Ontem, (quando escrevi este texto) celebrou-se o Dia Internacional da Mulher. Ontem, enquanto rascunhava e deitava sucessivamente para o lixo os vários inícios desta pequena crónica, várias mulheres discursavam no Parlamento nacional a propósito das celebrações daquela efeméride.
Não irei designar essas intervenções como de “saloiada” ou de “natural” neste dia. Primeiro, porque a maioria das intervenientes não me merecem esse epíteto; depois, porque não tive a oportunidade de escutar os respetivos conteúdos (trabalho na “privada”); e, finalmente, porque o “natural” é nestas circunstâncias esmagado pela armadilha da “artificialidade”.
Na minha opinião, este [...]
O sonho de qualquer povo seria ter governos que se limitassem a criar as condições e balizas para o saudável funcionamento da sociedade e da economia, garantindo em simultâneo os serviços mínimos adequados (segurança, justiça, saúde básica, educação, etc) pagos com os nossos impostos. Garantir a estabilidade de longo prazo e um financiamento equilibrado do Estado.
Não. Não vou criticar as patifarias do Costa e da maioria dos seus antecessores relativamente aos custos de reversões de políticas de projetos ou de ações, nem os jobs que distribuíram para cimentar opções, nem os temas judiciais quentes arquivados ou dissolvidos em cinzentos nevoeiros, nem inconsequentes “sentenças” [...]
Algures na África Oriental, num pequeno triângulo de terra encravado entre a Zâmbia, a província de Tete em Moçambique e o Malawi, viveu até há alguns anos uma tribo que se caracterizava, entre outras, pelo cultivo da paz no seu seio, moderação nas suas posições e como boa anfitriã, distinguindo-se desta forma dos seus vizinhos.
Na verdade, os seus vizinhos mais próximos encontravam-se já próximo da Costa Índica e por isso foram, ao longo dos tempos, dominados por franceses, italianos, alemães, holandeses e ingleses, essencialmente atraídos pelas riquezas naturais como o ouro e marfim, e, naturalmente, pela escravatura.
Ainda que dispersas, a maioria dessas tribos ainda [...]
“Para trabalho igual, salário igual”. A frase ou o “ideal” subjacente é muito querido aos meios da extrema-esquerda política. Ingenuamente, eu pensava que já tivesse evoluído para algo mais universalista, como por exemplo “igualdade de oportunidades”. Parece que não. Ouvia-a recentemente “vociferada” por um médico, mais propriamente pelo bastonário da respetiva Ordem.
O conceito implícito naquele “ideal” não é, na minha opinião, nada socialista nem sequer de vanguarda. Ele limita-se a pensar pessoas como máquinas, quais autómatos. Como se todas as pessoas, que exercem uma mesma profissão, função ou tarefa fossem [...]