Utilizadores de veículos eléctricos contestam governo
A Associação dos Utilizadores de Veículos Elétricos (UVE) decidiu tomar posição relativamente à proposta de Orçamento do Estado (OE) para 2016, e respectivo Relatório, por considerar que tais documentos trouxeram a público informações contraditórias desde a tomada de posse do novo governo. Nomeadamente, a UVE regista o contraste existente entre o uso de automóveis eléctricos em cerimónias oficiais (tomada de posse do governo, primeira reunião do Conselho de Ministros, visita ao Palácio de Belém) por parte de alguns governantes, e a redução dos incentivos à compra de veículos eléctricos prevista no OE, no que considera ser uma mensagem absolutamente contrário ao contido no programa eleitora do PS, em que se contam onze referências a “veículos elétricos”, cinco referências a “mobilidade eléctrica” e uma referência a “Mobi.E”.
Discordando da redução em 50% do incentivo ao abate de veículos em fim de vida anunciado para 1 de Janeiro de 2017, a UVE defende ainda, entre outras medidas, o apoio financeiro a todos os compradores de um veículo eléctrico, de quatro, duas ou três rodas, totalmente eléctrico, híbrido plug-in ou híbrido; a recuperação imediata da rede de carregamento Mobi.E; a rápida implementação da rede de carregamento rápido PCR, como previsto por lei (Despacho 8809/2015, de 10 de Agosto); implementação de um incentivo de valor inferior para troca de um veículo convencional com menos de dez anos por um veículo eléctrico; alargamento a todo o país do selo verde que, no caso de Lisboa e da EMEL, permite o estacionamento gratuito em zonas reguladas; a autorização de circulação dos veículos eléctricos na faixa BUS em todo o país; a manutenção dos carregamentos gratuitos nos postos da rede público, a suportar pelas receitas do ISV e do ISP; a isenção de pagamento de portagens nas auto-estradas e pontes 25 de Abril e Vasco da Gama para os veículos eléctricos. A UVE relembra, igualmente, que todas estas medidas estão já em vigor em diversos países do mundo, e em especial na Europa, destacando, por fim, a proposta do governo dos EUA de implementação de uma taxa adicional de dez dólares por barril de petróleo, destinada ao desenvolvimento do transporte eléctrico rodoviário e ferroviário, bem como dos automóveis com condução autónoma.
