No princípio, as motos para o comum mortal tinham um cilindro, se tivessem 2 cilindros (paralelos – motos inglesas; opostos Boxer – BMW; ou em V – “Made in USA”) já eram máquinas de outro mundo e, francamente, mais que suficiente. Ali no meio apareceu a Henderson com um motor de 4 cilindros em linha que estava bem à frente do seu tempo e, como tal, teve vida curta. Isto para dizer o quê? Que os motores de quatro cilindros em linha, tão populares nos dias de hoje, só pegaram a sério com a introdução da Honda CB750, em 1969 e de todas as outras japonesas que se seguiram.
Num artigo anterior tive oportunidade de abordar um tema que me interessa particularmente dentro [...]
Um dos argumentos várias vezes referidos em favor dos veículos eléctricos é que são limpos, quer em termos de poluentes locais (monóxido de carbono, hidrocarbonetos não queimados, óxidos de enxofre e partículas), quer em termos de CO2. Dado que a electricidade usada para mover o veículo (bem como a gasolina e gasóleo) não é produzida localmente, para correctamente avaliar o impacto de cada tecnologia é necessário fazer o que chama de análise de ciclo de vida, onde todo o processo de extracção de matérias primas, processamento, transporte e armazenamento é contabilizado.
Não é objectivo deste artigo entrar em detalhes sobre este processo de cálculo, pelo que vou recorrer a [...]
As reais consequências do caso VW, muito bem dissecado de um ponto de vista técnico pelo Doutor Gonçalo Duarte, ainda não são de todo claras, seja para a própria VW, para os consumidores, para os reguladores ou para a indústria automóvel como um todo. Enquanto aguardamos gostaria de partilhar algumas reflexões sobre o tema.
A primeira é o uso pouco claro que se faz do termo poluente, que é aplicado indiscriminadamente quer ao NOx que despoletou o caso quer ao CO2 muito mais conhecido. Este caso diz respeito a um dos quatro poluentes controlados: NOx (óxidos de azoto), HC (hidrocarbonetos não queimados), CO (monóxido de carbono) e partículas. Para estes quatro há um limite [...]
Na sequência das recentes notícias vindas a público sobre a adulteração das emissões de poluentes por parte da VW, a primeira nota a salientar é que não surpreende que um automóvel, quando sujeito a uma utilização quotidiana, consuma e emita mais poluentes que os valores apresentados nos testes de certificação.
Partindo desta ressalva, procurar-se-á contextualizar as notícias que têm sido emitidas com a informação disponível e com a experiência que possuímos no IST para caracterizar consumos e emissões de veículos em estrada, em condições reais de operação.
O mercado de veículos vendidos nos EUA é largamente dominado pelos motores a gasolina, o que se reflecte nos [...]