Pela vida – trave!
A Resolução Global para melhorar a segurança rodoviária, aprovada pela Assembleia Geral da ONU a 2 de março de 2010, declarou a década 2010-2020 como a de “Ação Pela Segurança no Trânsito”. Para além de outras operações de âmbito nacional em hiatos específicos (como a Páscoa por exemplo) a Polícia de Segurança Pública (PSP) pela abordagem científica e analítica que constantemente faz, identificou uma área onde podia fazer incidir a ação no âmbito desta Resolução Global: o fenómeno dos atropelamentos.
Desde 2010 que a PSP lançou a Operação “Pela Vida, Trave!”, que desde logo e para nosso agrado colheu bastante interesse dos media e da opinião pública em geral, tendo despoletado debates, programas dedicados e questões objetivas que foram tratadas de forma clara e transparente. Esta operação a nível nacional tem objetivos claros: fiscalizar, alertar e aconselhar os utentes das vias (condutores e peões), promover a condução defensiva, a circulação nos passeios, o atravessamento nas passagens para peões quando reunidas condições de segurança e todos os aspetos importantes na circulação em meio urbano. De notar que na primeira vez que a Operação se realizou (trimestre Março-Maio de 2010) a PSP reduziu alguns números alarmantes: das 9 vítimas mortais no mesmo período de 2008 e das 14 (!) em 2009, registámos 5 em 2010. Diminuímos também o número de atropelamentos e de feridos graves e leves.
Fruto da análise permanente que fazemos constatámos que os atropelamentos revelaram em 2013 (de janeiro a agosto) uma tendência reincida e muito significativa. Representaram 26% do total da sinistralidade onde existem vítimas com ferimentos graves e leves e este número sobe para 28% quando nos reportamos às vítimas mortais.
Em 2012 o número total de atropelamentos foi de 2206 (741 nas passagens e 1465 fora destas), o número total de vítimas mortais foi de 18 (2 nas passagens e 16 fora destas), os feridos graves foram 163 (52 nas passagens, 111 fora) e 2069 feridos ligeiros (752 nas passagens, 1317 fora).
Em 2013 o número total de atropelamentos foi de 2292 (763 nas passagens e 1529 fora destas), o número total de vítimas mortais foi de 19 (6 nas passagens e 13 fora destas), os feridos graves foram 199 (65 nas passagens, 134 fora) e 2123 feridos ligeiros (747 nas passagens, 1376 fora).
Para além da regularidade da operação “Pela Vida, Trave!”, da sensibilização que fazemos nas nossas plataformas digitais e da consciencialização das pessoas, a PSP tem incidido junto das escolas em parceria com a AVIS® que distribui um kit de brincar com conselhos para crianças e adultos, fazendo a “ponte” entre os brinquedos e a transmissão de uma mensagem pedagógica e de alerta para esta problemática. Tem merecido o mais positivo acolhimento por parte dos envolvidos, pois a maioria das pessoas com as quais a PSP interage a nível nacional fica admirada com os números dos atropelamentos. Curioso notar que praticamente todas as escolas em meio urbano têm passagens para peões nas imediações.
Somos parceiros da sociedade civil para a diminuição da mortalidade nas nossas estradas. Estas ações só surtem efeito quando extravasam o contexto policial e quando as pessoas percebem as suas limitações enquanto peões e os condutores assimilam os cuidados a ter.
João Moura
Chefe do Núcleo de Protocolo, Marketing e Assessoria Técnica do Gabinete de Imprensa e Relações Públicas da PSP