O rapaz Sebastião já estava na puberdade, bem avançada, mas ainda gostava de conversar com o avô Sacadura antes de adormecer. Quando o avô não tinha assunto, costumava ler-lhe uma qualquer passagem morna ou simplesmente “chata” de um livro. Embora atualizado em matéria de tecnologias o avô Sacadura continuava a preferir os livros “tenho que sentir o cheiro do papel e do pó. Só assim as histórias são reais“, costumava dizer. O rapaz, de uma forma ou outra, mergulhava sorridente num sono que exteriormente se refletia como tranquilo e feliz, talvez com as hormonas também elas adormecidas.
No seu quarto, uma vez que desde os poucos meses de idade o rapaz havia mostrado [...]
Era uma vez um povo que gostava de viver dos rendimentos e dos subsídios. Um povo que vendia e arrendava terras, aquelas herdadas dos seus avós e pais, a estrangeiros para estes criarem explorações agrícolas, de produtos antes dados ao porco ou enterrados e por aqueles agora exportados constituindo fontes de riqueza.
Esse povo entretinha-se em intrigas e a discutir como aqueles usavam as “suas” terras e as “suas” máquinas, conjugadamente com as favoráveis e únicas condições climatéricas. Proferindo desculpas, era com não surda inveja que esse povo assistia, desde as filas do IEFP, à invasão de milhares de trabalhadores de distantes origens como [...]