Merci Algerie
A Argélia é um fenómeno de recuperação económica, após um longo período – aqui chamado “das trevas” – em que o terrorismo extremista foi responsável por um retrocesso das condições de segurança e, consequentemente, de desenvolvimento.
Tive a honra de coordenar a participação da selecção angolana de vela nos campeonatos africanos da classe laser 4.7, o que nos levou a atravessar uma (pequena) parte deste imenso país africano. Constatei três realidades associadas ao meio motorizado:
1) Os argelinos, como em geral os africanos, são uns ferrenhos apaixonados por tudo o que tenha motor;
2) O desporto na Argélia tem um lugar de destaque nas políticas governamentais e no coração dos argelinos;
3) As estradas renovadas, pontes, barragens, a segurança rodoviária sempre presente com muita polícia de trânsito na estrada e a qualidade do parque automóvel, bem como a quantidade de veículos a transportar viaturas novas entre Jijel (principal porto comercial) e Argel – a capital.
De facto nota-se um entusiasmo contagiante da parte do povo argelino, querendo participar em todos os eventos que mostrem o bom momento do país e desejando mostrar ao visitante aquilo que sentem que não é mostrado no estrangeiro.
É comum a todos os africanos o sentimento de alguma injustiça quando o que passa nos noticiários e na imprensa estrangeira apenas mostra os problemas – muitas vezes ampliados, as lacunas – certamente que ainda muitas, e as dificuldades sociais e questões de deficiente distribuição de riqueza – que de facto existem e estão a ser melhoradas, muitas fruto de políticas colonialistas recentes daqueles que agora são os primeiros a criticar a urgência da sua resolução.
A sociedade argelina está animada de uma situação económica que coloca o país como um dos poucos com reservas de monta em divisas, muito graças às suas enormes reservas de hidrocarbonetos, principalmente gás, permitindo políticas sociais inclusivas e que, penso, terão resultados muito visíveis nos próximos anos.
No caso da vela há grandes investimentos por parte do Ministério da Juventude e Desportos, com quase 2000 atletas federados, quase uma centena de clubes e um impressionante manancial de equipamentos e recursos humanos treinados.
Os desportos de combate, o futebol (claro) e o andebol são os que mais se evidenciam quando lançamos o tema em discussão na rua, nos restaurantes ou nas universidades.
Lancei um repto à imprensa argelina e aos argelinos: para quando uma grande aposta nas competições automóveis ? Grandes prémios de motociclismo, de velocidade, de monoluagres?
A Argélia, como quase todos os países africanos, tem de mostrar ao mundo o que de bom se faz e o que muito se pode fazer.
E o mundo deve apoiar.
Penso que a Absolute Motors pode ajudar. É para isso que a imprensa séria e, neste caso, especializada pode contribuir.
Obrigado aos argelinos.