com mais 43 litros de capacidade do que a do Fiesta.
De volta à questão inicial: faz algum sentido associar o termo SUV a este género de veículo? A meu ver, não. Apesar do aspecto, o EcoSport, desprovido de qualquer auxiliar destinado a permitir-lhe evoluir fora de estrada (tracção integral, pneus mistos, controlo de tracção optimizado ou outro), tem aptidões TT não mais do que nulas, e será capaz de enfrentar, quando muito, estradões de terra com praticamente a mesma facilidade que qualquer automóvel dito tradicional, até porque bate no chão com relativa facilidade nos terrenos mais acidentados.
Aliás, e por paradoxal que tal possa parecer (ou não…), acaba por ser em ambiente urbano e nas pequenas deslocações que o Ford EcoSport 1.5 TDCi melhor conta dá de si. É aqui que o motor de 90 cv dá razoável conta do recado, fazendo valer-se de uma interessante disponibilidade a baixo e médio regime e de um funcionamento suficientemente suave e silencioso, assim como de consumos reduzidos. O agrado e a facilidade de condução são ainda garantidos pelas dimensões contidas, pelo apreciável conforto de marcha e por uma direcção eficaz.
Em estrada aberta, como em percursos mais sinuosos, o comportamento dinâmico não merece reparos, revelando-se honesto e eficaz, com reacções sempre previsíveis. Pena que, porventura para tentar compensar o centro de gravidade mais elevado do EcoSport, a Ford tenha aqui adoptado um controlo de estabilidade com uma calibragem que o torna demasiado interventivo, actuando prematura e impositivamente em demasiadas situações, acabando por castrar muito do possível prazer ao volante. Também se lamenta que não seja possível inibir o funcionamento deste dispositivo, e que até desligar o controlo de tracção obrigue a recorrer ao menu de bordo (o qual também já merecia uma simplificação e, quiçá, um novo grafismo, já que de conteúdo até é bastante completo).
Apesar disso, não é aqui que reside o principal óbice do EcoSport em trajectos mais longos, mas sim nas limitações do motor e da caixa manual de cinco velocidades com uma quinta bastante desmultiplicada. Não só as acelerações são pobres, e a velocidade máxima está limitada a 160 km/h, como se torna difícil progredir sem recorrer à caixa sempre que o relevo se acentua (as recuperações em quinta velocidade chegam a ser penosas), ou mesmo ir para além dos 140 km/h no velocímetro quando se transportam quatro passageiros e respectivos pertences. Como seria de esperar, nestas condições os consumos também tendem a ser pouco apelativos, ficando acima de rivais com mais 75% de potencia quando a velocidades estabilizadas, e aproximando-se dos 12,0 l/100 km quando se pretende extrair da mecânica tudo o que esta tenha para dar.
O Ford EcoSport 1.5 TDCi Titanium acaba, assim, e como a maioria dos seus rivais, por ser um automóvel que, não obstante o seu ar mais “cool”, tem nos percursos urbanos e suburbanos o seu habitat natural, onde oferece uma condução fácil e consumos comedidos – o que nem será de estranhar tendo em conta ter por base um utilitário. Quanto ao preço, a nova proposta da Ford exige o dispêndio de €23 850 nesta sua versão Diesel, valor que não será dos mais baixos do mercado, mas tem o mérito de incluir uma completa dotação de equipamento de série, mais ainda nesta fase de lançamento, a que acrescenta o Pack Oferta (sensores de luz e de chuva, retrovisor interior electrocromático, cruise-control, Ford Sync com AppLink, sensores de estacionamento traseiros e jantes de liga leve de 17″ com pneus 205/50). E, convém não esquecer, é Classe 1 nas portagens!
Motor | |
Tipo | 4 cil. linha Diesel, transv., diant. |
Cilindrada (cc) | 1499 |
Diâmetro x curso (mm) | 73,5×88,3 |
Taxa de compressão | 16,0:1 |
Distribuição | 2 v.e.c./16 válvulas |
Potência máxima (cv/rpm) | 90/3750 |
Binário máximo (Nm/rpm) | 205/1750-3000 |
Alimentação | injecção directa common-rail |
Sobrealimentação | turbocompressor |
Dimensões exteriores | |
Comprimento/largura/altura (mm) | 3998/1765/1648 |
Distância entre eixos (mm) | 2519 |
Largura de vias fte/trás (mm) | 1529/1532 |
Jantes – pneus | 6Jx16″ – 205/60 (Goodyear Assurance) |
Pesos e capacidades | |
Peso (kg) | 1384 |
Relação peso/potência (kg/cv) | 15,37 |
Capacidade da mala/depósito (l) | 333-1238/52 |
Transmissão | |
Tracção | dianteira |
Caixa de velocidades | manual de 5+m.a. |
Direcção | |
Tipo | cremalheira com assistência eléctrica variável |
Diâmetro de viragem (m) | 10,6 |
Travões | |
Dianteiros (ø mm) | Discos ventilados (278) |
Traseiros (ø mm) | Tambores (227) |
Suspensões | |
Dianteira | McPherson |
Traseira | Eixo de torção |
Barra estabilizadora frente/trás | sim/sim |
Aptidões TT | |
Ângulos de ataque/saída/ventral (º) | 22,1/35/24,8 |
Inclinação lateral máx./pendente máx.(º) | n.d./n.d. |
Altura ao solo/passagem a vau (mm) | n.d./n.d. |
Garantias | |
Garantia geral | 2 anos sem limite de quilómetros |
Garantia de pintura | 2 anos |
Garantia anti-corrosão | 12 anos |
Intervalos entre manutenções | 20 000 km ou 12 meses |
Airbag para condutor e passageiro
Airbag para os joelhos do condutor
Airbags laterais
Airbags de cortina
Controlo electrónico de estabilidade
Cintos dianteiros com pré-tensores+limitadores de esforço
Ar condicionado automático
Computador de bordo
Banco do condutor com regulação em altura
Banco rebatível 60/40
Volante regulável em altura+profundidade
Volante multifunções
Direcção com assistência eléctrica variável
Rádio com leitor de CD/mp3/tomadas USB+Aux
Chave electrónica
Vidros eléctricos FR/TR
Retrovisores exteriores eléctricos+aquecidos
Faróis de nevoeiro
Barras de tejadilho
Jantes de liga leve de 16”
Roda suplente de dimensões normais no exterior do portão traseiro
Oferta Pacote de lançamento (inclui Pack Exclusive [sensores de luz+chuva, retrovisor interior electrocromático, cruise-control], Ford Sync com AppLink, sensores de estacionamento traseiros e jantes de liga leve de 17″ com pneus 205/50)
Pintura White Solid (€120)
Pack couro (€850)