A propósito da Web Summit que por estes dias ocorre em Lisboa, achei lamentavelmente hilariante o conteúdo do discurso do primeiro ministro Costa na abertura do evento, o qual só pode ter sido escrito por algum humanóide, tipo Sophia, que não vive por cá.
Burocracia controlada e em decrescimento? Ambiente fiscal estável e atraente? Em Portugal? Será que temos outro primeiro-ministro que não conhece a tributação das empresas, seja em sede de IRC, da aberrante Tributação Autónoma e das Derramas?
Como pode pensar-se (e dizer-se) que o ambiente tributário em que um imposto (IRC) que nos últimos 25 anos viu 728 alterações é estável e propicio ao investimento empresarial? [...]
O sonho de qualquer povo seria ter governos que se limitassem a criar as condições e balizas para o saudável funcionamento da sociedade e da economia, garantindo em simultâneo os serviços mínimos adequados (segurança, justiça, saúde básica, educação, etc) pagos com os nossos impostos. Garantir a estabilidade de longo prazo e um financiamento equilibrado do Estado.
Não. Não vou criticar as patifarias do Costa e da maioria dos seus antecessores relativamente aos custos de reversões de políticas de projetos ou de ações, nem os jobs que distribuíram para cimentar opções, nem os temas judiciais quentes arquivados ou dissolvidos em cinzentos nevoeiros, nem inconsequentes “sentenças” [...]
Ainda jovem ensinaram-me que sobre uma mesma coisa (ação, substantivo, intenção ou numa simples frase) é possível ver diferentes realidades. Quer isto portanto dizer que, no limite, não há uma realidade.
Esta é aliás uma máxima para o sucesso em certas áreas de negócio, como os grandes escritórios de advogados que habilmente se sobrepõem a outros, em todo o mundo. Desmontar e remontar, mutando uma subtil premissa ou interpretação sobre a mesma é também um exercício de masturbação intelectual para alguns.
Assim parece ser o que se passa relativamente ao 4 de Outubro 2015. Ainda anteontem necessitei voltar a consultar os resultados oficiais da contagem de votos e fiquei [...]